Um lugar de acolhimento, que ajuda a salvar vidas. É com essa proposta que a Prefeitura de João Pessoa disponibiliza para vítimas de violência doméstica o Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra (CRMEB). Em 15 anos de prestação de serviço, o lugar já atendeu mais de seis mil mulheres, que receberam esse apoio por meio de uma equipe intersetorial.
“Nenhuma das seis mil mulheres atendidas durante esse tempo de funcionamento do Centro foi vítima de feminicídio. Todas tiveram sua dignidade resgatada. Isso tem um grande significado para nós, porque conseguimos salvar mais de seis mil vidas”, enfatizou coordenadora do Centro, Liliane Oliveira.
O Centro da Mulher funciona na rua Afonso Campos, nº 111, no bairro do Centro, e é administrado pela Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para Mulheres (SEPPM). No local, que funciona de segunda à sexta, das 8h às 17h, as mulheres recebem atendimento especializado na área social, psicológica, jurídica, além de participar de terapia holística e de atividades de arte-educação.
“É um trabalho de muita dedicação às vítimas de violência doméstica que procuram atendimento e assistência. O espaço é de extrema importância para continuar combatendo os crimes contra as mulheres. É a prova de todo o esforço da equipe da Prefeitura que atua no Centro de Referência”, destacou Nena Martins, secretária da Mulher de João Pessoa.
O espaço, que completa 15 anos de funcionamento no próximo dia 14, é um lugar onde as mulheres são acolhidas, orientadas e encaminhadas para a Rede de Atendimento, por meio de uma ação intersetorial. Cerca de 100 mulheres são atendidas mensalmente no serviço.
A usuária Ida Maria Batista, que por anos sofreu violência doméstica, relata que residia em outro estado quando foi informada por uma amiga do serviço oferecido e decidir vir morar em João Pessoa.
“Me livrei da morte. O Centro de Referência da Mulher foi um presente de Deus na minha vida. Fui acolhida como nunca havia sido em toda a minha vida. Hoje constitui uma nova família, tenho um trabalho digno que me deu independência financeira e aconselho todas as mulheres que sofrem violência doméstica a fazerem a mesma coisa. Procurem o Centro de Referência da Mulher”, afirmou.
A coordenadora do Centro reforça que o serviço é essencial para que todas as mulheres, a partir de 18 anos, possam encerrar o ciclo de violência. “O lugar da denúncia é a delegacia. O Centro de Referência é o lugar do acolhimento. Temos uma equipe multidisciplinar com psicólogas, advogadas e terapeutas holísticas para fazer o acompanhamento”, enfatizou Liliane Oliveira.
Demanda espontânea – Depois de prestar a queixa na delegacia especializada, a mulher pode procurar o Centro de Referência espontaneamente ou por orientação da própria autoridade policial. Lá, ela será acolhida e receberá atendimento especial para a superação do ciclo da violência. O Centro disponibiliza o telefone 0800 283 3883 para mais informações.
Confira os serviços oferecidos no local:
-Social: Acolhimento à mulher em situação de violência, identificando suas necessidades e encaminhando para os serviços da rede;
-Psicológico: Oferece suporte emocional na perspectiva do rompimento do ciclo de violência e da redução dos danos emocionais causados pela violência vivenciada, através da psicoterapia grupal e individual, de atividades em grupo, articulado aos setores internos e/ou externos;
-Jurídico: Acompanha as ações penais junto à Polícia e Justiça, além de orientar sobre os direitos das mulheres;
-Arte-educação: Resgate do potencial criativo, estimulando a autonomia e transformação através de atividades artísticas individuais ou em grupo;
-Terapia holística: Traz mais autoconsciência corporal, emocional, mental e espiritual, tratando o ser humano como um todo.
Confira imagens: