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Governo Bolsonaro extingue conselho fiscal e comitês de participação indígena da Funai

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O governo de Jair Bolsonaro (PL) extinguiu o Conselho Fiscal e os comitês regionais da Funai (Fundação Nacional do Índio) e retirou de seu estatuto as atribuições das frentes de proteção e das coordenações regionais e técnicas —três instâncias de atuação próxima às comunidades indígenas.

De acordo com esta matéria originalmente publicada pela Folha, as mudanças assinadas pelo presidente são alguns dos pontos de uma reestruturação interna do órgão publicadas no Diário Oficial da União do último dia 7.

Segundo pessoas da fundação ouvidas pela reportagem sob anonimato, o receio maior é de que as mudanças, sobretudo a extinção de alguns órgãos ou de suas atribuições, representem mais um passo do governo no desmonte da Funai

Procurado por meio de sua assessoria de comunicação, o órgão afirmou que as mudanças visam “melhorar a qualidade do serviço público federal mediante revisão e modernização da gestão de cargos em comissão”.

Ainda segundo a Funai, as atribuições do conselho fiscal serão passadas para o setor de auditoria e que “não há previsão de alteração na estrutura organizacional ou finalidade das unidades descentralizadas”, como as frentes de proteção.

A nota diz ainda que o fim dos comitês regionais se dá em decorrência do decreto de Bolsonaro que, em 2019, extinguiu centenas de conselhos federais, e não informa como ou se as atividades destes órgãos serão mantidas de outra maneira.

Desde que Bolsonaro assumiu o Executivo, em janeiro de 2019, não foram realizadas novas demarcações de terras indígenas, diversos militares ganharam cargos na fundação e orçamento e quadro de servidores foram reduzidos.

Por outro lado, cresceram relatos de perseguição e assédio moral contra servidores e explodiram as denúncias de garimpos, invasões e outros tipos de violência em territórios indígenas.

Na segunda-feira (10), a deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) protocolou proposta de um decreto legislativo que pede a revogação da reestruturação —o texto teria que ser aprovado pela Câmara e pelo Senado para conseguir reverter a decisão da Presidência.

“O desmonte já vinha sendo efetivado, mas com a publicação [das medidas], foi oficializado do ponto de vista normativo. E isso foi feito, claro, sem consultar os povos indígenas, num claro desrespeito ao direito deles de serem ouvido”, diz o advogado Eloy Terenã, da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

“Embora, em tese, seja uma adaptação da estrutura, a gente recebe com muita desconfiança. Ainda mais porque não tem diálogo, nem com os servidores, nem com os indígenas”, afirma Fernando Vianna, presidente da INA (Indigenistas Associados).

Segundo a avaliação de pessoas da Funai e do movimento indigenista, tanto o conselho fiscal como os comitês regionais, extintos pela reestruturação do início do mês, já eram instâncias que funcionavam precariamente desde antes da gestão Bolsonaro, mas que tinham importância.

O órgão fiscal, por exemplo, é responsável por realizar a governança e o controle das contas da entidade, mas era pouco atuante. Os comitês regionais, por sua vez, seriam órgãos espalhados pelo país destinados à participação social das comunidades indígenas na definição das políticas da Funai, mas que dificilmente conseguiam desenvolver esse papel.

Segundo o site da entidade, os comitês são instâncias regionais de planejamento, articulação, gestão compartilhada e controle social, na qual “indígenas, servidores da Funai e de outros órgãos do governo federal planejam, em conjunto, as ações da coordenação regional, acompanham sua execução e avaliam os resultados da política indigenista”.

“A ausência dessas instâncias administrativas aumenta a omissão, deixa um vácuo institucional. Se você não tem um canal institucional para receber demandas [dos povos indígenas], é uma forma também de você dar invisibilidade a essas demandas”, afirma Terenã.

Já as atribuições das coordenações regionais, das frentes de proteção etnoambiental e das coordenações técnicas locais foram suprimidas do estatuto da Funai. Os três órgãos são instrumentos de atuação local, responsável tanto pela parte administrativa quanto pela fiscalização.

O indigenista Bruno Pereira, por exemplo, antes de ser coordenador do setor de povos isolados, chefiou a frente de proteção do Vale do Javari —região onde foi assassinado em junho deste ano.

Já as coordenações técnicas são braços da fundação que costumam ficar dentro das próprias terras indígenas e em contato direto com as comunidades. As coordenações regionais, por sua vez, centralizam e organizam a atuação em cada área.

A falta de discriminação, no estatuto, das atribuições de cada um desses órgãos, não impede que eles continuem atuando normalmente.

Contudo, dizem representantes do movimento indígena, pode significar um vácuo de responsabilidade —é comum, por exemplo, que ações na Justiça que denunciam, por exemplo, omissão por parte da Funai usem estatuto para fundamentar sua argumentação.

“Chama muito a atenção que, no novo estatuto, não há menção às atribuições da entidade quanto a esses órgãos descentralizados. Não dá para entender por que”, diz Vianna, da INA.

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Comissão de Previdência aprova projeto que valoriza e beneficia Assistentes Sociais

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Comissão de Previdência, Assistência Soc02ial. Infância, Adolescência e Família aprovou, nesta quarta-feira (27/11), o Projeto de Lei nº 2635/2020 do líder do PSB na Câmara, Gervásio Maia (PB), que institui o Dia Nacional do Assistente Social e garante direitos trabalhistas fundamentais para os profissionais da área. O texto segue para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

A proposta altera a lei que regula a profissão de Assistência Social no Brasil. “Precisamos reconhecer e valorizar o importante trabalho desempenhado pelos assistentes sociais. Tradicionalmente, o Dia do Profissional de Assistência Social é celebrado em 15 de maio, como uma forma de homenagear esses profissionais que dedicam suas vidas à promoção da justiça social e ao apoio aos grupos mais vulneráveis da sociedade.”

