O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Regional de Campina Grande, que regula o serviço em mais de 50 cidades, tem atendimento para casos de emergência em saúde mental, com médico psiquiatra de plantão. Além disso, as equipes são treinadas para atuarem nestes casos, que envolvem surtos psicóticos por uso de álcool, outras drogas ou estados de profundo sofrimento mental. Esses atendimentos representam cerca de 15% do total de ocorrências do serviço.
“O objetivo desse atendimento psiquiátrico no SAMU é de tentar encontrar a forma mais segura, mais humana, mais adequada para uma situação potencialmente grave. O que motiva a família ou o paciente a nos procurar é o risco imediato por uma questão de ordem mental, risco à segurança dele ou de terceiros. E a gente tenta achar uma forma mais segura de conduzir os casos, buscando uma forma mais terapêutica para o atendimento”, disse o médico psiquiatra do SAMU-CG, Douglas Serrano.
O SAMU trabalha em parceria com forças de segurança e órgãos de trânsito para auxiliar em casos desta natureza. Além disso, há uma rede de saúde mental com o encaminhamento para os serviços adequados, a exemplo da emergência psiquiátrica do Hospital Municipal Dr. Edgley e do Ambulatório de Saúde Mental da Policlínica do Catolé.
SAMU evitou caso de suicídio – Na última sexta-feira, 17, o SAMU 192 realizou o salvamento de uma pessoa que estava em estado de profundo sofrimento psíquico e ameaçava cometer um ato extremo.
O cidadão telefonou para o SAMU 192 e informou que estava prestes a cometer o ato na Alça Sudoeste, na BR-230. O técnico auxiliar de regulação médica (TARM) manteve contato por 15 minutos com a vítima, enquanto as equipes da motolância se dirigiam para o local. Ao chegar na Alça Sudoeste, os socorristas conseguiram alertar os motoristas, retirar o rapaz da pista, estabelecer uma conversa com o paciente e, em seguida, encaminhá-lo à emergência psiquiátrica do Hospital Municipal Dr. Edgley.
“Ele entrou em contato com a gente bastante preocupado com a própria vida, chorando, desesperado, precisando de ajuda, bastante chateado com as condições que estavam ali naquele momento e queria realmente a nossa ajuda. Nós tentamos a todo custo evitar com que ele chegasse a realizar este ato, fiquei com ele o tempo todo em linha, conversamos bastante até a nossa unidade chegar e felizmente conseguimos salvá-lo. Fiquei bastante gratificado, feliz por ter ajudado a salvar essa pessoa. Esse é o nosso trabalho, salvar vidas”, disse Diendell de Oliveira.
“Quando chegamos à ocorrência, ele estava chorando, visivelmente desesperado. Chegamos, fizemos a abordagem, fomos conversando, ele foi se acalmando, chamamos a família e levamos ao hospital. Ficamos muito felizes em ajudar, pois vemos que é uma situação grave a questão emocional, a dor daquele paciente. Mas levamos ao hospital e a psiquiatria vai entrar com o tratamento correto e vai ficar tudo bem”, disse o enfermeiro da motolância Elton Wagner.
De acordo com o coordenador do serviço, todas as pessoas que estiverem em um momento de grave angústia ou em casos de surto psicótico podem e devem acionar o serviço para evitar graves circunstâncias. “Nosso serviço está aberto a toda a população, funciona 24 horas e está habilitado a atender as pessoas em estado de crise, em um momento de maior fragilidade, para tirá-lo da urgência, encaminhá-lo ao hospital para que ele possa fazer o tratamento adequado”, disse o coordenador técnico do SAMU, o médico Ismael Kim.