O ex-ministro da Saúde, médico paraibano Marcelo Queiroga, apontado por alguns como sendo o nome favorito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser o nome do Partido Liberal (PL) na disputa pelo comando da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) nas Eleições 2024 deve desembarcar na Capital paraibana na quinta-feira (15/06.)
Como a maioria dos nomes que experimentou, viveu e perdeu o “poder” da seara política, Queiroga parece começar a se portar como quem tem interesse em ocupar um cargo público conseguido através de voto na urna.
Já que não conseguiu emplacar o filho, Queiroguinha (Antônio Cristóvão Neto), para manter proximidade com as benesses políticas, o ex-ministro paraibano parecer ter tentado se mostrar mais presente junto à população através das redes sociais fazendo postagens diárias direcionadas, principalmente, ao público bolsonaristas, inclusive passando a criticar a atual gestão municipal e dizer que atuará como defensor do “legado de Jair Bolsonaro” e que seria hora de “fortalecer a aliança entre conservadores e liberais para ampliar as nossas bases. A hora é de união“.
Oficialmente Marcelo Queiroga ainda não assumiu a sua condição de pré-candidato mas, despretensiosamente começa a ensaiar os passos para tal.
O médico paraibano está dentre os possíveis nomes que poderão representar o PL na corrida eleitoral pessoense no próximo pleito, assim como os de Nilvan Ferreira (comunicador), Cabo Gilberto Silva (deputado federal), Wallber Virgolino (deputado estadual).
Marcas
De acordo com o resultado de uma auditoria técnica e minuciosa realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), desorganização e falhas em dados foram marcas de um Ministério da Saúde comandado por Queiroga durante a gestão do ex-presidente Bolsonaro.
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O relatório do TCU mostra que o MS comandado por Queiroga apresentou dentre outras falhas, uma eficiência média dos hospitais públicos de apenas 28%, com um desperdício de recursos estimado em R$ 13 bilhões ao ano (Acórdão 2.428/2021 – Plenário), bem como também constatou indícios de insustentabilidade do modelo atual do SUS e descontinuação do Índice de Desempenho do SUS (Acórdão 1.487/2020 – Plenário).
Marcelo Queiroga, enquanto ministro protagonizou tantos momentos vexatórios e de descrédito que chegou a ser apontado pela imprensa nacional como “um dos “vilões” na história da Covid-19 no Brasil“.
O MPF (Ministério Público Federal) chegou a ser acionado para que investigasse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por lentidão e falta de transparência no processo de imunização contra a Covid-19 de crianças entre seis meses e quatro anos de idade.
Sob a gestão de Queiroga, o MS contrariou técnicos ao indicar vacina da Covid só para bebês com comorbidades. À época, especialistas apontaram que ao anunciar que a vacina foi autorizada somente para crianças com comorbidades —ao contrário do que definiu a Anvisa—, o Ministério da Saúde, contrário ao seu papel natural, confundiu a população e fez com que pais ficassem com receio de vacinar os filhos, aumentando a resistência contra as vacinas.
A postura do então, ministro da Saúde se mostrou tão incoerente com o cargo que ocupava e a condição de médico o próprio Ministério da Saúde contrariou o próprio chefe da pasta, Marcelo Queiroga, ao afirmar em nota técnica que medidas como o uso de máscaras e o distanciamento social deveriam ser encorajados naquele momento diante do aumento de casos de Covid.
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Já irritado e frequentemente apontado publicamente por especialistas do setor da Saúde e pela imprensa como “despreparado”, Queiroga fez jus a comparação e mostrou o dito despreparo ao lidar com situações desconfortáveis. Na ocasião, ele se irritou e foi deselegante durante reunião com integrantes da Comissão de Seguridade e Família da Câmara dos Deputados dizendo que estava “de ‘saco cheio’ de críticas por Covid“.
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Vaidade
Marcelo Queiroga, por diversas vezes, chegou a comentar publicamente o desejo de ser reconhecido como o ministro que ‘terminou com a crise sanitária no Brasil’, portanto, com o passar do tempo, o paraibano, mesmo contrariando observações de especialistas, e cedendo a pressão feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e de apoiadores, anunciou, no início da segunda quinzena do mês de abril de 2022, o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), instituída em fevereiro de 2020.
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Após a decisão do ministro, a leitura de alguns gestores do SUS era a de que o momento ainda não seria adequado para a mudança. Um dos motivos era o número de óbitos no país visto como alto por parte dos gestores.
Negacionismo
Apesar de ser médico, o ministro paraibano Marcelo Queiroga, carrega consigo a pecha de ser negacionista da própria Ciência, tanto que, já foi alvo de pedido de impeachment apresentado pelo SinMed-RJ (Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro) e pela (ABI) Associação Brasileira de Imprensa durante um episódio em que foi observado, também, como um gestor “completamente submisso” aos ditames do presidente da República, Jair Bolsonaro, que foi a público dizer ser contra a imunização infantil.
Polêmicas
Queiroga, protagonizou diversas polêmicas, inclusive de peso internacional, quando envergonhou a Paraíba e o Brasil durante viagem oficial aos Estados Unidos ao mostrar descontrole emocional e estirar os dedos do meio como forma de ofensa aos manifestantes que realizavam protestos em Nova York, nos Estados Unidos, contra o atual presidente Bolsonaro.
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A decisão em protagonizar falas e fatos polêmicos fez com que Queiroga desistisse de concorrer a algum cargo eletivo pela Paraíba nas Eleições 2022, uma vez que, por fim, teria reconhecido que o seu nome não contava com um cenário de avaliação positivo no Estado e que, portanto, sua provável candidatura, a deputado federal ou a senador, estaria fadada ao fracasso.