A Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria de Assistência Social (Semas), realizou capacitações para as equipes que atuam nas Casas da Esperança 1, 2 e 3 e Casa de Passagem 4, no município, a fim de trazer discussões e melhorias em prol do trabalho realizado com o público infanto-juvenil dessas unidades. As ações ocorreram esta semana, através da Gerência da Criança e do Adolescente, sendo na última quarta-feira, 27 e nesta sexta, 29, no Centro Dia, situado no bairro Universitário.
Mais de 40 Educadores Sociais da Semas foram contemplados com as palestras, reforçando que a Prefeitura não mede esforços para ampliar a profissionalização de pessoal. Na primeira ação, foi discutido o tema: “Sexualidade: Mitos e Tabus”, com a psicóloga Jeane Almeida. Na ocasião, a especialista abordou sobre os sinais que as crianças demonstram em casos de abuso sexual, características da fase adolescente, e como os funcionários devem agir, em assuntos que envolvam a sexualidade desse público.
Conforme a psicóloga, a importância de trabalhar o tema com os educadores, está em ajudá-los a compreender que a sexualidade, não se restringe apenas aos órgãos reprodutores ou relações sexuais: ’essa questão faz parte da nossa personalidade. Compreender-se é uma das formas de compreender a outra pessoa. A imparcialidade nesses casos, faz parte tanto dos pilares do Sistema Único de Saúde (SUS); como do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Nesse sentido, é salutar dar atenção às pessoas, respeitando as suas diferenças’, pontuou Jeane Almeida
Já na segunda palestra, realizada nesta sexta, 29, foi discutido o tema: “Surtos e Crises de Agressividade: Métodos de Contenção”, tendo à frente o psiquiatra, Riceli Morais. Na oportunidade, o médico explicou a relevância de saber lidar com os diferentes temperamentos de cada educando e, consequentemente, ao aprender a lidar individualmente com as personalidades, buscar a melhor forma de encarar os desafios apresentados pelo comportamento desse público, dia após dia.
A colaboradora Nauzira Freitas, de 42 anos, que atua na Casa de Passagem 4, enfatizou que esse tipo de capacitação ajuda na vivência dos educadores e educandos no dia a dia: “Quando essas crianças chegam em nossas unidades, chegam com a sexualidade aflorada e/ou com problemas psicológicos, além da agressividade. Então, é preciso saber lidar com determinadas situações, por isso essa capacitação é tão importante, pois poderemos aplicar o que aprendemos, no dia a dia de trabalhos”, destacou a educadora.
De acordo com Magliana Leite, gerente da Criança e do Adolescente, as palestras têm bastante relevância social, já que têm como objetivo, estreitar laços e atuar na capacitação dos profissionais que lidam diariamente com crianças e adolescentes, nas mais diversas formas. “A ideia é manter o diálogo, a fim de ter cada vez mais abordagens socioeducativas assertivas, para esse público”, continuou a gerente.
“Esses momentos de formação e compartilhamento de saberes, trazendo técnicas de outras áreas, são imprescindíveis porque trazem subsídios para que o nosso pessoal consiga ter melhores condições de trabalho. No caso dos educadores, eles lidam direto com situações onde as crianças e adolescentes são vítimas de violações de direitos, e quando a família não consegue alcançar essa função protetiva, são eles que cumprem esse papel”, concluiu Magliana Leite.