Rodadas de negócios, lançamentos de livros, sessões de cinema movimentaram o Festival Internacional de Cinema de João Pessoa (FestincineJP) neste sábado (27). A sala de exibição ficou lotada e os convidados elogiaram o evento como um passo importante para alavancar o cinema de João Pessoa. O FestincineJP segue com programação até a terça-feira (30).
“Essa primeira noite de exibição da mostra competitiva do nosso Festival comprova a necessidade e o desejo da cidade para com esse tipo de evento. Tenho certeza de que acertamos completamente no formato do FestincineJP quando integramos mercado e filmes por meio da mostra competitiva”, declarou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Ele relatou que, durante a tarde do sábado, acompanhou de perto as rodadas de negócios na Usina Cultural Energisa entre os produtores, produtoras e os players que participam do Festival, e ressaltou que todos estão muito satisfeitos porque o FestincineJP abre janelas de oportunidades para vários projetos.
À noite, a exibição dos filmes foi marcada pela presença do público pessoense no cinema. A sala ficou lotada e, inclusive, muita gente não pode entrar porque havia mais pessoas do que o espaço podia comportar.
Marcus Alves afirmou que está muito feliz com a experiência. “O público está feliz, os diretores, os atores, as atrizes, os convidados, parceiros. Isso deixa a nossa equipe da Funjope muito contente, consciente de que estamos realizando um trabalho correto e justo na área de cinema e nas outras áreas também”, ressaltou.
O chefe da Divisão de Audiovisual da Funjope, Paulo Roberto, observou que a participação do público tem sido assídua. “Nós temos um público variado, seja de convidados, produtores, realizadores locais, produtores executivos que estão aparecendo em peso às rodadas, palestras e hoje tivemos as primeiras exibições de filmes com o dia do cinema paraibano”, ressaltou.
Na noite deste sábado, foram exibidos o curta Calunga Maior, do diretor Thiago Costa, o longa O Seu Amor de Volta (Mesmo que ele não queira), de Bertrand Lira, na primeira sessão. Na segunda, o curta Sangue por Sangue, dos diretores Ian Abé e Rodolpho de Barros, e o longa Pele Fina, de Arthur Lins. As exibições são no Cine Centerplex, no Mag Shopping.
“A impressão é de que o Festival está com bastante força. Nós iniciamos na sexta-feira (26), com várias ações que foram marcos para o nosso audiovisual, e hoje o público permanece presente”, pontuou.
A programação do dia teve início com uma palestra com Alfredo Manevy sobre a Agência de Cinema e Audiovisual de João Pessoa que está sendo criada. Em seguida, um workshop com Vânia Lima sobre a elaboração de projetos audiovisuais para que sejam apresentados para editais.
Arthur Lins, diretor de Pele Fina, afirmou que o FestincineJP inaugura um novo momento para que os produtores tenham uma nova janela de exibição para o cinema paraibano. “Isso é muito importante porque fazemos os filmes, mas esse encontro com o público é sempre nossa maior dificuldade. E quando a Funjope inaugura o Festival, esperamos que ele tenha vida longa e possa acolher a nossa produção e criar esse diálogo com o público que é o que mais nos interessa enquanto realizadores”, afirmou.
Ele acrescentou que o Festival cria uma conexão com o público e faz ver o quanto o cinema paraibano é importante. “O Festival reafirma nossa identidade cultural, mostra ao público que a Paraíba tem cinema de qualidade, que circula pelo Brasil, outros países e, muitas vezes, os filmes que fazemos são mais vistos lá fora do que aqui. O Festival permite que mostremos ao nosso público aquilo que dedicamos nossa vida a fazer”, destacou.
Lançamentos – Ainda na noite deste sábado, houve o lançamento dos livros Cartografia de Imagens, de Ana Bárbara e Felipe Leal, e ‘Cinema Noir’ e ‘Luz e Sombra’, assinado por Bertrand Lira, na Livraria do Luiz, no Mag Shopping.
O livro Cartografia de Imagens é resultado da sistematização de um projeto da Escola Semente de Educação Audiovisual, realizado entre 2018 e 2019. A partir dele, foram implementadas escolas experimentais de cinema em quatro cidades da Paraíba, Zabelê, Bananeiras, Nova Palmeira, e outro foi em João Pessoa. O projeto foi financiado pelo Rumos Itaú Cultural.
“O Festival é um evento muito esperado para a cadeia produtiva do audiovisual em João Pessoa e na Paraíba. É importantíssimo. Vi a movimentação dos produtores e realizadores da Paraíba, mas também de outros estados e países e isso termina colocando o Festival numa rota importante. Eu celebro esse evento que tem um alcance grande e impacta muita gente”, cineasta e educadora Ana Bárbara Ramos.
“Esse evento é um marco divisor na história do cinema paraibano. A Funjope tem feito um trabalho maravilhoso. Colocou à frente do cinema uma pessoa como Paulo Roberto, que é cineasta e tem toda sensibilidade e competência para fazer, sugerir essas políticas públicas”, declarou o cineasta Bertrand Lira.
Ele afirmou estar muito feliz por participar do FestincineJP, autor de ‘Cinema Noir’ e ‘Luz e Sombra’. Conforme o cineasta, ‘A Sombra e a Luz ‘trabalha as imagens do cinema, as significações imaginárias do que está no nosso imaginário. Desde o surgimento do homem na Terra, há essa vivência ancestral com a sombra e luz de medo, de pavor, e alegria com a luz. Por isso, a luz é associada ao divino. O livro fala da pintura, fotografia até chegar ao cinema. Nos dois livros, eu analiso o expressionismo dos anos 40 e, no segundo, o cinema noir”, comentou.
Programação – Neste domingo (28), a programação segue com debate sobre os filmes exibidos na noite do sábado. Em seguida, será iniciado o Laboratório de Produção Executiva Criativa, com os consultores Sebastian Peña Escobar, Clémentine Mourão-Ferreira e Tatiana Martinelli Loureiro, além de rodadas de negócios. A programação completa pode ser conferida no link https://www.joaopessoa.pb.gov.br/wp-content/uploads/2022/08/Programacao_FestincineJP.pdf.