O atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que, recentemente, reconheceu que existem dificuldades reais à possibilidade de sua reeleição no pleito de 2022, decidiu desembarcar na Paraíba, mais uma vez, no próximo mês de fevereiro.
A data exata ainda será confirmada, mas, a viagem faz parte de uma nova série de visitas que fará aos redutos do ex-presidente Lula (PT) e do ex-governador Ciro Gomes (PDT) para tentar reverter a sua situação de rejeição eleitoral que é considerada altíssima, principalmente, nesses locais.
O presidente tentará seguir uma linha de pré-campanha e também visitará o Estado do Ceará, pelo menos foi o que informou aos eleitores durante fala ao chamado ‘cercadinho do Planalto’.
Bolsonaro agora, que mais do que nunca tem se sentido pressionado pelo efeito eleitoral da alta da inflação, que na gestão dele alcançou o maior índice desde o ano de 2015, voltou a criticar a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos Estados, classificado-o como ‘vilão’ do preço dos combustíveis no País.
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Estratégia
Desde o ano passado, aliados do atual presidente tem alertado ao próprio Bolsonaro sobre a sua baixa popularidade que, com o passar dos tempos, segue alcançando um índice cada vez menor. Porém, apenas há pouco, o chefe do Executivo Nacional parece ter tomado consciência de sua real situação e decidido, literalmente, correr atrás do prejuízo.
Uma das estratégias mais explícitas de tentar reverter a sua situação delicada, eleitoralmente falando, foi o aceno feito à população mais pobre do país pegando carona no programa de transferência de renda criado quando Lula era presidente, o Bolsa Família, transformando-o no Auxílio Brasil de R$ 400.
Bolsonaro também voltou a frequentar cultos evangélicos e agendar entrevistas consideradas trunfos para tentar diminuir a rejeição.
Antes porém, ainda em 2021, a sua equipe, para tentar reverter a queda vertiginosa da aprovação da gestão de Bolsonaro, decidiu reservar horários para conceder entrevistas exclusivas e mais demoradas com, pelo menos, três canais de Comunicação de duas regiões brasileiras: Nordeste e Sudeste.
O motivo da escolha destes três veículos de Comunicação especificamente, segundo alguns analistas políticos, já fazia parte da tentativa de fazê-lo ser ouvido em meio a contínua queda de popularidade que enfrenta em todo o país, principalmente, nas regiões dos grupos onde estão sediados os estúdios dos programas que foram escolhidos para veiculação das entrevistas exclusivas.
Números
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve a liderança de 20 pontos porcentuais sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) na pesquisa Ipespe divulgada na sexta-feira, 14. O petista aparece com 44% das intenções de voto, ante 24% do atual mandatário — resultado idêntico ao demonstrado no levantamento de dezembro.
Desconsiderando a margem de erro, que é de 3,2 pontos porcentuais para mais ou para menos, o ex-presidente tem a soma exata de todos os seus adversários na pesquisa estimulada. São eles: Sérgio Moro (9%), Ciro Gomes (7%), João Doria (2%), Simone Tebet (1%), Rodrigo Pacheco (1%) e Luiz Felipe d’Ávila (1%), além de Bolsonaro.
Os dados da pesquisa foram detalhados em uma matéria publicada pelo Estadão.