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Paraíba

Após reunião com movimentos sociais, Paraíba adotará cotas raciais na aplicação da Lei Aldir Blanc

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Trabalhadoras e trabalhadores pretos e periféricos da cultura na Paraíba serão beneficiados com cotas raciais na aplicação dos recursos federais da Lei nº 14.017/2020 (Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc). A medida é uma das providências acordadas na sexta-feira (16/4), em reunião conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União (DPU), no âmbito de procedimento investigativo que busca o efetivo alcance dos benefícios da lei criada para socorrer o setor da cultura, fortemente atingido pela pandemia da covid-19. A medida também prevê criação de comissão de heteroidentificação para evitar fraudes no acesso às cotas.

Outra providência, já conquistada nesta sexta-feira (16/4), foi o deferimento da petição do Estado da Paraíba ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a prorrogação de execução da referida lei no estado. O pedido, deferido pela Ministra Cármen Lúcia, foi um dos encaminhamentos de reunião semelhante, ocorrida na sexta-feira (9/4), também conduzida pelo MPF e pela DPU. Por meio da Lei Aldir Blanc, foi destinado à Paraíba, em 2020, o montante de R$ 36.605.274,22, dos quais restou um saldo estimado em pouco mais de R$ 19 milhões. Além da Paraíba, os estados do Ceará, Bahia e Pará também solicitaram a prorrogação de execução da lei ao STF.

As duas reuniões tiveram a participação da Secretaria de Estado da Cultura (SecultPB), Conselho Estadual de Política Cultural, gabinete da deputada estadual Estela Bezerra, que integra a Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB); Fórum dos Fóruns da Cultura da Paraíba; Frente Popular de Cultura da Paraíba; Fórum de Artistas Pretes, Pretas e Pretos na Paraíba; e Grupo de Estudos Coco Acauã.

Para a integrante do Fórum de Artistas Pretes, Pretas e Pretos na Paraíba, a atriz e contadora de histórias, Fernanda Ferreira, a adoção das cotas raciais pelo estado da Paraíba, na Lei Aldir Blanc, é uma conquista dentre as muitas reivindicações dos movimentos sociais e culturais de pessoas negras organizadas em todo o Brasil, na luta por equidade racial. “A adoção de 30% para es artistas negres nos editais gerais lançados pela SecultPB, constitui uma possibilidade de fazer justiça numa conquista que pode ser considerada um marco histórico, em nível nacional, uma vez que nenhum outro estado brasileiro assumiu esse compromisso com a parcela negra/preta da população, neste momento de pandemia, em que a comunidade artística/cultural é um dos setores mais prejudicados e os negros/as estão em maior condição de vulnerabilidade diante da crise sanitária por que passa o nosso país”, observou.

Ainda sobre as cotas raciais, Fernanda Ferreira ressaltou a importância de o movimento cultural ser ouvido pela gestão estadual e da construção de políticas culturais de maneira conjunta e respeitosa com a sociedade civil, visto que os artistas são os maiores interessados. “Não adianta criar editais legalistas, onde o nosso povo não consiga acessar e termos de ver milhões voltarem aos cofres públicos, com o discurso de que não houve demanda por parte do setor cultural no estado. Para além das cotas nos editais gerais, nossa expectativa é que a SecultPB lance editais específicos que atendam exclusivamente às expressões das culturas negras/pretas, periféricas e tradicionais de matriz africana em nosso estado”, afirmou.

Obstáculos – Mulher preta, a integrante da comissão de representação do Fórum de Artistas Pretes, Pretas e Pretos na Paraíba enumerou alguns dos obstáculos encontrados pelos artistas pretos para acessarem os recursos da Lei Aldir Blanc, como “condições precárias, muitas vezes inexistentes, de acesso a recursos que atendam às necessidades técnicas de inscrição para os editais, tais como acesso à internet e equipamentos; a ausência de representatividade das expressões e manifestações artísticas e culturais negras/pretas, periféricas e tradicionais de matriz africana nos editais lançados; solicitações de contrapartidas, muitas vezes fora da realidade de muitas pessoas artistas pretas que estão vivendo em condições extremas de vulnerabilidade; e ainda dificuldade de acesso ao diálogo direto com a SecultPB no primeiro momento de efetivação da Lei Aldir Blanc”.

Mobilização nacional – No final de julho de 2020, o Comitê Ação Permanente pela Cultura e Movimento Negro Unificado lançou a ‘Campanha nacional em defesa das cotas na Lei Aldir Blanc’ para reivindicar o acesso da comunidade artística negra aos recursos emergenciais da lei federal. Dentro da articulação nacional, foi criado o Fórum de Artistas Pretes, Pretas e Pretos na Paraíba que se mobilizou e lançou em setembro a campanha pelas cotas no estado. Em entrevista ao jornal Brasil de Fato, por ocasião do lançamento da campanha ‘Cotas na Lei Aldir Blanc’ na Paraíba, Fernanda Ferreira mencionou as dificuldades dos artistas da periferia em cumprir as exigências burocráticas para acessarem os recursos emergenciais.

“O movimento hip-hop não está conseguindo se inserir dentro das exigências da lei, assim como o movimento de capoeira. A partir do momento da regularização dos trâmites legais da lei pelos órgãos públicos do estado e do município, os pretos e as pretas, povo da periferia, povo pobre, comunidades e grupos de matriz africana, foram ficando de fora porque não estão atendendo às exigências burocráticas construídas de cima para baixo, pelos órgãos. Isso nos motivou a nos organizar e mobilizar para reivindicar a democratização do acesso a esse recurso”, afirmou a ativista.

A demanda chegou ao MPF em julho de 2020, por meio de representação do Fórum dos Fóruns da Cultura da Paraíba, que já havia acionado a Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa, em abril de 2020, para tentar construir uma saída para a questão dos artistas e do setor da economia da cultura. “Realizamos um fórum virtual ‘Cultura contra Covid’, enviamos documentos com propostas ao poder público, apresentamos projetos de lei, como a ‘Lei Zabé da Loca’ e realizamos uma audiência pública sobre a Lei Aldir Blanc com a participação da relatora da lei, a deputada federal Jandira Feghali”, lembra a deputada estadual Estela Bezerra, integrante da comissão da Assembleia.

Diálogo e esforço conjunto – “Nos preocupou o fato de a Paraíba ter executado menos de 50% dos recursos, com cerca de 19 milhões não gastos. Diante disso, o movimento nos trouxe a demanda e realizamos uma sessão na ALPB com o acompanhamento de diversas instituições, na qual foram apresentadas as dificuldades, mas também as sugestões de resolução”, conta a deputada. “Como encaminhamento, o MPF está promovendo esse importante diálogo para chegarmos em consensos. Agradeço ao movimento cultural e às instituições como MPF, DPU, DPE e à própria Secult. Tenho expectativa de que, na democracia, a partir do diálogo e do esforço conjunto, as instituições vão resolver os obstáculos. Esses recursos são muito preciosos num momento em que a arte e a cultura podem contribuir com a saúde social e mental da população. Podem enfrentar a crise econômica evitando que a Paraíba contribua para o explícito avanço da fome e pobreza no nosso país”, declarou.

Mais editais serão abertos – O secretário da Cultura, Damião Ramos Cavalcanti, falou da expectativa sobre os próximos editais: “Esperamos dar continuidade, inclusive com maior intensidade, ao que a SecultPB vem realizando, desde a operacionalização da primeira fase da Lei Aldir Blanc. A utilização dos 19 milhões restantes, nessa segunda fase, cuja aprovação sairá, com muita probabilidade, na próxima quinta-feira, abrirá muitos e diversificados editais, que, em quantidade e qualidade, serão significativos quanto a essas necessidades emergenciais. Toda a equipe da SecultPB estará unida e dedicada à agilidade de atendimento a todos os proponentes, nos termos dos editais”, informou o chefe da pasta da Cultura.

