O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já teria “batido o martelo” e avisado ao deputado federal Cabo Gilberto Silva, presidente do Diretório Municipal do PL em João Pessoa, Capital da Paraíba, que a vaga do partido para disputar o comando da Prefeitura Municipal pessoense seria do ex-ministro da Saúde, médico Marcelo Queiroga.
A informação divulgada pelo Estadão diz ainda que, aos olhos de Bolsonaro o ex-ministro teria “mais visibilidade“.
Queiroga foi ministro da saúde durante a pandemia de covid-19, quando o governo Bolsonaro se posicionou contra a vacina. A postura do governo na pandemia é apontada no PL como responsável pela derrota para Lula nas urnas.
A iniciativa de Queiroga em apresentar o seu nome para ser o candidato da legenda em João Pessoa no pleito de 2024, deixou bolsonaristas como o deputado estadual Wallber Virgolino e o comunicador Nilvan Ferreira tão insatisfeitos que o presidente estadual do PL, deputado federal Wellington Roberto, precisou cobrar unidade dos filiados na tentativa de acalmar os ânimos na disputa interna do partido.
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Tanto Virgolino como Nilvan receberam votações expressivas no último pleito. Wallber recebeu 49.419 (quarenta e nove mil, quatrocentos e dezenove) votos ao disputar o cargo de deputado estadual sagrando-se, assim, o segundo candidato mais bem votado na Paraíba nas Eleições 2022 na corrida a um assento na Assembleia Legislativa. Nilvan Ferreira recebeu 406.604 (quatrocentos e seis mil, seiscentos e quatro) votos terminando, portanto, em terceiro lugar no 1º turno eleitoral para governador da Paraíba.
Já Marcelo Queiroga nunca disputou cargos eleitorais e é lembrado pelo público em geral por ter protagonizado escândalos nacionais e até internacionais durante passagem como ministro da Saúde na gestão de Bolsonaro.
Queiroga, protagonizou diversas polêmicas, inclusive de peso internacional, quando envergonhou a Paraíba e o Brasil durante viagem oficial aos Estados Unidos (EUA) ao mostrar descontrole emocional e estirar os dedos do meio como forma de ofensa aos manifestantes que realizavam protestos em Nova York, contra o atual presidente Bolsonaro.
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Apesar de ser médico, o ministro paraibano Marcelo Queiroga, carrega consigo a pecha de ser negacionista da própria Ciência, tanto que, chegou a ser alvo de pedido de impeachment apresentado pelo SinMed-RJ (Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro) e pela (ABI) Associação Brasileira de Imprensa durante um episódio em que foi observado, também, como um gestor “completamente submisso” aos ditames do presidente da República, Jair Bolsonaro, que foi a público dizer ser contra a imunização infantil.
Em João Pessoa especificamente, Queiroga desagradou parte expressiva da população ao autorizar a desabilitação de, pelo menos, 40 (quarenta) leitos no Hospital ProntoVida.
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Na mesma ocasião, o então ministro da Saúde, ainda desabilitou dez leitos no Regional de Cajazeiras, dez no Hospital de Trauma de Campina Grande e três no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida, também na Rainha da Borborema.
O desejo de, pelo menos, conseguir manter alguém da família nas hostes do “poder” político que conheceu após se despedir do cargo de ministro fez com que até o próprio filho, Antônio Cristóvão Neto, o “Queiroguinha”, enfiasse os “pés pelas mãos” e prejudicasse o próprio sonho de se tornar um político.
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Na ocasião, o mero fato de ser filho de ministro chegou a ser transformado em “credencial para circular por municípios do interior da Paraíba falando não só em nome do pai, mas ‘enquanto representante do governo’” mesmo que o tal filho não ocupasse nenhum cargo público.