Visando acolher e dar qualidade de vida às crianças e adolescentes vítimas de algum tipo de violência no âmbito familiar, a Prefeitura de João Pessoa, através da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (Sedhuc), disponibiliza o serviço de acolhimento para recepcionar estes menores de idade inseridos em medida protetiva.
De acordo com a coordenadora da Proteção Social Especial de Alta Complexidade da Sedhuc, Edilene Brandão Viana, atualmente 64 crianças e adolescentes estão sendo atendidos pelo serviço. Sendo 17 deles na modalidade Família Acolhedora, que é quando uma família se disponibiliza a cuidar do menor, e mais 47 em Acolhimento Institucional, onde a Prefeitura conta com quatro casas, com toda a estrutura necessária para cuidar dos jovens.
“Nós acolhemos essas crianças quando acontece alguma violação de direitos, onde a família não pode cuidar e perdeu o poder protetivo por alguma situação, como negligência, abandono, violência ou abuso sexual. Nós recebemos elas e cuidamos com todo o carinho”, contou Edilene, destacando toda a estrutura por trás do serviço.
“Os acolhidos recebem todo atendimento de acordo com suas necessidades, alimentação, acolhida, acesso à escola, rede de saúde, além de acompanhamento psicossocial. Todos os serviços de acolhimento contam com equipe técnica composta por psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, e coordenadores, onde todos trabalham para garantir o acesso aos direitos e cuidados que eles não tiveram em suas famílias de origem e sempre com a finalidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente”, explicou.
Todas as casas onde funcionam esses serviços não tem placa de identificação, se assemelham a um lar conforme a tipificação nacional dos serviços socioassistenciais. Elas ainda contam com um veículo e um motorista à disposição para auxiliar nos serviços diários.
Segundo Edilene Brandão Viana, a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania realiza o trabalho visando o retorno dos acolhidos ao ambiente familiar. Para isso, é realizado um acompanhamento especial junto às famílias para identificar se há esta possibilidade. Caso não seja possível, outro caminho é a adoção.
“A gente vai sempre priorizar a família. Se houve algum problema e a família perdeu momentaneamente aquele poder protetivo, nós vamos acolher a criança, mas na perspectiva de a rede toda trabalhar aquela família para que a criança possa voltar para o seu ambiente familiar. Tudo o que pode ser feito enquanto política pública é acionada para essa família. Ela é assistida de todas as formas e a criança só vai para a adoção se a gente não conseguir restaurar essa família”, explicou.
Serviço aprovado – Uma das crianças atendidas nas casas de acolhimento é Luciana Lima (nome fictício), de 16 anos. A jovem, que foi vítima de violência familiar, está há três meses em uma das unidades. Após passar por diversos problemas, Luciana vem recebendo todo o apoio necessário e afirmou gostar muito do local.
“Estou muito feliz e me adaptando bem aqui. Nós recebemos toda a assistência e não nos falta nada. Os profissionais são muito atenciosos e nos ajudam bastante”, avaliou.
Aluna do 9º Ano, Luciana agora se prepara para um grande desafio. Cadastrada no programa Acessuas Trabalho, ação da Sedhuc que disponibiliza ferramentas para auxiliar jovens na busca pela primeira experiência no mercado de trabalho, ela agora está bem próxima do primeiro emprego.
Luciana foi selecionada no programa Jovem Aprendiz de um banco e na próxima semana já começa a trabalhar. “Vai ser uma experiência muito legal de trabalhar, poder ganhar o meu próprio dinheiro. Estou muito animada”, contou.
Além do trabalho novo, Luciana quer focar nos estudos para garantir um futuro melhor. “Estou me dedicando bastante nos estudos. Penso em cursar Administração, já que agora vou trabalhar em um banco, ou fazer um curso de Enfermagem”, concluiu.