O Grupo Mulheres do Brasil, por meio do seu Comitê de Combate à Violência contra a Mulher, alinhado à iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), que este ano completa três décadas de mobilização internacional, convoca toda a sociedade a se unir por uma causa que diz respeito a todo mundo: o fim da violência contra mulheres e meninas.
E é com esse intuito que realiza a 4ª Caminhada pelo Fim da Violência contra as Mulheres, dia 5 de dezembro, em vários pontos do país, como também no exterior com ações alusivas ao tema. Ao todo, mais de 40 cidades devem participar desta grande mobilização. Em João Pessoa, a caminhada sairá do Parque da Lagoa Solon de Lucena, às 6h30, com concentração a partir das 6h e percorrerá o anel interno da Lagoa.
Violência doméstica – uma pandemia dentro da pandemia
As estatísticas da violência contra as mulheres são alarmantes. Segundo a ONU, cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência ao longo da vida, apenas por causa de seu gênero. A violência de gênero é considerada pela organização uma pandemia global.
“O fato se agravou ainda mais no período de enfrentamento à Covid-19, quando muitas mulheres sentiram na pele uma pandemia dentro de outra, a da violência. Isto escancara o fato de que, para muitas mulheres, estar em casa não significa estar num lar, pois a violência acontece exatamente dentro de casa”, explica Elizabete Scheibmayr, uma das líderes do Comitê de Combate à Violência contra a Mulher.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o início da pandemia trouxe uma situação dramática para as mulheres que ficaram confinadas em casa com seus agressores: os números de denúncias diminuíram. Isto significa que as mulheres não conseguiam pedir ajuda, apesar do aumento considerável dos casos de violência doméstica. Dados do órgão revelam que em 2020 foram registrados 1350 feminicídios no Brasil, um caso a cada seis horas e meia.
Segundo o Ministério da Família, houve um crescimento de 6% para os casos de feminicídios, e de 34% para denúncias do canal 180, neste último ano, comparado com o mesmo período do ano passado.
Para Gisele Agnelli, também líder do Comitê de Combate à Violência contra as Mulheres, o aspecto econômico exerce forte impacto na vida das mulheres, especialmente no que diz respeito ao rompimento do ciclo de violência.
“O Fórum Econômico Mundial de Davos, realizado este ano, apresenta um relatório dramático de como a pandemia adiará a igualdade de gênero por mais de uma década. Essa deterioração é atribuída, em grande parte, ao estancamento dos avanços econômicos por causa da necessidade que as mulheres têm em oferecer cuidados familiares e também porque elas trabalham em setores mais afetados pelo confinamento, como, por exemplo, são maioria no mercado informal de trabalho”, diz a líder.
Segundo Luiza Helena Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil, será uma grande mobilização que colocará nas ruas a voz de todas as pessoas, pedindo um basta aos índices inaceitáveis da violência contra as mulheres.
“Durante a pandemia, a violência contra as mulheres cresceu 20% nas cidades brasileiras, não podemos assistir a isso passivamente. Temos que mudar essa realidade urgente, é a união de toda a sociedade por uma causa global”, conclui a executiva.
A Caminhada pelo Fim da Violência contra as Mulheres, em São Paulo, tem o patrocínio do Motiva Implantes, Rios e Assunção e Magazine Luiza e apoio do Justiceiras e Instituto Patrícia Galvão, empresas comprometidas que desenvolvem ações para acabar com a violência doméstica.
Serviço:
CAMINHADA PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
Data: dia 5 de dezembro
Horário: às 6h30 (concentração a partir das 6h)
Percurso: Anel interno da Lagoa do Parque Solon de Lucena