O militante petista Marcelo Arruda foi assassinado em Foz do Iguaçu, no Paraná, no sábado (9). O Partido dos Trabalhadores divulgou nota lamentando a morte e afirmando que ela se deu por crime de ódio por um bolsonarista.
Segundo nota do PT, Marcelo comemorava seu aniversário de 50 anos com familiares e amigos em uma festa na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. O texto diz que ele foi vítima da “intolerância, do ódio e da violência política”.
Diz ainda que o bolsonarista, antes de cometer o crime, teria “interrompido a festa e ameaçado de armas na mão a todos os presentes”.
Marcelo foi candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020.
“As últimas imagens de sua vida, gravadas no momento em que cantavam o parabéns, registram sua alegria de viver, seu entusiasmo com a militância, seu compromisso de vida com o PT e o presidente Lula”, diz a nota do partido.
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), divulgou nota e fotografias do militante em sua festa de aniversário em seu perfil no Twitter. Ele aparece posando ao lado de decorações temáticas em homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao partido.
“Um policial penal, bolsonarista, tentou invadir a festa com arma. Trocaram tiros. Ambos morreram. Uma tragédia fruto da intolerância dessa turma”, escreveu Gleisi.
O ex-presidente Lula também comentou o caso em suas redes sociais e afirmou que Marcelo “evitou uma tragédia maior”.
Ele também pediu “compreensão e solidariedade” aos familiares do homem que teria atirado em Marcelo, que “perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável”.
“Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz”, escreveu Lula.
Ainda na nota, o PT afirma que desde o começo do ano vem alertando a sociedade e autoridades para “a escalada de perseguição” a parlamentares, filiados, militantes de movimentos sociais e de outros partidos “e o crescimento da violência política no país”.
No texto, o partido também cobra de autoridades de segurança pública “medidas efetivas de prevenção e combate à violência política” e alerta o Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que “coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade”.
O assassinato do militante ocorre em meio a episódios ligados a ameaças, ataques e tensão relacionados à pré-campanha eleitoral no Brasil.
Na última quinta (7), um evento com apoiadores do petista na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, foi alvo de um artefato explosivo.
A bomba caseira, aparentemente feita de garrafa PET, foi lançada do lado de fora da área isolada em frente ao palanque, antes da chegada de Lula.
No último dia 15, apoiadores do ex-presidente foram alvo de drone com fezes antes de um ato com a presença de Lula em Uberlândia, Minas Gerais.
Como a Folha mostrou, a Polícia Federal decidiu antecipar e reforçar o aparato de segurança do ex-presidente Lula.