A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) aprovou, nesta terça-feira (19), um requerimento do deputado Jeová Campos solicitando que seja registrado nos anais da Casa Legislativa uma ‘Moção de Repúdio’ ao pronunciamento do deputado estadual paulista, Frederico D´Ávila, que durante pronunciamento no dia 14 de outubro, na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), proferiu ataques caluniosos e homofóbicos contra Dom Orlando Brandes, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, e ao santo padre, o Papa Francisco. Jeová defende que não se pode concordar com tal fato e deixar que tudo passe em “brancas nuvens”.
“O parlamentar paulista chamou os religiosos de “safados”, “vagabundos” e “pedófilos”, conforme vídeo que circula nas redes sociais”, disse o Jeová, lembrando que a “motivação” do deputado paulista para cometer tal delírio foi uma declaração de Dom Orlando Brandes, na homilia da terça-feira (12/10), durante homenagem ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Nacional de Aparecida. Na ocasião, Dom Orlando criticou a disseminação de notícias falsas e o armamento da população brasileira.
Na ocasião, apesar de não mencionar o nome do presidente da República, o religioso utilizou parte do slogan do governo federal para afirmar que “para ser pátria amada não pode ser pátria armada”. “Certamente, desejando agradar ao presidente da República, o parlamentar paulista atacou ferozmente a declaração de Dom Orlando Brandes, a CNBB, o Santo Padre o Papa Francisco, caluniando-os”, destacou Jeová no requerimento de número 18.233. Para o parlamentar paraibano, as palavras ditas no Plenário da ALESP são absurdas, descabidas e desrespeitosas não apenas com os religiosos, mas com a CNBB.
O deputado paraibano afirmou que não tem dúvidas que os adjetivos utilizados pelo parlamentar paulista para atacar a moral de várias pessoas não se aplicam ao Arcebispo Dom Orlando Brades, aos Bispos que integram a CNBB, ao Papa Francisco. “São pessoas de bem, de conduta ilibada, que vivem para servir e levar a verdadeira Palavra de Deus a todos os rincões do Brasil e do mundo. O Santo Padre, o Papa Francisco possui o cargo mais alto na Igreja Católica e tal posição exige respeito, independentemente, se a pessoa professa a fé católica ou não”, salientou Jeová.
“Como cidadãos e deputados, jamais poderemos concordar e deixar passar em brancas nuvens essas palavras infelizes e desrespeitosas proferidas pelo parlamentar paulista. Nossa solidariedade às vitimas das agressões e a todos que fazem a CNBB”, disse Jeová, agradecido pelo aprovação de seu requerimento pelos demais deputados da Casa de Epitácio Pessoa.
Outras manifestações de desagravo aconteceram país afora, a exemplo da do Bispo da Diocese de Itapeva (SP), Dom Arnaldo, durante homília essa semana fez duras críticas ao deputado paulista e disse que quem se considerar católico ou cristão de verdade não pode aceitar esse tipo de conduta. “Antes de falar do Papa acompanhe o que o Santo Padre está falando, antes de criticar a CNBB entre no site da instituição e conheça suas ações e antes de criticar Dom Orlando, conheça sua trajetória. Discordar é uma coisa, faltar com respeito é outra”, afirmou o religioso que pediu para os fiéis que concordassem com a postura do deputado paulista refletissem sobre qual Deus eles segu iam e se retirassem da igreja. “Não se pode servir a dois senhores. Com Deus não se brinca”, disse ele.