A segunda semana do projeto Circuito Verão, realizado nas unidades socioeducativas da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente ‘Alice de Almeida’ (Fundac) no período das férias escolares para socioeducandos privados de liberdade, pautou a cultura como instrumento transformador de realidades. Oficinas de teatro, música e cinema tem motivado os socioeducandos.
No Centro Educacional do Adolescente-CEA/Sousa, sertão paraibano, a oficina de música dirigida pelo professor Expedito Lopes tem garantido, há duas semanas, participação de internos em aulas de violão e percussão durante as manhãs na unidade local. Além das dicas de como tocar um instrumento musical, os jovens têm recebido informações básicas sobre notas musicais.
No CEA/Sousa, a sétima arte também tem tido espaço. Os socioeducandos têm participado das sessões dirigidas pelo assistente social e oficineiro Alexsandro da Silva Fernandes, responsável pela exibição de curtas e longas, proporcionadas pelo projeto do Cine Transformar. Ele afirmou que a participação dos meninos tem sido muito gratificante. “É o momento em que eles se encontram e se divertem”, disse, ressaltando que ficam ansiosos aguardando as sessões exibidas todas as sextas-feiras e sábados.
João Pessoa – Nas unidades da capital paraibana, também não tem sido diferente. Além das sessões quase diárias do Cine Transformar, dirigidas pelo jornalista e produtor Orlando Junior, do setor de Esporte, Cultura e Lazer (Ditec), em unidades socioeducativas como Centro Socioeducativo Edson Mota, CSE, Centro de Atendimento Socioeducativo Rita Gadelha (unidade feminina), Semiliberdade e Centro Educacional do Adolescente (Internação Provisória)-CEA/JP, é garantia de público e debates instigantes sobre o que assistiram, envolvendo jovens encantados com a sétima arte.
Além da música e do cinema, o teatro, ministrado pela atriz Letícia Rodrigues, tem possibilitado, literalmente, a presença dos jovens e adolescentes da unidade Semiliberdade nos palcos. Foi o que aconteceu na manhã desta quinta-feira (13), no Teatro Ednaldo do Egypto. “Enquanto artista, essa vivência construída no momento da oficina tem sido muito rica e reveladora”, comentou.
“Começo com um bate-papo para formar uma breve biografia, sentir o clima e em cima desta conversa, usando a linguagem deles, construímos um texto para teatro”, disse Leticia, argumentando que no teatro tudo é postura, técnica, tática de como encarar e todo ambiente. Ela também informou que conversa sobre a visão do ator/atriz e do improviso, muitas vezes necessário no espetáculo. “O resultado tem surpreendido”, afirmou.