O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, divulgou um vídeo para filiados do partido em que defende a ministra Flávia Arruda (Secretaria de Governo). O dirigente diz que ela fez o que pôde, que “dinheiro vai faltar sempre” e que “pessoal fica muito valente” na ausência do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ministra palaciana vem sofrendo pressão de parlamentares da base aliada, que a acusam de descumprir acordos e não garantir emendas prometidas em 2021.
“O grande problema que nós enfrentamos é o seguinte: o pessoal fica muito valente quando o Bolsonaro não está aqui. Bolsonaro estava internado, não seria o momento de nós partirmos para uma discussão pública”, afirmou o dirigente.
Quem tornou as críticas contra a ministra públicas foi o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), que Valdemar chamou de “companheiro nosso do centrão”, destaca reportagem da Folha.
O dirigente do PL se queixou de que a discussão estaria sendo feita na imprensa, quando deveria ocorrer entre eles, os partidos que integram a base do governo.
“O centrão não quer a saída da Flávia porque eu não vi nenhuma manifestação do Arthur Lira (PP-AL), Ciro Nogueira (Casa Civil), nossa. Pelo contrário, nós queremos que a Flávia continua. Por quê? A Flávia fez o que pôde fazer. Dinheiro vai faltar sempre”, afirmou.
Valdemar encerra o vídeo dizendo esperar que “o pessoal perca um pouco a valentia” com a volta do presidente a Brasília. Bolsonaro estava internado em São Paulo, por uma obstrução no intestino, mas recebeu alta nesta quarta.
Ainda que as críticas a Flávia venham acontecendo desde a semana passada, o gesto do presidente do PL ocorreu depois de o chefe do Executivo defender sua ministra da Secretaria de Governo.
Bolsonaro disse, em entrevista coletiva em São Paulo, que desconhece onde a ministra teria errado e que ela não seria demitida pela imprensa.
“Onde a Flávia Arruda está errando? Desconheço onde esteja errado. Se por ventura estiver errando, como já aconteceu, acontece, né, eu chamo e converso com ela. Ela não será demitida jamais pela imprensa”, afirmou.
O presidente disse ainda que não recebeu ligações com queixas a respeito da ministra e que “ninguém pede a cabeça de ministro como acontecia no passado”.
Interlocutores de Flávia a defendem e dizem que os recursos não foram liberados pelo Ministério da Economia.
Aliados da ministra também argumentam que as insatisfações são esperadas num contexto em que não há espaço no Orçamento para atender todas as demandas. Ela recebeu a solidariedade de colegas da Esplanada por mensagens de WhatsApp.