Cotas que reservam vagas apenas para egressos de escolas públicas, sem incluir um recorte racial, falham em aumentar a inclusão de negros no ensino superior. Um estudo do Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa, ligado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro), revela, por exemplo, que as instituições estaduais de seis estados (Alagoas, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Roraima) possuem cotas apenas sociais, sem recorte racial.
Além disso, de forma geral, as instituições geridas pelos estados estão atrás das federais no percentual de vagas reservadas para ações afirmativas. Em 2019, essas fatias eram de, respectivamente, 44% e 52%.
Mesmo entre as instituições federais, há variação tanto em termos de critérios usados quanto de amplitude na oferta de lugares para grupos tradicionalmente excluídos, conforme matéria publicada pela Folha de São Paulo.
Embora a lei aprovada em 2012 tenha exigido a oferta de, pelo menos, metade das novas vagas para cotistas, há casos de instituições que ultrapassam esse percentual. Em três delas —UFBO e UFSB (BA) e FFS (SC)—, mais de 75% dos lugares são reservados.
Além disso, algumas universidades oferecem vagas para grupos não mencionados na lei federal, como quilombolas, e que acrescentam bônus nas notas de alunos de contextos desfavorecidos.
Segundo Jefferson Belarmino, pesquisador do Gemaa, é importante que a lei de cotas seja aprimorada —há previsão de uma revisão em 2022. Por isso, ele ressalta a importância de estudos que avaliem o impacto de diferentes critérios que as instituições usam em suas ações afirmativas.
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