As cortinas estão abertas para as apresentações teatrais que estão sendo realizadas pela Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa (Sedec-JP), por meio da Diretoria de Ensino, Gestão e Escola de Formação (Degef) e do projeto ‘Cordel na Sala de Aula’. Na manhã desta sexta-feira (7) os alunos das Escolas Municipais Professora Anayde Beiriz, Padre Pedro Serrão, Educador Francisco Pereira da Nóbrega e dos Centros de Referência de Educação Infantil (Creis) Santa Clara e Vera Lúcia Santana Neiva se apresentam no auditório do Centro Administrativo Municipal (CAM), em Água Fria. As apresentações seguem no turno da tarde, das 14h às 16h, e fazem parte do processo de formação em literatura de cordel dos professores.
“Nós queremos difundir a cultura popular observando que a poesia tem um tom genuíno com a própria terra. Este ano estamos focando no Teatro Popular Brasileiro, revelando a poesia através de dramatizações, declamações, cantorias e brincadeiras populares impulsionadas pela obra teatral e literária do escritor e diretor paraibano Ariano Suassuna”, explicou a coordenadora do projeto da Sedec, Sayonara Gomes de Oliveira.
O projeto foi trabalho nas escolas através da música, da dança, visitas a museus, muitas pesquisas principalmente por parte dos professores que tiveram que buscar dinâmicas diferenciadas.
O grupo de teatro da Escola Padre Pedro Serrão se apresentou levando o tema ‘Incomoda que só a gota’ onde o centro principal é a seca, a forma como Ariano Suassuna enxerga a seca no Nordeste.
Eles pesquisaram sobre como Ariano Suassuna enxergava a seca, sobre a seca de 58 que atingiu o Nordeste e discutiram a questão dentro de um processo Armorial.
A paleta de cores do espetáculo é toda numa tonalidade de terra, de riacho seco. As maquiagens nos rostos representam as rachaduras de um açude completamente seco. Tudo dentro de um processo artístico pedagógico.
“Queremos mostrar para esses garotos e essas garotas como é interessante buscarmos novos conhecimentos. Quando você apresenta o cordel brasileiro dentro da escola, e como conteúdo e de forma encantadora, eles começam a desenvolver um pensamento e entender que a gente precisa estudar não para tirar 10, mas para obter novos conhecimentos. Ficamos muito realizados com o resultado desse conhecimento obtido por eles. São 53 crianças envolvidas em todo o processo na escola, mas na apresentação foram 33 alunos envolvidos”, disse com orgulho o professor de Teatro, Flávio Ramos.
E a aluna Ana Victoria Lima da Silva, do 8º ano da Escola Municipal Padre Pedro Serrão, é testemunha dessa obtenção do conhecimento e de um olhar voltado para o nordeste.
“Todo o texto é muito importante. As pessoas precisam entender que o nordestino não sofre só com a seca da água, e sim com a seca da miséria, da pobreza, como o Sertão é desemparado. E Ariano falava muito sobre o real Nordeste. É foi importante porque podemos conhecer um pouco mais sobre isso para transmitirmos conhecimentos para outras pessoas. Passei a conhecer mais do nosso Nordeste que eu nem conhecia e nem me importava”, revelou a aluna.
As apresentações tiveram início na quinta-feira (6) no Teatro Ednaldo do Egypto, no bairro de Manaíra, e seguem durante todo o mês de outubro nas próprias escolas da Rede.