O sistema de abastecimento de água poderá contar com a Inteligência Artificial como nova aliada para combater vazamentos de água em João Pessoa, Capital da Paraíba, impactando cerca de 820 mil pessoas.
De acordo com estas informações publicadas pela Folha, identificar e prever vazamentos na rede foi o desafio aceito pelo então bolsista do Laboratório de Eficiência Energética e Hidráulica em Saneamento (LENHS) da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) Thommas Flores.
“Com a IA (inteligência artificial) dá para pegar o padrão de consumo de um sistema de abastecimento e compará-lo ao consumo de qualquer instante, e assim identificar vazamentos”, diz Flores, hoje mestre em engenharia elétrica.
O projeto já criou um algoritmo e está sendo testado na rede de água do laboratório da UFPB. Há planos de aplicar o sistema na rede de João Pessoa (PB).
Números
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 40% da água destinada ao consumo é perdida na distribuição. Seria o suficiente para abastecer cerca de 66 milhões de pessoas em um ano, quase o dobro dos 35 milhões de brasileiros sem acesso a água potável. A inteligência artificial pode mudar esse cenário.
Lentidão
O trabalho para encontrar vazamentos é lento e pouco eficiente. As empresas de abastecimento usam um geofone, aparelho eletrônico com um sistema acústico, que funciona como espécie de “estetoscópio de asfalto”, capaz de “escutar” o ruído dos canos e assim detectar os vazamentos.
Em geral, as perdas de água ocorrem ao longo da rede e dos ramais de distribuição, frutos de vazamentos nas tubulações ou de problemas como má calibração dos hidrômetros, erros de leitura, fraudes e ligações clandestinas.