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Paraíba

Carroças na Capital: MPPB requer na Justiça o fim da exploração e maus-tratos de animais

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O Ministério Público da Paraíba ajuizou uma ação civil pública (Processo 0835097-16.2021.8.15.2001), requerendo que, no prazo de 90 dias, seja tomada uma série de providências a fim de garantir o fim do uso de animais para serviços de tração em carroças, nas ruas de João Pessoa. A ACP pede a reparação integral dos danos ambientais e a garantia dos direitos dos bichos e da coletividade, com repercussão, inclusive, no trânsito da cidade. Estão sendo processados a Prefeitura de João Pessoa e o Batalhão de Policiamento Ambiental de João Pessoa.

A ação foi ajuizada no último dia 3, pelo 42º promotor de Justiça da capital, que atua na defesa do meio ambiente, José Farias de Souza Filho, com a colaboração da advogada especialista em direito animal e ex-assessora jurídica da Promotoria de João Pessoa, Taiara Desirée Tavares de Castro. Estão representando os órgãos processados o prefeito Cícero Lucena; o procurador-geral do Município, Bruno Nóbrega; o secretário municipal do Meio Ambiente, Welison de Araujo, e o coronel Melquisedec Lima de Figueiredo

Situação existe e persiste em vários bairros
A ACP tem como referência o Inquérito Civil Público 002.2019.009877, instaurado em 2014. O ICP constatou que “o tratamento cruel aos animais existe e persiste em vários bairros da cidade”, inclusive com o agravante da prática do trabalho infantil. Nesse tempo, houve várias tentativas no sentido de resolver o problema dos maus-tratos verificados na capital, sem, contudo, terem êxito, visto que, no próprio processo, constam imagens de várias situações recentes nas quais os bichos são submetidos a sofrimentos. Em uma delas, feita em fevereiro de 2020, no bairro de Manaíra, um jumento visivelmente ferido por chicotadas e com uma das patas quebradas puxava uma carroça sob o sol do meio-dia (ver foto na matéria).

Várias outras situações são detalhadas e demonstradas no processo. “Observa-se, pelo exposto, que o dano ambiental e ao direito animal aqui relatados decorrem essencial e diretamente pela negligência e não observância dos ditames constitucionais e infraconstitucionais que vedam a crueldade contra animais, configurando, portanto, omissão do Poder Público que, tendo o dever de proteger, vem negando a garantia a alguns dos valores supremos assegurados pela vigente Constituição da República, como o direito animal à uma vida digna e sem crueldade”, diz trecho do processo.

Cumprimento de normas e questão social
O Ministério Público, por meio da ação civil pública, pleiteia o cumprimento da Constituição Federal e do Código de Defesa e Bem-Estar Animal da Paraíba (Lei Nº 11.140 de 08/06/2018), que estabelece normas para a proteção, defesa e preservação dos animais vertebrados e invertebrados situados no espaço territorial da Paraíba, determinando que é dever do Estado e de toda a sociedade garantir a vida digna, o bem-estar e o combate aos abusos e maus tratos de animais (Art. 3º).

O promotor de Justiça, José Farias, não apenas pretende que sejam cessados os maus-tratos aos animais, mas também cita na ação que há alternativas para garantir as atividades de famílias que hoje exploram animais para garantir a sobrevivência em atividades como catação de materiais recicláveis. Uma delas seria a substituição dos bichos por um modelo de bicicleta adaptado. Ele cita o exemplo adotado pela Prefeitura de Maceió/AL. O MPPB também requereu na Justiça, em caso de descumprimento, o pagamento – por cada ato não praticado e em desacordo com as obrigações delimitadas – de multa diária no valor de R$ 10 mil.

Providências requeridas pelo MPPB, em caráter liminar:
1 – Suspender a atividade de tração animal no município de João Pessoa, levando em consideração os tipos de espécies animais que fazem parte da referida atividade, como por exemplo: equinos, muares, asininos e bovinos; o peso e os tipos de carga; a proibição de utilização de animais enfermos e qualquer tipo de agressão aos mesmos que possa causar sofrimento ou dor; obediência às leis de trânsito, dentre outros;

2 – Providenciar a inspeção veterinária a todos os equídeos utilizados, encaminhando de imediato os animais tidos como incapacitados a tratamento emergencial, para então destiná-los a entidade pública ou privada adequada (cuja finalidade seja a proteção animal), vedada sua venda em leilões ou entrega a matadouros ou quaisquer outras atividades que contrariem os interesses dos animais;

3 – Submeter todos os equídeos utilizados nas carroças ou charretes à inspeção veterinária, elaborando-se laudos ou pareceres técnicos hábeis a aferir a condição física dos animais e estimar sua idade, inclusive, além da identificação do responsável;

