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Doleira que irritou Hugo Motta em CPI da Petrobrás é presa em Portugal

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A doleira Nelma Kodama, 55, foi presa hoje em Portugal suspeita de envolvimento com uma organização criminosa de tráfico internacional de cocaína. Nelma foi a primeira delatora da Operação Lava Jato e foi condenada a 18 anos de prisão em 2014. No entanto, em 2017, ela teve extinguida a pena de 15 anos que faltava ser cumprida graças ao indulto natalino concedido no final do ano pelo ex-presidente Michel Temer (MDB-SP).

Durante depoimentos na CPI, Nelma irritou o deputado federal paraibano Hugo Motta (Republicanos), que estava na presidência da comissão, ao cantar a música ‘Amada Amante’, de Roberto Carlos.  Hugo Motta a repreendeu. “Nós não estamos num teatro”, disse Motta.

Confira íntegra da matéria da prisão de Nelma.

A atuação de Nelma como doleira foi exposta em 2006, durante a CPI dos Bingos. Na ocasião, Waldomiro Diniz, assessor de José Dirceu, que era Ministro da Casa Civil, estava sendo investigado por suposta negociação ilícita com bicheiros com o intuito de arrecadar dinheiro para campanhas eleitorais.

De onde ela surgiu?

O nome de Nelma surgiu após ela ser apontada como responsável por operações irregulares em dólares em favorecimento ao PT em 2002, quando Celso Daniel era prefeito da cidade. Ela era dona da agência Havaí Câmbio e Turismo, em Santo André, na Grande São Paulo, e negou qualquer operação irregular ou destinada a políticos.

Em 2013, ela voltou a ser alvo de uma investigação da Polícia Federal iniciada em 2009, que mirava ações ilícitas na Petrobras. Nelma começou a ser monitorada pelos agentes e foi condenada em 2014, na primeira instância, a 18 anos de prisão.

Dinheiro na calcinha?

A detenção ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Na ocasião, ela tentava embarcar para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos na calcinha, segundo os policiais.

No entanto, Nelma negou que o dinheiro estava na calcinha, mas no bolso. “Eu acho que [essa história] aconteceu porque havia casos [de homens flagrados] com dinheiro na cueca. E precisavam de ter uma mulher com dinheiro na calcinha”, disse Nelma na época.

Confissões e apreensões

Mais tarde, convocada para depor na CPI da Petrobras, em 2015, Nelma admitiu que cometeu crimes no mercado irregular de câmbio relacionados a Operação Lava Jato e afirmou ter se beneficiado da falta de controle das instituições do mercado financeiro.

“Toda essa corrupção, tudo isso que está acontecendo das empreiteiras, da Petrobras, tudo isso tem a participação do Banco Central, das instituições financeiras”, acusou.

Nelma ainda teve um Porsche Cayman modelo 2010/2011 avaliado em R$ 200 mil apreendido pela Polícia Federal e leiloado pela Justiça, além dos imóveis no Hotel Villa Lobos, na zona oeste de São Paulo, que tiveram valor inicial total de R$ 5,6 milhões.

Cantando Roberto Carlos

Ela ainda causou polêmica na CPI da Petrobras ao cantar trecho da música “Amada Amante” de Roberto Carlos para explicar a relação amorosa que tinha na época com o doleiro Alberto Youssef, também investigado na Lava Jato.

Alguns deputados passaram a cantar junto com Nelma, o que irritou o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que a repreendeu. “Nós não estamos num teatro”, disse Motta. Nelma pediu desculpas e voltou a responder os questionamentos dos parlamentares.

Em 2016, Nelma fechou acordo de delação premiada e deixou a prisão no Paraná para cumprir pena com tornozeleira eletrônica. Ela afirmou, em entrevista ao programa “Mariana Godoy Entrevista”, que acreditava que o uso da tornozeleira era melhor que a cadeia. Durante a conversa, ela também contou como lidava com o aparelho no dia a dia.

“Eu uso na perna esquerda e coloco um lencinho porque quando eu saio na rua, às vezes eu quero usar um vestido, uma saia, eu não quero espantar as pessoas”, revelou. “Às vezes a pessoa, uma amiga que está comigo, pode ser que alguém afronte ela e eu não quero afrontar a pessoa que está ao meu lado. Então, eu uso um lencinho que fica bem bonitinho.”

Indulto natalino

Nelma deixou a tornozeleira em 2019. Ela teve a pena extinta, graças ao indulto natalino concedido no final de 2017 pelo ex-presidente Michel Temer (MDB-SP).

A doleira chegou a ser repreendida pelo juiz da Vara de Execuções Penais de Curitiba, Danilo Pereira Júnior, após publicar vídeo em que retira sua tornozeleira eletrônica no Instagram. Ela costumava publicar imagens da tornozeleira na rede social. Em uma delas, Nelma apareceu em um vestido vermelho, na ponta dos pés — ao lado, um sapado Chanel, cena que estampa o livro de memórias.

