Em 4 de outubro é comemorada duas importantes datas para o Meio Ambiente, sendo estas o Dia Mundial dos Animais e a de São Francisco de Assis, que, por seu amor a natureza, ficou conhecido como padroeiro dos animais. Em João Pessoa, o zoológico do Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), administrado pela Prefeitura, é responsável por acolher e cuidar de animais silvestres e exóticos, vítimas de tráfico e cativeiro, que não podem ser inseridos de volta à natureza.
Atualmente, o zoológico conta com cerca de 400 animais, entre pequenos e grandes mamíferos, aves e repteis, tanto silvestres, como exóticos. O chefe do setor de zoológico e médico veterinário, Thiago Nery, explica que os animais do plantel, chegam por via de outros zoológicos ou são animais resgatados de apreensão de tráfico, e em situações que não permitem retorno à natureza. “Então, através do trabalho do Batalhão da Polícia Ambiental, órgãos ambientais estaduais e o Instituto de Recursos Renováveis – Ibama, quando há um animal em situação de risco, ele pode ser destinado ao zoológico. Ao longo desse ano nós recebemos onças pardas, araras, papagaios, jandaias, sabiás, patos, catetos, gato-do-mato, sendo este um animal ameaçado de extinção, que inclusive teve filhote recentemente, além de furão, jacarés, serpentes exóticas, tamanduá-bandeira, veado, tamanduás-mirins e seriemas”, relata Nery.
O veterinário explica ainda que, na maioria dos casos, os animais chegam com algum tipo de desnutrição, sendo o problema maior dos animais vítimas de tráfico, a dieta inadequada. “As pessoas criam os animais sem noção alguma das necessidades básicas da espécie, além desse problema, recebemos animais que são vítimas de traumas, sejam por choque em rede elétrica, atropelamentos, ou outros casos, mas, geralmente, são politraumatizados, então recebemos esses animais, fazemos a triagem, os exames necessários e damos o suporte médico veterinário para cada um, respeitando o período de adaptação deles, que vão para os recintos”, explicou.
Nascimentos – Além da chegada de animais, o zoológico registrou vários nascimentos ao longo do ano, como o de dois bugios, dois guaxinins, um gato-do-mato e o do macaco-galego, da espécie Sapajus flavius, fruto de reprodução natural. O veterinário ressalta a importância da reprodução em cativeiro dessa espécie de primata. “Na natureza, ele tornou-se raro, sendo uma das espécies de primatas mais ameaçadas e tida como ‘criticamente em perigo’, pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), então formamos um plano para reprodução desse animal, considerando estrutura física e o trabalho necessário da equipe do zoológico para chegar ao nascimento dele, sendo esta, uma das funções do zoológico, a conservação de espécies”, destacou Thiago Nery.
O diretor do Parque, Rodrigo Fagundes, lembra que o Parque é não apenas um espaço de lazer, mas o de acolhimento aos animais e de educação ambiental. “Aqui recebemos milhares de estudantes que, nesse contato direto com a natureza, percebem a importância de preservar cada espécie”, ressaltou o diretor.