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Siglas vão ao TSE contra uso político do 7 de Setembro por Bolsonaro; juristas veem abuso de poder

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As áreas jurídicas das campanhas dos presidenciáveis já começaram a acionar a Justiça Eleitoral apontando suposto uso político, pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), durante os atos em comemoração ao bicentenário da Independência. Especialistas ouvidos pelo Estadão consideram que Bolsonaro pode responder por abuso de poder econômico e político por usar recursos públicos para promover um ato de campanha durante as celebrações cívicas do 7 de Setembro.

Na véspera das manifestações, o PDT, partido de Ciro Gomes, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que investigasse se a campanha de Bolsonaro usou recursos para patrocinar apoiadores na Esplanada. A legenda, diz esta matéria originalmente publicada pelo Estadão, entrou com ação contra Bolsonaro, seu candidato a vice, Walter Braga Netto, o PL e a coligação “Pelo bem do Brasil” – integrada também pelas siglas Republicanos e Progressistas. O pedido foi negado pelo ministro Raul Araújo, que não viu elementos mínimos para iniciar uma apuração. A equipe jurídica do partido prepara uma nova ação pelos atos de hoje, que deve ser protocolada nas próximas horas.

A senadora Soraya Thronicke, candidata do União Brasil à Presidência, afirmou no Twitter que vai pedir que o tempo de TV e rádio de Bolsonaro seja redistribuído aos demais concorrentes. “Um dos pedidos da nossa ação judicial quanto ao que Bolsonaro fez no 7 de Setembro, vai ser o corte de seu tempo de TV e rádio na propaganda eleitoral. Ainda vou pedir que este tempo seja redistribuído entre os demais candidatos à Presidência, para que a equidade seja respeitada”, afirmou.

Integrante da coordenação da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que vai acionar o TSE com uma representação para investigar se o presidente abusou da máquina pública. Nas redes sociais, o parlamentar disse ver “atos explícitos de campanha”.

A coligação Brasil da Esperança, da candidatura petista, também vai entrar com uma ação atribuindo abuso de poder econômico e político a Bolsonaro. A campanha de Lula vai alegar que o presidente usou as comemorações oficiais do bicentenário da Independência como palanque eleitoral.

Antes dos atos, o Ministério Público Federal (MPF) já havia aberto um inquérito civil para que o governo Bolsonaro adotasse “medidas de prevenção” para que o ato oficial do Executivo e o desfile cívico na Esplanada dos Ministérios, “não se confunda com ato de natureza político partidária”. A solicitação foi remetida, por ofício, ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Procurado, o governo federal não se posicionou até a publicação da reportagem.

A avaliação de juristas e procuradores é a de que a data foi usada como palanque político. Uma procuradora com experiência na área eleitoral, ouvida reservadamente pelo blog, disse que o ponto mais problemático é a “confusão” entre os eventos oficiais e os atos de campanha.

“Em Brasília, Bolsonaro quis separar simbolicamente, tirando a faixa presidencial. É pouco. No Rio de Janeiro está piorando”, afirma. “A convocação para as manifestações sempre foi pela propaganda [da campanha].”

O advogado Volgane Carvalho, secretário-geral da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), afirma que é preciso considerar o contexto das manifestações. Ele avalia que o desfile cívico-militar foi usado para promover o ato eleitoral do presidente.

“Se você olha a manifestação deslocada do contexto, foi um discurso realizado depois do evento oficial, em um trio elétrico particular. Isso não configuraria, em tese, nenhum problema. Mas quando a gente olha em um contexto maior, o fato é que houve um evento oficial, que atraiu muita gente, com dispêndio de recurso público para criar uma superestrutura. Quase no mesmo espaço, você teve um evento de campanha particular, cuja repercussão e o alcance se devem em grande parte ao evento que veio antes”, explica.

Para Carvalho, não há irregularidade nos discursos do presidente, que baixou o tom em relação ao ano passado. Na avaliação do advogado, os pedidos de voto, no entanto, deixam claro que o discurso teve natureza político-eleitoral.

“Falou em vitória, em votar certo, em impedir que alguém volte ao poder e outras expressões. Naquele contexto, ficou muito nítido que o que estava acontecendo ali era um ato de campanha, com pedido de voto, inclusive um pedido da mobilização dos eleitores para convencer outras pessoas a aderirem aquela campanha”, afirma.

O advogado Cristiano Vilela, que é especialista em Direito Público e também integra a Abradep, também vê uso do evento oficial para promover a candidatura bolsonarista.

“Quando se trata do evento oficial, organizado pelo cerimonial do Palácio do Planalto, é um evento institucional e Bolsonaro estava no papel de presidente. O discurso não é o problema, mas ele começou a extrapolar, com falas de conteúdo político-eleitoral. Aí sim ele extrapolou os limites e começou a fazer campanha eleitoral dentro de uma estrutura indevida. Ali eu vejo que de fato ele ultrapassou os limites estabelecidos na legislação”, defende.

A advogada Juliana dos Santos, doutora em Teoria do Estado pela USP e conselheira da Associação de Advogados de São Paulo (AASP), diz que o presidente aproveitou a celebração do bicentenário da Independência para “movimentar a máquina pública a favor da sua campanha”, o que em sua avaliação cria uma situação de desequilíbrio eleitoral.

