Diariamente, a agente comunitária de saúde (ACS) Joelma Alves acorda bem cedo e se dirige à Unidade de Saúde da Família (USF) Ipiranga, no bairro Planalto da Boa Esperança, para conferir a demanda do dia e fazer o acolhimento dos usuários. Depois, ela segue para realizar as visitas domiciliares, momento em que mantém um contato mais direto com as famílias e cria vínculos com os moradores da região.
Assim como Joelma, os outros agentes comunitários de saúde da Capital trabalham, de segunda a sexta-feira, com o objetivo de promover saúde e prevenir doenças, buscando prestar um atendimento cada vez mais humanizado à população. Atualmente, a Prefeitura de João Pessoa conta com o trabalho de aproximadamente 1,2 mil profissionais ativos na categoria.
Periodicamente, eles visitam os moradores de sua área de atuação, levando orientações e também captando informações durante as visitas como, por exemplo, identificar uma mulher que não fez citológico, um homem com mais de 40 anos que ainda não realizou um exame de próstata ou uma criança que está com alguma vacina atrasada, para que providências sejam tomadas em relação ao problema identificado.
“Quando eu comecei, há 20 anos, as mulheres tinham mais resistência para ir fazer o exame citológico. Com a informatização dos dados, hoje nós conseguimos ver aquelas mulheres que estão cadastradas, mas não fizeram seus exames e precisam ser buscadas para realizar o mesmo. Com isso, o diagnóstico precoce tem ajudado a salvar muitas vidas. Durante a pandemia da Covid-19, houve resistência para aceitar a vacina, mas o vínculo do ACS com as famílias foi essencial para que aceitassem se vacinar”, recordou Joelma.
Assim aconteceu com o aposentado Joel Braziliano, 77 anos, morador do Loteamento Cidade Maravilhosa, no bairro de Gramame. “Ele só tomou a vacina contra a Covid depois que a agente de saúde convenceu e levou ele até a unidade”, contou Severina Nascimento, esposa do aposentado. “Ela sempre vem aqui, explica as coisas pra gente e até dá umas broncas de vez em quando, mas sempre pensando no bem da nossa saúde”, disse o aposentado.
Assim como o casal de idosos, a dona de casa Gerlúcia Soares também reconhece a importância do trabalho exercido por um ACS. “Moro aqui no bairro há 18 anos e gosto muito da nossa agente de saúde. Acho muito importante esse acompanhamento que ela faz”, elogiou.
Para Joelma Alves, o ACS não é apenas um profissional que visita uma residência oferecendo prevenção e atenção à saúde, mas se torna também um membro da família. “Existe uma cumplicidade e confiança, pois os usuários falam mais para o agente do que falam até mesmo para os seus familiares ou para os médicos e enfermeiras. Eles choram e sorriem com a gente, dividem tudo conosco. Nós somos a ponte que leva o usuário a entender que a prevenção pode evitar doenças que poderiam levá-lo à morte”, afirmou.
Informatização – Com o objetivo de proporcionar mais agilidade no trabalho dos profissionais e no atendimento à população com tecnologia e informatização dos serviços, o prefeito Cícero Lucena entregou, no ano passado, 1,2 mil tablets para os Agentes Comunitários de Saúde do Município. O uso dos aparelhos tem facilitado o processo de informatização da Atenção Básica e de toda a Rede Municipal de Saúde, pois os dados dos usuários ficam cadastrados de forma digital, através do prontuário eletrônico, possibilitando que o ACS tenha acesso às informações relacionadas à saúde do usuário, o que resulta numa visita de melhor qualidade.