A Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba (ALPB) realizou sessão solene, na tarde desta quarta-feira (10), para outorga da “Medalha Augusto dos Anjos” ao escritor monteirense Efigênio Moura pelos relevantes serviços prestados à cultura, às artes e à sociedade paraibana. O evento, proposto pelo deputado João Bosco Carneiro, aconteceu de forma híbrida e reuniu intelectuais, familiares e amigos do homenageado.
Na justificativa da homenagem, o parlamentar ressaltou que a honraria é inspirada em requerimento ex-deputado estadual João Henrique – que morreu em janeiro de 2021, vítima de complicações da Covid-19, e deve ser concedida a pessoas ou instituições que, realmente, tenham se destacado pela relevância dos seus serviços, em prol da sociedade paraibana. Efigênio Moura é o primeiro monteirense a recebê-la.
“Uma dessas pessoas, sem dúvidas, é o escritor Efigênio Moura. Ele cumpre seus deveres funcionais com inegável destaque, inclusive a nível nacional e internacional, redundando em mais cultura, vida e dignidade para a população paraibana”, disse.
O advogado Michel Henrique, filho do saudoso deputado estadual João Henrique, fez um breve pronunciamento, destacando a atuação parlamentar do seu pai durante 14 anos no Poder Legislativo Estadual, representando o Cariri Paraibano. “Ele tem um acento cativo aqui, representando o Cariri, representando Monteiro, sobretudo. Não sei como estou conseguindo falar, mas afloram todas as emoções”, disse, parabenizando o homenageado.
O professor Rangel Júnior, ex-reitor da UEPB, destacou que a homenagem a Efigênio Moura é de fundamental importância, por que acontece em vida. “Sem dúvida alguma, o que dá pompa a essa solenidade, a este ato, além do ambiente da Assembleia Legislativa da Paraíba, é que ela acontece nesse momento. Porque quando a gente lida com arte, com cultura, grande parte dos momentos fica para posteridade, ou fica para o in memoriam. Então, é importante que as pessoas sejam homenageadas ainda quando vivas e quando em capacidade de continuar produzindo e criando”, ressaltou.
Após receber a honraria, Efigênio Moura fez questão de agradecer a todas as pessoas e instituições que alavancaram a sua trajetória literária, hoje consolidada nacionalmente. Ele também ratificou o estilo que o consagrou. “Não estou aqui para implantar a literatura do ‘oxente’. Isso sempre existiu, mas para cutucar com vara de ferrão aqueles que ainda não viveram a literatura do ‘vixe Maria’. Escrever como se fala é, antes de tudo, um respeito a quem produziu a fala. Eu sou assim e por ser assim estou aqui aprovado por esta Casa, unanimemente. Ao povo da Paraíba eu me desenho gratidão”, declarou.
Prestigiaram o evento o advogado Geordie Filho, representando a prefeita de Monteiro, Ana Lorena; o escritor e coronel reformado da Polícia Militar da Paraíba, João Batista; o escritor Manoel Arruda, presidente da Academia de Letras e Artes de Princesa (PB); a senhora Thaís Vilar, servidora do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB); e João Bosco Carneiro Neto, vice prefeito de Alagoa Grande (PB).
PERFIL DO HOMENAGEADO
Efigênio Moura, nasceu em Monteiro – no Cariri paraibano – e tem sua obra inspirada nessa e nas demais regiões do estado e do Nordeste. Por conta dessa forma de valorizar costumes e tradições regionais, ele é frequentemente convidado para oficinas e palestras para falar do povo nordestino, especialmente o paraibano, e das suas estórias e personagens.
Ele tem 11 obras lançadas (uma delas traduzida para o inglês). O livro “Ciço de Luzia” (Latus-2010) foi adotado para o Vestibular de 2013 da UEPB. Os livros “PEDRO JEREMIAS 1”, e alguns contos do livro “APURADO DE CONTOS” viraram curtas-metragens e são exibidos em festivais pelo mundo afora. Já foi motivo de TCC´s, de músicas, de peças de teatro. O amor a terra paraibana e a defesa de sua arte e formas faz da autenticidade de Efigênio um legítimo representante da literatura paraibana.