O deputado federal paraibano e presidente do PSDB na Paraíba, Pedro Cunha Lima, apresentado, na segunda-feira (20), como o candidato da legenda ao cargo de governador do Estado nas Eleições 2022 poderá ter um trabalho árduo pela frente, uma vez que terá que reconquistar a popularidade perdida desde a sua primeira vitória como parlamentar federal.
De acordo com os números apresentados pelo sistema de informações da Justiça eleitoral, apesar de ter sido reeleito em 2018, a perda de popularidade deste, que é um dos herdeiros políticos da família Cunha Lima, foi de 57,33% em relação a sua eleição em 2014.
Isso porque, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas Eleições de 2014, Pedro Cunha Lima, com 179.886 votos (9,29% dos votos válidos), sagrou-se como o candidato a deputado federal mais votado da Paraíba.
Já na eleição seguinte, em 2018, Pedro até conseguiu se reeleger, porém, amargando uma queda de popularidade tão sensível que, nas urnas, conseguiu apenas 76.754 votos (3,86% dos votos válidos).
Ao conseguir menos da metade da votação alcançada na eleição anterior, Pedro Cunha Lima, ficou distante 70.106 votos de Gervásio Maia (PSB), à época, considerado o candidato mais votado na disputa do mesmo cargo de deputado federal, tendo recebido 146.860 votos (7,38% dos votos válidos).
Em números reais, Pedro recebeu, em 2018, 103.132 votos a menos que na sua própria eleição, para o mesmo cargo, no pleito de 2014. Um dado importante que não pode ser ignorado.
Desafio
Os números mostram, por si só, o peso do desafio que Pedro Cunha Lima terá pela frente, principalmente, se ele optar por seguir à risca o que disse a respeito do desejo de ser o próprio protagonista de sua candidatura tendo o pai, Cássio Cunha Lima, apenas como coadjuvante da sua campanha, uma vez que, como disse: “Pedro é Pedro e Cássio é Cássio”.
Adversários
Pedro terá, a preço de hoje, que enfrentar, pelo menos, mais quatro candidatos ao comando do Governo da Paraíba, são eles:
- João Azevêdo (Cidadania) que, com um mandato feito à base de muitas parcerias, tem realizado várias obras em todo o Estado e concorrerá à reeleição;
- Luciano Cartaxo (PT) que voltou ao seu antigo partido com esse objetivo e acumula experiências em cargos de vereador, prefeito, deputado estadual e vice-governador;
- Nilvan Ferreira (PTB) que confia no peso do seu histórico como apresentador de televisão e nos votos da extrema direita paraibana para sair vencedor;
- e, Lígia Feliciano (PDT) que, por força de articulação política, conseguiu o posto de vice em chapas ocasionalmente fortes e acumula no currículo dois mandatos como vice-governadora do Estado.
Outros obstáculos
Pedro Cunha Lima enfrentará vários obstáculos, mas, dois são, particularmente, importantes:
- Ser lembrado como um político paraibano que votou ‘SIM’ pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), fato que poderá ter peso importante em tempos de baixíssima popularidade da ‘Direita’ política e da volta de uma capilaridade visivelmente forte da ‘Esquerda” brasileira;
- E a possibilidade de ter que enfrentar nas urnas o ex-prefeito de Campina Grande e atual vice-presidente do Senado e presidente do MDB na Paraíba, Veneziano Vital do Rêgo, que está à beira de também apresentar-se como mais uma opção ao cargo de governador do Estado e, em detrimento da candidatura de Pedro, poderá conquistar votos importantes de eleitores na Rainha da Borborema, reduto eleitoral dos Cunha Lima.