O secretário estadual também ressaltou que as reuniões realizadas sob a coordenação do Ministério Público Federal “ampliaram limites e sugeriram importantes caminhos para que a SecultPB publique editais definidores dessa amplitude, buscando, sobretudo, atender a todas as trabalhadoras e a todos os trabalhadores da Cultura”, afirmou. “Ao final de dois dias de reunião, somos gratos ao procurador da República José Godoy e ao defensor público federal Édson Júlio Andrade, à colaboração de representantes da Controladoria-Geral do Estado e da Procuradoria-Geral do Estado. A negociação do procurador Godoy, com competência e equilíbrio, propiciou-nos bons e construtivos parceiros”, declarou Damião Ramos.

O procurador da República José Godoy destacou a importância do debate público amplo e plural para o êxito na superação dos obstáculos, com a participação de diversos órgãos públicos, como a Assembleia Legislativa, a equipe da Secretaria da Cultura, que parou para escutar os reclames e os pleitos da classe artística, as Defensorias Públicas, do Estado e da União, e o próprio Ministério Público Federal. “É de suma importância destravar os recursos para a classe artística num momento tão grave da pandemia, seja do ponto de vista sanitário ou da vulnerabilidade econômica desse momento”, ressaltou o procurador.

Procedimento Apuratório nº 1.24.000.000964/2020-12

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Expectativa: deputados devem reconduzir Adriano Galdino à Presidência da ALPB em Sessão nesta 3ª

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Uma nova eleição para Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) acontecerá nesta terça-feira (26/11). O pleito ocorre após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa e instituiu uma nova eleição para a Mesa.

A medida acontece após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada do deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) como presidente da Casa Legislativa seja oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, a antecipação da dita eleição fere “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

O parlamentar acredita que não haverá surpresas na recondução da Presidência da Assembleia e expressou confiança em eleição por unanimidade.

A permanência dos membros também tem aprovação do governador João Azevêdo (PSB). De acordo com o gestor, existe tranquilidade em relação ao tema, uma vez que, em reunião com o presidente da ALPB, já havia exposto o desejo de que a composição da Mesa Diretora continuasse da mesma forma.

Além de Galdino são componentes da atual Mesa Diretora da ALPB os deputados: Felipe Leitão, Cida Ramos e Taciano Diniz, Fabio Ramalho, Tovar Correia Lima, Eduardo Carneiro, Anderson Monteiro, Jane Panta, Sargento Neto, Galego de Sousa, Eduardo Brito e Júnior Araújo.

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Na 4ª: Jampa Innovation Day acontece em JP com presença de especialistas nacionais e internacionais

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A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) recebe, pela primeira vez, o ‘Jampa Innovation Day’, por meio do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas (PPGEPS) e com parceria da ONZE19 Innovation Lab, RIS Potencializadora de Negócios e Projetos, We.Ease, e com o patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ). O evento ocorrerá no dia 27 de novembro, das 8h às 18h, no IlhaTech, situado na rua Sandoval de Oliveira, 22, Torre, João Pessoa/PB.

Os interessados em participar do evento devem ficar atentos: toda a comunidade acadêmica tem acesso gratuito até o dia 26 de novembro, mas estão com as últimas vagas para resgate de ingressos. Para garantir o ingresso, basta acessar o site oficial do evento e utilizar o e-mail institucional no momento da inscrição. Já para a comunidade externa, os ingressos possuem valores variados, que podem ser consultados no mesmo link.

O encontro tem como objetivo capacitar a comunidade universitária, empreendedores e líderes corporativos, abordando temas essenciais como inovação aberta, transferência de tecnologia, desenvolvimento e internacionalização de startups, e inovação socioambiental, trazendo ao palco especialistas nacionais e internacionais para um dia de networking e aprendizado de alto nível.

O Jampa Innovation Day destaca-se não apenas como um espaço para a troca de experiências enriquecedoras entre startups, empresas e instituições acadêmicas, mas também pelo seu compromisso com o impacto social. Todo o lucro arrecadado com a venda de ingressos será destinado à ONG Milagres do Sertão, contribuindo para a transformação das condições de vida de comunidades na Paraíba.

