A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou a circulação na Paraíba da variante Alpha B.1.1.7, oriunda do Reino Unido. A afirmação veio após o sequenciamento genético de amostras com alta carga viral, dentro da rotina de enfrentamento da pandemia e monitoramento da doença no estado.
De acordo com a Gerência Executiva de Vigilância em Saúde da SES, apenas uma pessoa foi identificada com a variante até o momento. Trata-se de um jovem do sexo masculino, residente em João Pessoa, sem histórico de viagem, com sintomas em 23 de março e com evolução para a cura.
Segundo o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, a SES, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/PB), da Gerência Executiva Vigilância em Saúde, do Laboratório de Vigilância Molecular Aplicada (Lavimap) da Escola Técnica de Saúde da UFPB, está executando o monitoramento de amostras que fazem parte hoje da Rede Nacional de Sequenciamento Genético para Vigilância em Saúde. Ele explica que os resultados de exames com alta carga viral são enviados para a Fiocruz-RJ para a realização do sequenciamento genético e assim a identificação das variantes em circulação no território.
“É de fundamental importância o uso contínuo das máscaras e das medidas de proteção individual, além da vacinação de todos os paraibanos contra o vírus, em tempo oportuno, sempre que forem convocados de acordo com o público. A população também precisa fazer a sua parte no combate ao vírus”, pontua.
Até o momento, a Paraíba já teve 85 casos sequenciados. Das 52 amostras recebidas esta semana, o estado confirmou outras variantes, além da Alpha B.1.1.7: 01 VOIs- P.2; 48 VOCs, sendo 44 P.1 e 3 P.1.2 – classificada como variante da P.1; e três outras variantes, sendo duas amostras para B.11.28 e uma para P.4.
A Nota Técnica enviada pela SES aponta que 44 destas amostras VOCs foram da variante Gamma – P.1 (20J/501Y.V3), das quais 35 são residentes de João Pessoa, 01 de Campina Grande, 02 de Alagoa Grande, 01 de Cabedelo, 02 de São José de Piranhas, 01 Ingá, 01 Patos, 01 de Pedras de Fogo. Quanto à evolução desses casos, 20 evoluíram a óbito e os demais para a cura.
A Nota Técnica está disponível no site do Governo da Paraíba e pode ser acessada clicando aqui.
Aumento do risco de morte
De acordo com Nick Davies, o líder do estudo sobre a variante, em um comunicado enviado ao London School of Hygiene & Tropical Medicine, o risco de morte aumenta em 61% em pessoas acima dos 70 anos. Com estimativa de erro, o número pode variar entre 42% e 82%.
Já em mulheres entre 70 e 84 anos, o risco estimado de morte após 28 dias do teste positivo aumenta de 2,9% para 4,4% com a variante. Já para as que tem idade de 85 anos ou mais, o risco sobe de 13% para 19%
O estudo também identificou que em homens de 70 a 84 anos, o risco de morte, levando em conta os 28 dias após o teste positivo, aumenta de 4,7% para 7,2% e, para os que já estão no grupo de 85 anos ou mais, o número sobe de 17% para 25%.
Para todas as pessoas quem tem idade abaixo de 70 anos, o estudo revelou risco de morte abaixo de 1% em todos os grupos, mesmo com a variante.