Os relatos de Nelma foram resgatadas em depoimento ao jornalista Bruno Chiarioni, no livro “A Imperatriz da Lava Jato”, publicado no mesmo ano.

Novas acusações

Agora, Nelma é alvo de uma nova ação da Polícia Federal, por possível envolvimento em uma organização de tráfico internacional de drogas. As investigações da Operação Descobrimento começaram em fevereiro de 2021, quando um jato executivo de uma empresa portuguesa de táxi aéreo pousou em Salvador para ser abastecido. Na ocasião, a polícia encontrou cerca de 595 kg de cocaína escondida na fuselagem.

Por meio da apreensão, os agentes identificaram a articulação de uma organização criminosa atuante no Brasil e em Portugal. A polícia também observou que, além dos fornecedores da droga, a organização ainda era composta por mecânicos de aviação e auxiliares, transportadores e doleiros.

No Brasil, a polícia cumpre, ao todo, 43 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva. Os estados onde ocorrem a ação são Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia, Pernambuco.

Já em Portugal, a Polícia Federal está trabalhando em conjunto com agentes portugueses para cumprir três mandados de busca e apreensão, além de dois de prisão preventiva, que incluem o de Nelma Kodama.

Ao UOL, o advogado Adib Abdouni informou que a defesa ainda não irá se manifestar. O espaço segue aberto e será atualizado assim que houver novas informações.

 

 

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Nova Okaida: imprensa nacional destaca atuação de organização criminosa que aterroriza o NE

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Redação do Portal da Capital

A imprensa nacional destacou a atuação de uma organização criminosa que aterroriza o Nordeste. Trata-se do grupo autointitulado “Nova Okaida”, originado na Paraíba e que já domina o Estados de Pernambuco e possui atuação no Ceará.

O grupo foi alvo de uma operação especial denominada “Maré Alta” deflagrada, na quinta-feira (28/12), pelas Polícias Civil e Militar.

De acordo com esta matéria publicada pelo Metrópoles, a facção escolheu seu nome como referência à organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda. Apesar da inspiração, a facção brasileira não tem nenhum aspecto religioso.

A Nova Okaida utiliza como símbolo a imagem de Osama Bin Laden, um dos fundadores da Al-Qaeda, inclusive em grupos de membros da organização criminosa na rede social WhatsApp, segundo revelado pela Polícia Civil.

De acordo com a instituição, a Nova Okaida é a maior facção criminosa da Paraíba “É resultado de dissidências das antigas Facções Okaida e Okaida RB, e comanda o tráfico de drogas em todo o estado”, define a Civil.
A quadrilha cresceu em paralelo com sua maior rival, a facção Estados Unidos, criada, também, em meados dos anos 2000. No começo da década, a Nova Okaida dominava bairros de João Pessoa como a Ilha do Bispo, São José e Alto do Mateus. Já os membros dos Estados Unidos estavam presentes nas regiões de Mandacaru, Bola da Rede e Novais

Segundo a tese de mestrado do tenente-coronel da Polícia Militar, Carlos Eduardo Santos, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, os dois grupos se diferenciam pelas tatuagens de seus integrantes. Quem pertence à Okaida marca a pele com palhaços ou com o personagem Chucky Brinquedo Assassino. Enquanto os membros da Estados Unidos tatuam a bandeira dos EUA ou um peixe.

Ao longo dos anos, a Okaida superou sua rival em número e força. Atualmente, a facção Estados Unidos contina a ocupar alguns poucos bairros e pavilhões de cadeias de João Pessoa.

Clique aqui e confira a íntegra da matéria com fotos.

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Plano para assassinar Moraes, Lula e Alckmin impacta mais Congresso que indiciamentos

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Redação do Portal da Capital

A revelação do suposto plano para assassinar Alexandre de Moraes, Lula e Geraldo Alckmin teve um impacto no Congresso Nacional maior do que a divulgação dos 37 indiciados pela tentativa de golpe de Estado em 2022, de acordo com deputados e senadores ouvidos pela Folha.

A presença de boa parte dos nomes na lista final da investigação da Polícia Federal já era esperada, mas não a existência de documentos, mensagens e ações de campo que visavam, segundo a investigação, a eliminação física de um presidente eleito e de seu vice, além de um ministro da mais alta corte do país.

Os congressistas ouvidos pela reportagem falaram, em sua maioria, sob condição de anonimato. Eles integram partidos de esquerda e do centrão, que juntos detêm hoje cerca de 80% das cadeiras da Câmara e do Senado.

A avaliação de vários deles é a de que a simples cogitação de usar o aparato estatal para assassinatos de líderes políticos opostos é uma situação inimaginável atualmente no país, só encontrando paralelo na fase mais dura do regime militar encerrado há quase 40 anos.

Caso fosse colocado em prática, dizem, os crimes serviriam ainda como um passe livre para o assassinato de outros políticos no país.

“Quem fez esse ato queria matar a democracia. Quando eles falam em matar o presidente, o vice e a principal figura desse embate hoje [Moraes], eles falam em matar a democracia. Isso é algo inaceitável, como também o assassinato do líder de um Poder”, afirma o senador Paulo Paim (PT-RS).

Na terça-feira (19), a PF deflagrou uma operação autorizada por Moraes que prendeu quatro militares e um agente da Polícia Federal e cuja principal revelação foi a existência, no final da gestão de Jair Bolsonaro (PL), do plano de assassinato.

De acordo com a PF, a trama teria sido autorizada a partir de uma reunião de militares em novembro de 2022 na casa do general e ex-ministro Walter Braga Netto, um dos principais aliados de Bolsonaro e vice em sua chapa na tentativa de reeleição.

Mensagens e documentos apreendidos com os investigados mencionam um orçamento para a operação —R$ 100 mil— e a impressão por duas vezes, no Palácio do Planalto, de um planejamento esquemático dos assassinatos que incluía as etapas da operação, os armamentos que seriam utilizados e os riscos envolvidos.

O documento denominado “Planejamento – Punhal Verde Amarelo” teria sido criado pelo general de brigada da reserva Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência da República.

As investigações apontam ainda, com base em outros vários indícios, que militares do Exército com formação nas Forças Especiais, chamados “kids pretos”, se mobilizaram de fato no dia 15 de dezembro de 2022 nas imediações de endereços onde estariam Moraes com o objetivo de prendê-lo, sequestrá-lo ou assassiná-lo. A operação acabou sendo abortada, aponta a PF.

Já na quinta-feira (21), foi divulgada a lista dos 37 indicados pela trama golpista de 2022, sendo que 25 são militares. O relatório final da PF sobre o caso está sob sigilo.

A divulgação do plano de assassinato e os indiciamentos feitos pela PF reforçaram no Congresso a oposição ao projeto que pretende anistiar os participantes dos ataques golpistas às sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, e também a oposição à ideia de perdoar o próprio Bolsonaro, hoje inelegível até 2030 devido a condenações na Justiça Eleitoral.

O argumento é o de que é preciso haver uma punição dura caso fique comprovado o planejamento de assassinato dos líderes políticos, situação que não combina com perdão ao 8 de janeiro ou com uma nova elegibilidade de Bolsonaro.

O PL da Anistia foi colocado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em uma comissão especial, mas até agora ele não abriu a possibilidade de os partidos indicarem os integrantes nem esclareceu que atitude pretende tomar —se vai acelerar o processo e colocar o tema em votação ainda neste ano, se vai enterrá-lo (há pedido do PT por arquivamento) ou se vai deixar a definição para seu sucessor.

Lira tem pela frente quatro semanas de trabalho no Congresso antes do recesso e do fim do seu mandato. Em fevereiro, quem deve assumir o posto é Hugo Motta (Republicanos-PB).

A lista dos 37 indicados tem o presidente de um partido, Valdemar Costa Neto, que dirige o PL de Bolsonaro. Valdemar chegou a ser preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo no âmbito da apuração da tentativa de golpe, em fevereiro. Desde então, não pode manter contato com Bolsonaro.

Clique aqui e confira a íntegra da matéria com fotos na Folha.

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Justiça marca Audiência Pública para decidir sobre relação de motoristas e plataformas digitais

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Redação do Portal da Capital

O ministro Edson Fachin, relator do recurso que trata da relação entre motoristas e plataformas digitais de transporte, divulgou nesta quinta-feira (28) a relação das entidades admitidas para participar da audiência pública marcada para os próximos dias 9 e 10/12 e a ordem dos trabalhos.

O evento poderá ser acompanhado ao vivo pela TV Justiça, pela Rádio Justiça e pelo canal do STF no YouTube.

O ministro Fachin é relator do Recurso Extraordinário (RE) 1446336, com repercussão geral reconhecida (Tema 1.291), em que a Uber do Brasil Tecnologia Ltda. questiona decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que reconheceu vínculo de emprego entre a empresa e um motorista. Segundo a plataforma, há cerca de 10 mil processos semelhantes em trâmite na Justiça do Trabalho.

Dos 92 pedidos de habilitação, o relator deferiu 58, e cada expositor terá 10 minutos para fazer sua manifestação. O STF não custeia o traslado nem a hospedagem dos participantes das audiências públicas que promove. Por isso, os custos deverão ser arcados pelas próprias pessoas físicas ou instituições habilitadas.

Na segunda-feira (9/12), a audiência pública será realizada das 8h30 às 12h30 e das 14h às 17h30. Na terça (10/12), das 9h às 12h30. A participação poderá ser presencial ou por videoconferência. O público e a imprensa poderão acompanhar os debates na Sala de Sessões da Primeira Turma do STF, mas o número de presentes será limitado à capacidade do local.

Clique aqui e confira a íntegra do despacho com a programação da Audiência Pública

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