Em seu discurso em Brasília, Bolsonaro comparou Lula com o lado “mal” e afirmou que o País estava “à beira do abismo, atolado em corrupção e desmandos”. O presidente ainda convocou os milhares de apoiadores presentes a irem ao ato pela defesa da “liberdade”.

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Efraim é relator de projeto para tornar punição mais severa em crimes de roubo de fios de cobre

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Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (22), o senador Efraim Filho (União-PB) se manifestou sobre sua relatoria ao Projeto de Lei nº 3780, de 2023, que aumenta o rigor da legislação penal para coibir novos crimes de furto, roubo, estelionato, receptação e interrupção de serviço telefônico, e outros de utilidade pública.

O parlamentar disse que é preciso aumentar as penas e incluir na legislação a proteção de bens jurídicos caros à sociedade como, por exemplo, roubos e furtos de cabos e equipamentos de telecomunicações.

“A população não pode ficar à mercê desses bandidos que prejudicam a coletividade, colocando em risco a segurança de todos e gerando estragos irrecuperáveis. O código penal precisa ser atualizado para evitar uma legislação branda para esses delitos. Não dá para ficarmos lenientes com crimes dessa natureza”, desabafou.

Efraim relembrou, ainda em tom de indignação, a recente invasão e o roubo de fios de cobre na Paraíba que afetou a distribuição de água na Região Metropolitana de João Pessoa afetando cerca de 760 mil pessoas.

“Hoje, existem quadrilhas criminosas especializadas que operam de forma criteriosa na subtração de equipamentos de alto valor, como cabos de cobre e baterias. Essas ações infratoras comprometem, muitas vezes com danos irreparáveis, serviços de utilidade pública como emergências médicas”, disse.

Em 2023, mais de 5,4 milhões de metros de cabos de telecomunicações foram subtraídos, um aumento de 15% em relação a 2022, e mais de 7,6 milhões de clientes tiveram seus serviços interrompidos.

“Nosso trabalho legislativo vai ser firme no sentido de punir severamente esses criminosos. O PL 3780 definirá como crime qualificado, com penas mais rigorosas, e não mais como crime comum, o furto e roubo de celulares e de cabos de energia elétrica e telecomunicações ou outros que afetem serviço essencial,” concluiu.

O relatório já está em fase de conclusão e será apresentado em breve pelo parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

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Relatório final da PF aponta Bolsonaro como “líder da organização criminosa” em tentativa de golpe

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O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal (PF) sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “líder” do grupo de 37 pessoas que, de acordo com a PF, organizou um plano para mantê-lo na Presidência após a derrota nas urnas para o presidente Lula (PT).

O documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21), relata que Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” a organização criminosa apontada pela investigação. A Polícia aponta, ainda, que, apesar de transitar em todos os núcleos, “atuou diretamente na desinformação e ataque ao sistema eleitoral”.

Indiciados

Após um ano e dez meses de investigação, a PF indiciou nesta quinta-feira (21/11) o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas nesse inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil e plano de assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Morais.

Também estão entre os indiciados alguns ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa e Casa Civil).

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid também está na lista, além do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

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Comissão analisa emendas a reforma dos processos administrativo e tributário

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A comissão temporária encarregada de modernizar os processos administrativo e tributário (CTIADMTR) voltará a analisar três projetos que aprovou em junho e que, depois, receberam emendas no Plenário do Senado. A reunião da comissão está marcada para quarta-feira (27/11), a partir das 14 horas. O relator das três projetos é o senador paraibano Efraim Filho (União Brasil).

As propostas vieram de anteprojetos apresentados por juristas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e depois formalizados como projetos de lei. Elas haviam sido aprovadas em decisão terminativa e iriam direto para a Câmara dos Deputados, mas receberam recurso de senadores para que fossem analisadas também em Plenário. Ao todo, os três projetos receberam 79 emendas dos parlamentares, que devem ser analisadas pela CTIADMTR.

Um dos projetos que retornou para análise é o da reforma da Lei de Processo Administrativo (LPA — Lei 9.784, de 1999). O PL 2.481/2022 foi aprovado na forma de um substitutivo para instituir o Estatuto Nacional de Uniformização do Processo Administrativo. Serão analisadas 29 emendas apresentadas em Plenário.

Outro projeto é o de novas regras para o processo administrativo fiscal federal (PL 2.483/2022), que também foi aprovado como substitutivo. O texto incorporou os conteúdos de dois outros projeto que estavam em análise na comissão: o PL 2.484/2022, que tratava do processo de consulta quanto à aplicação da legislação tributária e aduaneira federal, e o PL 2.485/2022, que dispunha sobre mediação tributária na cobrança de dívidas fiscais. A comissão votará 36 emendas ao projeto.

O terceiro é o PL 2.488/2022 que cria a nova Lei de Execução Fiscal. O objetivo do texto é substituir a lei atual (Lei 6.830, de 1980) por uma nova legislação que incorpore as inovações processuais mais recentes e ajude a tornar a cobrança de dívidas fiscais menos burocrática. Foram apresentadas 14 emendas.

Comissão

As minutas dos projetos foram elaboradas pela comissão de juristas criada em 2022 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. A comissão foi presidida pela ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Depois, os textos foram apresentados como projetos de lei por Pacheco e remetidos para uma nova comissão, constituída por senadores. O senador Izalci Lucas (PL-DF) presidiu o colegiado.

Fonte: Agência Senado

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