A exatos 13 (treze) dias para as Eleições 2022 já se tem notícias de trocas de tapas e aparição surpresa de candidato em comício de base eleitoral adversária distribuindo sorrisos e simpatias, logicamente, por se sentir “em casa”.
Os últimos dias de campanha para as Eleições 2022, pleito já considerado um dos mais atípicos de toda a história ao longo dos anos de Democracia no Brasil, prometem render muitas notícias.
Neste fim de semana, por exemplo, duas delas chamaram muita atenção, a primeira tratou do registro de mais um desentendimento entre integrantes de uma mesma base aliada na Paraíba, dessa vez, a confusão, com direito a troca de tapas, foi registrada em Guarabira, durante um comício do grupo governista. A confusão, para ilustrar a ‘pobreza’ do momento, se deu – pasmem! – porque um dos candidatos não respeitou a ordem de fala do outro.
Na ocasião, agora dando nome aos ‘bois’, o candidato a deputado estadual Célio Alves (PSB), não se sabe se de modo proposital ou não, preferiu ignorar a ordem de fala no palanque e passar o microfone que estava em suas mãos para o deputado federal Gervásio Maia (PSB) que tenta reeleição no cargo que ocupa, em Brasília.
O nome da vez, que era o do candidato a deputado estadual Renato Meireles (PSB), não gostou, foi tomar satisfações, uma outra pessoa também não gostou e, a partir daí, a confusão se fez até a chegada da Polícia. Ali, nomes que deveriam servir de exemplo -nem que fosse para ganhar voto!- protagonizaram uma situação desnecessária, um verdadeiro vexame que colocou situação e oposição num mesmo nível baixo onde troca de tapas, descortesia, deselegância e violência estão ‘à mão’.
E não me venham dizer que esse é o tal do “fato isolado”, até porque, nesta campanha, a principal luta já é contra a violência de tanto que ela ganhou palco dentre eleitores e dentre políticos.
Já a segunda notícia trata do registro da presença de um candidato da chamada ‘oposição paraibana’ marcando presença no comício da base governista realizado no município de Piancó. A surpresa foi tanta que até a locutora do evento, por um momento, atrapalhou-se e chamou o nome do ‘oposicionista’ ao pedir votos para o candidato da base.
O oposicionista foi, ninguém mais ninguém menos que, o candidato ao Senado, Bruno Roberto (PL), filho de Wellington Roberto (PL) que, por sua vez, é apontando por muitos como sendo o ‘braço direito’ do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, e o maior representante do bolsonarismo na Paraíba.
A aparição de Bruno, soltando sorrisos e simpatias no comício da base governista, serviu, principalmente, para confirmar comentários de bastidores que questionavam a ‘oposição raíz’ dos ‘Robertos’.
Ao final das contas, no fundo -e nem precisa ser tão lá no fundo!- as campanhas eleitorais não surpreendem e, muito menos acontecimentos como estes. Isso porque, cada vez mais, percebe-se que muitos nomes que se candidatam fingem abraçar um projeto social e coletivo, quando, na realidade trabalham de modo discreto – e, por vezes, nem tanto! – para a consolidação de um projeto puramente pessoal.
A falta de interesse da maioria esmagadora do eleitorado brasileiro em compreender a verdadeira política, seja gerada por decepção ou por ignorância, impulsionada especialmente pela não compreensão sobre o sistema político, a preguiça de pesquisar sobre o histórico do candidato e até mesmo pela carência afetiva do eleitor que se apaixona por meras ‘palavras bonitas’, leva muitos eleitores a votar sem a menor consciência do que, realmente, está fazendo… e o resultado é disso a pior…
O pleito ainda não aconteceu… então, torçamos por menos violência e por mais consciência sobre o que devemos e precisamos buscar enquanto eleitores que somos.