A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi criada pelo então presidente Washington Luiz, no dia 24 de julho de 1928, com a missão de ser ‘Polícia de Estradas’.
De lá para cá, seu aproveitamento foi melhorado fazendo com que a PRF passasse a também ser órgão não apenas de fiscalização, mas, dentre outras tantas atribuições, de orientação e prestação de segurança aos usuários das rodovias federais, inclusive exercendo um papel importante na colaboração de campanhas educativas de trânsito.
A PRF, ao longo das décadas, consolidou-se como uma das mais respeitadas corporações do país, mas, para a surpresa do brasileiro, tem optado nos últimos anos em manchar a própria história -escrita com zelo!-, ao ponto de perder o próprio direcionamento decidindo proteger quem ‘mancha’ a imagem polida, que possuía, com rabiscos difíceis de serem retirados.
Hoje, a PRF criada para nos proteger, orientar e zelar pela nossa segurança é a mesma que impõe sigilo de 100 anos para proteção dos policiais rodoviários federais envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em Umbaúba, Sergipe, que morreu em via pública, dentro da mala de uma viatura da corporação que foi ‘transformada’ em uma espécie de ‘câmara de gás’ onde, disse o laudo do Instituto Médico Legal (IML), inalou, por cerca de dois minutos, gás lacrimogêneo.
O detalhe que choca é que o homem foi abordado por se tratar de um indivíduo que conduzia uma motocicleta SEM o capacete de segurança.
Porém, a mesma PRF que proporcionou esse show público de horror por causa da ausência de um capacete de segurança durante condução de uma motocicleta é a mesma que fecha os olhos quando figuras políticas protagonizam ‘motociatas’ em, praticamente, todas as Regiões do país, sem o dito capacete de segurança.
A face de duas caras ou o peso de duas medidas da PRF foi escancarada para os brasileiros quando um policial rodoviário federal serviu de apoio, ou ‘mula’, para o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) ser conduzido, sem capacete, numa ‘motociata’, no Piauí.
Na Paraíba, em Campina Grande, na sexta-feira (24/06), não foi diferente e, durante a ‘motociata’ de Bolsonaro, a PRF fez questão de mostrar que seguirá utilizando dois pesos e duas medidas em se tratando da aplicação da Lei para segurança do seu próprio povo.
Na ocasião, policiais rodoviários federais, escoltaram o presidente que, assim como seu carona, pilotava uma moto sem capacete, enquanto, um dos agentes, fardado, dava carona na moto da corporação a um apoiador de Bolsonaro que estava… sem capacete.
A visão da população em relação à PRF não é mais a mesma, porém, tentemos separar o joio do trigo, porque ainda há de haver trigo no meio de tanto joio, e torçamos para que este seja apenas um breve período desastroso na história da Polícia Rodoviária Federal que há de ver sua boa conduta restaurada.
Confira imagem: