O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) perdeu o cargo de presidente da Fundação João Mangabeira (FJM), instituição vinculada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), antes mesmo de completar os três anos previstos de mandato. A informação foi confirmada pelas redes sociais oficiais da FJM.
De acordo com a Fundação, o Conselho Curador elegeu, na tarde desta terça-feira (23), o ex-governador de São Paulo, Marcio França para ser o novo presidente da FJM por três anos ao lado do atual vice-presidente, Alexandre Navarro, que foi mantido no cargo.
Complicações
Segundo informações de bastidores, o volume de problemas judiciais enfrentados pelo ex-governador da Paraíba, a derrota eleitoral sofrida nas últimas eleições quando concorreu ao comando da Prefeitura de João Pessoa e a inelegibilidade por oito anos teriam sido decisivas para a saída de Ricardo da presidência da FJM onde recebia mais de R$ 30 mil como salário cujo montante era oriundo de verbas públicas do fundo partidário.
Ainda de acordo com informações dos bastidores, o PSB não teria como justificar a manutenção de Ricardo no cargo e, muito menos, a continuidade do pagamento dos mais de R$ 30 mil em salário a alguém que teria perdido a quase totalidade de sua força política em nome de escândalos e é apontado como réu em pelo menos oito ações judiciais. (Clique aqui para conferir detalhes)
Por fim, sabe-se que uma ação teria sido apresentada à Justiça para questionar o porquê da manutenção do pagamento do salário de Ricardo Coutinho com fundos públicos, uma vez que sua imagem hoje estaria atrelada não mais a de uma liderança que leva esperança ao povo, mas, sim, a de um cenário que remete à mais profunda corrupção pública.
Calvário
A Operação Calvário tem por objetivo investigar a atuação de uma Organização Criminosa (Orcrim) instalada no Governo do Estado e em prefeituras da Paraíba, desde o exercício de 2010, composta por organizações sociais, empresas comerciais e agentes públicos e políticos, que, por meio de contratações fraudulentas, obtinha recebimentos de propinas para se manter no poder.
De acordo com as investigações, a Orcrim agia sob comando do ex-governador Ricardo Coutinho e teria sido responsável pelo desvio de R$ 134.200.000,00 (cento e trinta e quatro milhões e duzentos mil reais) dos cofres públicos paraibanos.
Confira o print do comunicado publicado pela Fundação através do Facebook: