O ministro da Saúde, médico paraibano Marcelo Queiroga, mais uma vez, mostrou despreparo ao lidar com situações desconfortáveis, se irritou e foi deselegante durante reunião com integrantes da Comissão de Seguridade e Família da Câmara dos Deputados.
De acordo com informações publicadas na coluna Painel, da Folha, que é editada por Fábio Zanini e conta com participação de Guilherme Seto e Juliana Braga, a reunião aconteceu na quarta-feira (18/05) no prédio do Ministério da Saúde onde o paraibano, em determinado momento de exaltação por ouvir o que não queria, disse estar de ‘saco cheio’ por receber críticas de especialistas em relação a sua gestão junto a pandemia da Covid-19.
No auge da irritação, Queiroga teria duvidado da capacidade dos que o criticam e assumiu mais uma vez que a decisão sobre o fim da emergência é prerrogativa sua, como ministro.
“Tem questões que a gente dialoga, outras não”, afirmou, elevando o tom de voz.
Na mesma ocasião, Queiroga acusou o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e a Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) de não agirem tecnicamente por questionarem as suas decisões.
Incomodada com as declarações de Queiroga, a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ), que também participava da reunião, disse que o ministro não estava sendo “elegante”. “Parece que a negação da ciência está no seu ministério”, disse ela.
Irritado ao ouvir a deputada, Queiroga desafiou a parlamentar a convocá-lo para dar explicações. “Se quiser, me convoca. Já fui duas vezes naquela CPI do circo”, disse, em referência à CPI da Covid, no Senado.
Vaidade
Marcelo Queiroga, por diversas vezes, chegou a comentar publicamente o desejo de ser reconhecido como o ministro que ‘terminou com a crise sanitária no Brasil’, portanto, com o passar do tempo, o paraibano, mesmo contrariando observações de especialistas, e cedendo a pressão feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e de apoiadores, anunciou, no início da segunda quinzena do mês de abril de 2022, o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), instituída em fevereiro de 2020.
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Após a decisão do ministro, a leitura de alguns gestores do SUS era a de que o momento ainda não seria adequado para a mudança. Um dos motivos era o número de óbitos no país visto como alto por parte dos gestores.
Negacionismo
Apesar de ser médico, o ministro paraibano Marcelo Queiroga, carrega consigo a pecha de ser negacionista da própria Ciência, tanto que, já foi alvo de pedido de impeachment apresentado pelo SinMed-RJ (Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro) e pela (ABI) Associação Brasileira de Imprensa durante um episódio em que foi observado, também, como um gestor “completamente submisso” aos ditames do presidente da República, Jair Bolsonaro, que foi a público dizer ser contra a imunização infantil.
Polêmicas
Queiroga, protagonizou diversas polêmicas, inclusive de peso internacional, quando envergonhou a Paraíba e o Brasil durante viagem oficial aos Estados Unidos ao mostrar descontrole emocional e estirar os dedos do meio como forma de ofensa aos manifestantes que realizavam protestos em Nova York, nos Estados Unidos, contra o atual presidente Bolsonaro.
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A decisão em protagonizar falas e fatos polêmicos fez com que Queiroga desistisse de concorrer a algum cargo eletivo pela Paraíba nas Eleições 2022, uma vez que, por fim, teria reconhecido que o seu nome não contava com um cenário de avaliação positivo no Estado e que, portanto, sua provável candidatura, a deputado federal ou a senador, estaria fadada ao fracasso.