Nesta terça-feira (3), o vereador Carlão (PL) utilizou a tribuna para comentar acerca da reprovação das contas da gestão do governador João Azevêdo, referentes a 2019. Segundo informou, foram mais de 85 mil pessoas recebendo valores apenas com o cadastro de pessoa física (CPF). “Não tenho como ficar calado, não pedir ao governador, à Assembleia Legislativa, aos secretários, que prestem mais informações ao Tribunal de Contas”, disse, enfatizando, assim, a importância do diálogo para o esclarecimento da situação.
Ele declarou que as contas foram reprovadas porque os 25% de recursos que deveriam ser destinados à educação não foram aplicados. Carlão também citou outros 12% que deveriam ir para a saúde, em 2019. “Saúde e educação, os recursos necessários a serem aplicados não chegaram. E é por isso que não posso ficar calado e estou querendo que tragam as informações, para que possam ser apresentadas ao Tribunal de Contas. Isso é muito ruim para o Governo do Estado, é muito ruim para a Paraíba. E esse tipo de debate tem que fazer parte da Câmara Municipal de João Pessoa”, salientou.
Tolerância ao crime
Carlão também aproveitou para comentar o trecho de uma entrevista, que tem circulado nas redes sociais, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falava sobre roubo de celulares. Para o vereador, a fala abre brecha para a tolerância ao crime, e, como consequência, citou o caso de Renan Silva Loureiro, de 20 anos, recentemente assassinado por um falso entregador, em São Paulo. “Esse jovem não voltou para casa e, como muitos jovens da nossa cidade e estado, não conseguem voltar para casa por causa da tolerância ao crime”, ressaltou.
“A gente tem que ter intolerância ao mal, à corrupção. A gente não pode permitir que essas pessoas que se dizem ‘do bem’, mas têm ódio daqueles que pensam contrário, e continuam corrompendo, atraindo o mal, defendendo criminosos e dizendo que polícia não é gente. A impunidade é a mãe da reincidência e a gente não pode tolerar crime”, reforçou.
O vereador Marcos Henriques (PT), no entanto, argumentou: “A polícia militar nada tem a ver com a polícia federal, que é atribuição do Governo Federal. O Governo Federal, o Governo Lula, foi o que mais contratou policiais federais e vossa excelência está querendo dizer que esse tipo de coisa que aconteceu com Renan é responsabilidade do Governo Lula. (…) Veja o Governo da Bahia e o do Ceará, os índices de violência diminuíram ostensivamente”.
Carlão concluiu lembrando que Acxel Gabriel de Holanda Peres, o falso entregador, já respondia por outros crimes. “Tem que separar o bem do mal. E você, que está em casa, precisa saber muito bem quem é que a gente quer próximo dos nossos filhos, esse jovem criminoso que rouba o celular e tirou a vida do jovem Renan e de muitos ou uma polícia bem aparelhada (…). Chegou a hora de decidir, e quem vai decidir são as mulheres e homens de bem da Paraíba”.