Garantia de direitos:

O projeto de Gervásio busca aperfeiçoar a regulamentação da jornada de trabalho dos profissionais de assistência social vinculados à administração pública. A Lei nº 12.317/2010, que estabeleceu a jornada de 30 horas semanais, gerou controvérsias quanto à sua aplicação ao serviço público, devido à menção específica a “contrato de trabalho”. Para evitar dúvidas, a nova legislação normatiza a jornada de 30 horas também para os assistentes sociais do serviço público.

Outra medida importante prevista no texto é a garantia de um desconto de 50% sobre a anuidade dos profissionais de Assistência Social em anos de emergência de saúde pública, decorrente de pandemia reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O objetivo é oferecer suporte aos profissionais que enfrentam desafios adicionais durante crises sanitárias, como a pandemia de COVID-19.

“Os assistentes sociais desempenham um papel crucial no serviço público, sendo responsáveis por planejar, executar, monitorar e avaliar ações que visam atender às necessidades sociais, como desemprego, moradia, violência, desigualdade social, saúde e educação”, reforçou o líder do PSB.

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Daniella Ribeiro recebe apoio do IFPB ao programa Antes que aconteça

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Redação do Portal da Capital

A senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) vai contar com o apoio do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) par divulgar no estado o programa “Antes que Aconteça”, que combate a violência contra a mulher. Ela recebeu em seu gabinete em Brasília, a reitora do IFPB, Mary Roberta Meira Marinha, e 18 diretores-gerais dos campus do instituto. “Acredito que a educação pode construir essa mudança de mentalidade no nosso país e, particularmente, na nossa região. Precisamos diminuir os registros de violência contra a mulher”, disse a senadora.

Durante o encontro, a senadora explicou como funciona o programa, criado por ela no ano passado, quando presidiu a Comissão Mista do Orçamento. A senadora informou que já foram liberados R$ 9 milhões para construir 23 salas lilás nas delegacias de polícia da Paraíba para acolher as mulheres vítimas de violência doméstica. Estes locais vão apoiar as cinco Delegacias da Mulher que já existem no Estado.

A senadora disse ainda aos educadores que é importante construir soluções para apoiar às mulheres no interior do estado que não têm infraestrutura para registrar as queixas. Uma alternativa, segundo ela, será criar unidades instaladas em ônibus para dar assistência às vítimas. Na Paraíba, a coordenadora estadual do Antes que Aconteça, é a segunda-dama Camila Mariz. “A presença de Camila neste programa é importante porque sua mãe foi vítima de um feminicídio. Ela tem o poder de fala”, disse Daniella.

A reitora do IFPB, Mary Roberta Meira Marinho disse que é possível pensar uma parceria para atender o programa. “Pode contar conosco para divulgar e ver as possibilidades de apoiar o programa”, disse. A reitora veio a Brasília com os diretores gerais de 18 campus para pedir recursos para melhorar a infraestrutura das unidades do IFPB.

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Paraíba adere ao Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios e inicia Plano Estadual de Prevenção

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Redação do Portal da Capital

O Estado da Paraíba aderiu ao Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios e dá o primeiro passo oficial de início ao Plano Estadual de Prevenção aos Feminicídios.

A adesão se deu durante o Encontro de Gestoras Estaduais de Políticas para as Mulheres, realizado pelo Ministério das Mulheres na terça-feira (26/11), em Brasília, com o o objetivo de estabelecer um fluxo coordenado para envio, recebimento e monitoramento de denúncias feitas à Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.

Além da Paraíba, outros 18 Estados e o Distrito Federal também aderiram ao Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios. Com a assinatura do acordo junto ao Ministério das Mulheres, as Unidades Federativas iniciam a construção dos Planos Estaduais de Prevenção aos Feminicídios com o objetivo de diminuir os casos de feminicídios no país. São eles: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins.

Instituído em agosto de 2023, pelo Decreto nº 11.640/2023, o Pacto conta com 73 ações governamentais intersetoriais, com a perspectiva de gênero e suas interseccionalidades, que têm como objetivo prevenir todas as formas de discriminação, misoginia e violência de gênero contra mulheres e meninas.

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) também firmou acordo de cooperação com o Ministério das Mulheres com o objetivo de assegurar o encaminhamento ágil e eficiente das denúncias às unidades competentes do Ministério Público, garantindo que cada caso receba a devida atenção e encaminhamento adequado. A parceria também busca fortalecer a coordenação e a execução dos acordos regionais, além da ampla divulgação dos canais de atendimento do Ligue 180, destacando a inclusão de recursos acessíveis, como a possibilidade de videochamadas em Libras, ampliando o alcance e a acessibilidade para mulheres com deficiência auditiva.

O principal objetivo dos ACTs é fortalecer a rede de atendimento e proteção às mulheres vítimas de violência nos estados, integrando esforços entre governo federal, governos estaduais e Ministério Público, a fim de garantir que as denúncias sejam tratadas com eficiência e que as vítimas recebam o suporte necessário de forma ágil e eficaz.

Após a formalização dos ACTs, o Ligue 180 realizará, no dia 09 de dezembro, a capacitação dos pontos multifocais de cada estado, concretizando mais uma etapa em direção à ampliação da Central Ligue 180. A colaboração entre as entidades envolvidas promove um sistema mais robusto e integrado, melhora a resposta das autoridades e assegura um atendimento mais adequado e coordenado, refletindo compromisso com a segurança e a justiça para as mulheres em situação de violência.

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