Os socioeducandos que cumprem medidas judiciais no Centro Educacional do Adolescente (CEA/JP), unidade socioeducativa da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida” (Fundac), a partir de agora, contam com mais um instrumento pedagógico para facilitar e organizar o estudo sobre Direitos Humanos.
O projeto intitulado “Direitos humanos qual é a sua?” é uma apostila criada por dois professores da Escola Cidadã Integral Socioeducativa Almirante Saldanha, Eron Carlos Santos da Silva e Maria Izabelly Alves da Silva, sob a orientação do coordenador pedagógico Paulo Henrique, utilizada como ferramenta para que os alunos assimilem o assunto de forma mais fácil.
Segundo Tatiana Pinangé, diretora da Escola Cidadã Integral Socioeducativa Almirante Saldanha, as atividades sobre direitos humanos que estão sendo aplicadas na escola é fruto da parceria do Instituto Auschwitz com a Secretaria de Estado da Educação e a Fundac, que em 2020 proporcionou para alguns professores da socioeducação o curso “Cidadania e democracia desde a escola”, e a partir daí, a Escola começou a lecionar a disciplina.
“Para a Escola e para a Socioeducação como um todo, nós consideramos uma grande oportunidade de abordar essa temática para os estudantes no intuito de trazer situações conectadas com as realidades que eles estão inseridos, trabalhando a empatia, o valor a vida, a importância de respeitar e de ser respeitado, em sintonia com a disciplina de Projeto de Vida que mostra uma nova perspectiva de atuar na sociedade, respeitando valores e princípios fundamentais para esse novo projeto de vida”, comentou a diretora da ECIS.
“Através do projeto, os alunos têm a percepção de seus direitos e deveres como cidadãos, agentes políticos transformadores do agora e detentores de seu futuro quanto indivíduo formador de opinião”, explicou Maria Izabelly, professora de Geografia e Direitos Humanos.
A Apostila é dividida em 4 capítulos: O que são os direitos humanos (fala um pouco sobre a história); O direito de ser (trata do racismo e homofobia e etc.); Direitos e deveres (o que é ser cidadão); e por fim, um espaço para o adolescente criar sua própria Declaração de Direitos Humanos, baseada na universal e adaptada a sua realidade.
“No quarto capítulo fazemos um convite ao estudante para contar a sua história, seus desafios, sua jornada enquanto cidadão, como protagonista do seu universo, e como ele pode alterar positivamente o coletivo a sua volta”, acrescentou a professora.
Eron Carlos, professor de Geografia e de Direitos Humanos, destacou que o projeto foi executado durante as aulas da disciplina. “No término do curso debatemos sobre a importância e garantia dos nossos direitos para nossa realidade, e o aluno elabora sua própria declaração de Direitos Humanos”, explicou.