4 – Orientar os responsáveis pelos animais acerca do tratamento devido aos equídeos, relacionado a abrigo, alimentação e cuidados básicos, advertindo-lhes de que a falta dessas garantias mínimas ou o cometimento de atos de abusos ou maus-tratos (que incluem o abandono) redundarão na recolha administrativa do animal e na tomada de providências criminais contra os infratores;

5 – Apreender todos os equídeos feridos, debilitados, doentes ou idosos (caso os responsáveis não assumam suas obrigações de tratá-los de forma condigna) e encaminhá-los a local adequado para acolhida e tratamento (órgão público ou entidade particular, cuja finalidade seja a proteção animal), vedada sua destinação econômica e/ou servil, abandono em vias públicas, entrega para matadouros, venda em leilões ou quaisquer outras atividades que contrariem os interesses dos animais;

6 – Apresentar Política de Proteção Animal para os animais de tração do Município com alternativas para os catadores de resíduos sólidos para substituírem os VTAs (veículos de tração animal) por carroças movidas a bicicletas, conforme modelos apresentados;

7 – Implementar políticas públicas, a fim de qualificar e dar oportunidades de trabalho aos profissionais que utilizam do transporte da tração animal como fonte de renda, para que eles tenham emprego e renda atuando em outros setores.

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“Vá votar. Você escolhe e determina o seu futuro”, diz João ao estimular exercício do voto

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O governador do Estado da Paraíba, João Azevêdo (PSB), votou na manhã deste domingo (27/10), nas dependências de uma escola particular localizada no bairro do Bessa, na Capital paraibana.

Na ocasião, o gestor chegou acompanhado pelo prefeito aliado e candidato à reeleição, em João Pessoa, Cícero Lucena (PP), bem como pelos deputados federais Aguinaldo Ribeiro (PP) e Hugo Motta (Republicanos) e incentivou o exercício do voto.

Vá votar. Saia de casa e faça sua escola. A democracia nos permite isso. Você escolhe e determina o seu futuro“, enfatizou o governador.

João Azevêdo trabalha pela reeleição de Cícero, em território pessoense e, em Campina Grande, para a eleição de Jhony Bezerra (PSB).

 

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“Virada”, diz Queiroga ao falar sobre expectativas pouco antes de votar no 2º turno em João Pessoa

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O candidato Marcelo Queiroga, que disputa o comando da Prefeitura Municipal de João Pessoa (CMJP) pelo PL, votou logo na manhã deste domingo (27/10).

Queiroga, que chegou ao lado do vice da sua chapa, pastor Sérgio Queiroz (Novo), votou nas dependências da Escola Matheus Augusto de Oliveira, instada no Bairro dos Estados.

O prefeitável voltou a reafirmar que o sentimento que possui é o de “virada“.

A Pesquisa Quaest, divulgada neste sábado (26/10), mostrou que as intenções de votos na corrida eleitoral pela Prefeitura de João Pessoa apontam vitória do atual prefeito, Cícero Lucena (PP), com 60%. Marcelo Queiroga (PL) tem 40% de acordo com o levantamento.

Leia também: Pesquisa Quaest: Cícero tem 60% contra 40% de Queiroga em João Pessoa

A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

No primeiro turno, Cícero obteve 205.122 votos, número que representa 49,16 % da preferência do eleitorado pessoense. Já Queiroga, 90.840 votos, total que corresponde a 21,77 %.

 

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Revolta na advocacia da PB: Paulo Maia teria loteado chapa para escritórios estrangeiros bilionários

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O candidato à Presidência da OAB na Paraíba, Paulo Maia, está sendo apontado como suposto responsável por  ter “rifado” sua chapa para escritórios bilionários de fora do Estado. O caso tem gerado revolta entre os advogados, pois o loteamento de cargos envergonha a classe ao ceder espaço para escritórios estrangeiros, sem identidade alguma com o Estado, representarem a advocacia paraibana em Brasília.

Na chapa de Paulo Maia, como conselheiro federal, consta Ângelo Ribeiro, representante do escritório Nelson Wilians, o maior da América Latina. O CEO desse escritório possui um patrimônio líquido estimado em US$ 3,6 bilhões (R$ 20,48 bilhões). Em 2024, ele estreou na lista da Forbes 400 dos americanos mais ricos, ocupando a 374ª posição.

A chapa também inclui Wilson Belchior, que representa o escritório RMS Advogados – Rocha, Marinho e Sales, do Ceará, fundado pelo ex-ministro e ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), César Asfor Rocha.

Na história das eleições da OAB já houve exemplo de chapas fizeram o mesmo que Paulo Maia: lotearam cargos para grandes escritórios de fora da Paraíba. O resultado foi desastroso nas urnas, pois a advocacia paraibana não aceitou a ocupação de espaços por escritórios de outros Estados.

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