Para mais informações sobre a programação, cronograma do evento e organizadores, acesse a página do Jampa Innovation Day, bem como o perfil do evento no Instagram.

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Paraíba registra, neste ano, 1.544 nascimentos prematuros a menos que em 2022; veja

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Redação do Portal da Capital

Neste ano, a Paraíba registrou 5.427 nascimentos prematuros, um número inferior aos 6.971 registrados em 2022. A campanha Novembro Roxo, que visa a conscientização sobre a prematuridade, tem como tema em 2024 ‘Cuidados maternos e neonatais de qualidade em todos os lugares’. No Brasil, 1 a cada 10 nascimentos ocorre antes das 37 semanas, colocando o país entre os dez com maior índice de partos prematuros no mundo. Em 2022, foram registrados 303.447 nascimentos prematuros, e os dados preliminares de 2023 indicam uma leve redução, com 303.144 casos. Até o momento, em 2024, foram notificados 245.247 partos prematuros.

Visando promover uma rede de apoio às famílias, o Ministério da Saúde lançou, em setembro último, a Rede Alyne, que atua para qualificar o cuidado materno-infantil e garantir atendimento integral às mulheres e recém-nascidos em todo o Brasil.

A prevenção do parto prematuro é essencial para a redução da mortalidade infantil e depende, principalmente, de um pré-natal de qualidade ofertado pela Atenção Primária à Saúde (APS), com acompanhamento contínuo pela Estratégia Saúde da Família (ESF) e encaminhamento à atenção especializada se detectada uma gestação de risco. Quando o nascimento prematuro ocorre, é fundamental que esses bebês recebam cuidados e acompanhamento rigorosos para reduzir a morbimortalidade neonatal.

De acordo com a coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens, Sonia Venancio, políticas públicas e protocolos bem estruturados são essenciais para proporcionar um cuidado de qualidade: “Com assistência neonatal qualificada, é possível melhorar as condições de saúde desses bebês, promovendo um início de vida mais seguro e saudável, o que impacta positivamente também as famílias e a sociedade como um todo”.

Embora muitos bebês prematuros se desenvolvam bem, o parto antes das 37 semanas pode expor o recém-nascido a diversas intercorrências devido à imaturidade de seus órgãos e sistemas. As principais complicações incluem dificuldades respiratórias, problemas cardíacos, gastrointestinais, de imunidade, oculares, auditivas e imaturidade no sistema nervoso central.

As principais causas para um bebê nascer de forma prematura envolvem condições maternas, gravidez na adolescência, histórico de parto prematuro, gravidez múltipla, estilo de vida que favoreça o parto prematuro, como o uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas, cuidados pré-natais inadequados e infecções. A realização de exames do pré-natal, como de imagem e de sangue, permite a identificação precoce de condições de saúde materna e fetal que podem ser tratadas para evitar complicações. Em situações de alto risco, como hipertensão e diabetes gestacional, o monitoramento especializado é essencial para reduzir o impacto dessas condições sobre a gestação.

Ações

A Rede Alyne oferece suporte a estados, municípios e ao Distrito Federal, com recursos direcionados para fortalecer o pré-natal, o atendimento durante a internação e o acompanhamento no pós-alta – essenciais para a prevenção de complicações associadas à prematuridade. O programa também promove o fortalecimento dos serviços de alto risco para gestantes e puérperas em situação de vulnerabilidade, que são os Ambulatórios de Alto Risco (Agar), bem como oferece incentivo financeiro para os ambulatórios dos bebês egressos de UTI Neonatal (A-SEG).

Outra iniciativa do Ministério da Saúde é o envio de assessores técnicos aos territórios para apoiar e monitorar as práticas de saúde, além de garantir a execução das políticas, como no caso da estratégia do Método Canguru – cuidado humanizado ao recém-nascido que fortalece o vínculo entre mãe e bebê e reduz complicações comuns em bebês prematuros e ou de baixo peso.

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