A Hemodinâmica instalada no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, sob a gerência da Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), já realizou 1 mil procedimentos minimamente invasivos desde que iniciou os atendimentos nas áreas de cardiologia intervencionista, neurorradiologia e endovascular, em 23 de agosto de 2022. A ação proporcionou mais qualidade de vida a diversos pacientes que residem na região da Borborema e municípios circunvizinhos.
Na linha cardiológica, nesses quatro meses, a equipe realizou mais de 460 procedimentos, entre cateterismos e angioplastias, que, por meio de técnicas modernas e o uso do equipamento, reduziram o trauma cirúrgico e proporcionaram uma melhor recuperação aos pacientes atendidos de forma eletiva e de urgência, como explicou o cardiologista intervencionista Rodrigo Vieira.
“Nos pacientes acometidos por infarto agudo do miocárdio (IAM), buscamos utilizar a intervenção pela via radial, no braço do paciente, próximo à região do punho, o que possibilita ter uma alta precoce e não precisar ficar internado após o procedimento. Desde a primeira paciente atendida, fizemos o uso da técnica. A senhora fez o exame e em torno de 50 minutos já estava liberada para ir para casa”, pontuou o médico.
Já na área de neurorradiologia, com cerca de 360 intervenções de alta complexidade, a identificação, avaliação e tratamento de anormalidades têm sido realizadas por meio de angiografias cerebrais e medular; angioplastias de vertebral; embolização de aneurisma cerebral, de malformação arteriovenosa cerebral, entre outras.
De acordo com o neurorradiologista intervencionista George Mendes, o Hospital de Trauma de Campina Grande já era uma referência para urgências neurológicas, com atendimento 24h. Mas vários pacientes do próprio hospital tinham de ser encaminhados para outra unidade de referência, antes da existência do serviço de Hemodinâmica, perdendo tempo para o tratamento de algumas urgências, como a doença cerebrovascular oclusiva e o acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. “Agora, com a instalação do serviço de neurorradiologia intervencionista existe uma revolução no tratamento destes pacientes que podem ser tratados em fase precoce da doença, garantindo uma melhor qualidade de vida”, observou o especialista.
Entre os beneficiados, também estão aqueles que recorrem às técnicas da endovascular, por apresentarem, em maioria, necrose nos membros inferiores. Estes atendimentos somaram-se mais de 170, entre angioplastia de membros e arteriografias, realizadas por meio da hemodinâmica, conforme esclareceu a importância do serviço, o cirurgião endovascular Eduardo Roso.
“A necrose de parte dos membros leva à infecção e a realidade anterior à implantação da hemodinâmica é que a grande maioria dos pacientes, por não ter tanta disponibilidade no SUS deste tipo de tratamento, acabava perdendo o membro todo. Aqui nós estamos fazendo o salvamento de membro, para que o paciente consiga voltar para casa, caminhar e cicatrizar aquela lesão sem nenhum problema”, relatou Eduardo Roso.
O secretário de estado da Saúde, Jhony Bezerra, afirmou que a hemodinâmica representa um grande avanço para o serviço público de saúde na região de Campina Grande. “Esse equipamento dá independência e acaba com um vazio assistencial que existia há décadas na rede pública da região com o serviço de resgate para o diagnóstico, cateterismo e angioplastia, atendendo também as regiões de Monteiro e Picuí, não precisando mais que o paciente se desloque para João Pessoa, fortalecendo a regionalização da saúde”, discorreu o gestor.
O diretor superintendente da PB Saúde, Daniel Beltrammi, ressalta o impacto positivo que o serviço de Hemodinâmica trouxe para a saúde paraibana. “Tivemos um expressivo crescimento no número de procedimentos feitos a partir dos dois primeiros meses de operação do serviço. Isso é importante, porque os pacientes deixam de precisar sair do Agreste para ir à região metropolitana de João Pessoa, o que confere duas vantagens: capacidade de acesso ao procedimento em tempo hábil e garantia de tratamento perto de suas casas. É a garantia de cuidado adequado no tempo certo, e perto do seu território de saúde. Isso transforma a vida das pessoas para melhor”, disse.
Como ter acesso – Para ter acesso à realização de exames e procedimentos na Hemodinâmica do Hospital de Trauma de Campina Grande, os usuários precisam ser regulados, sejam de urgência ou eletivos, ou seja, o paciente precisa dar entrada em uma alguma unidade de saúde do seu município e a regulação realiza contato para análise do perfil e devido encaminhamento. A Fundação PB Saúde também administra outras duas Hemodinâmicas, que estão localizadas respectivamente no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa; e no Hospital Regional Janduhy Carneiro, em Patos.
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