O Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Solidariedade negociam para formar uma federação partidária, conta a CNN Brasil.
Se as conversas caminharem e houver aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as legendas atuarão como um “partido único” nos próximos quatro anos, o que inclui, por exemplo, atuação conjunta na Câmara dos Deputados e candidaturas únicas a cargos majoritários, como às prefeituras (em 2024), aos governos estaduais e à Presidência da República (em 2026).
Na terça-feira (7), os presidentes Carlos Siqueira, do PSB, e Paulinho da Força, do Solidariedade, tiveram um encontro para discutir a possibilidade.
Para o líder do Solidariedade, há “disposição” em ingressar numa federação. À CNN, ele alega que o modelo contribuirá com a formação de chapas competitivas para os cargos legislativos nas duas próximas eleições.
Paulinho da Força mencionou ainda que as negociações para formação da federação partidária incluem também o PDT. A CNN procurou representantes do partido, que confirmaram haver tratativas para que a legenda ingresse em uma federação, mas não deu detalhes sobre quem seriam os demais integrantes.
Nesta quinta-feira (9), o PSB levará a pauta à reunião de sua Executiva nacional.
As siglas terão novas reuniões, em que regras para candidaturas e outras questões serão tratadas. Um desses encontros deve ocorrer já na próxima semana.
Como ficaria a nova bancada
Em outubro de 2022, o PSB elegeu 14 deputados federais. Já o Solidariedade, quatro.
Sem cumprir a cláusula de desempenho, que determina a eleição de 11 deputados ou 2% dos votos para a Câmara em pelo menos 9 estados, a legenda se fundiu ao Pros, que tinha três cadeiras, para garantir acesso ao fundo partidário e a tempo de propaganda eleitoral em TV e rádio. Com a fusão, são sete representantes.
Assim, a federação chegaria a 21 deputados, tornando-se a oitava maior bancada da Casa.
Já no Senado, o PSB tem quatro cadeiras, enquanto o Solidariedade não está representado.
Afinidades políticas
Nas eleições de 2022, ambas as siglas apoiaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o primeiro turno, sendo que o PSB indicou o candidato e atual vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Neste ano, ambas estão na base do governo no Congresso, e o PSB comanda três ministérios: Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com Alckmin; Justiça e Segurança Pública, com Flávio Dino; e Portos e Aeroportos, com Márcio França.
O Solidariedade não chegou ao primeiro escalão do governo, embora tenha se reunido com Lula durante a distribuição dos cargos e tentado emplacar a ex-deputada Marília Arraes (PE).