O Hospital Municipal Santa Isabel (HMSI) realizou, na tarde desta segunda-feira (19), com sucesso, a primeira cirurgia bariátrica em uma paciente indígena feita em João Pessoa através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Após quase 30 dias internada no SPA Cirúrgico, Edna Ferreira da Silva, de 45 anos, Potiguara da Aldeia Vila Monte-Mór, em Rio Tinto, passou pelo procedimento, que durou três horas. “A cirurgia correu bem, sem intercorrências”, comemorou o cirurgião bariátrico Daniel Hortiz. Ele coordenou a equipe composta pelo cirurgião geral Rivaldo Serrano; anestesista Sibelli Souza; instrumentador Felipe Marques; circulante Valdete Prudêncio e a enfermeira Cynara Ferreira; além das médicas residentes Letícia Lucena e Gabriella Debes.
A técnica utilizada na cirurgia foi o Sleeve, realizada por videolaparascopia, o que torna o procedimento minimamente invasivo, mais seguro. Após o término da cirurgia, a paciente, com quadro de saúde estável, foi encaminhada, por prevenção, para uma das unidades de terapia intensiva do hospital, onde deve permanecer até esta terça-feira (20). A previsão é de que ela receba alta médica na quarta-feira (21).
Desde 2014, Edna tentava a cirurgia, sem sucesso, e quando o serviço foi retomado no Hospital Municipal Santa Isabel ela se inscreveu. Pouco antes de ser encaminhada para o Centro Cirúrgico, ela fez questão de fazer um agradecimento especial a Deus, sua família, a equipe do hospital e ao prefeito Cícero Lucena.
“Quero agradecer primeiramente a Deus, em nome de Jesus, por mim ajudar sempre. E agradecer a toda a equipe do Santa Isabel, pela acolhida, assistência, carinho e profissionalismo; a minha mãe, dona Cleonice, minha irmã Hilda, meu esposo Severino, que é um companheiro maravilhoso; a minha liderança na aldeia, cacique Cal; e ao prefeito Cícero Lucena, que está de parabéns por esse trabalho na saúde”, disse a paciente.
Inclusão – Mesmo internada, Edna mostrou preocupação não apenas com a sua saúde e seu bem-estar, mas também com outras mulheres que sofrem por conta da obesidade. “Com a obesidade surgem os preconceitos, discriminação e não temos acesso há muitos serviços e muito menos visibilidade. E falta inclusão social também. Então, eu busco essa visibilidade não só para mim, mais para outras mulheres”, disse Edna, que planeja instalar uma casa de referência dentro de sua aldeia para dar suporte às mulheres.