Trocar ideias, enfrentar desafios, propor soluções disruptivas, integrar equipes, cocriar e gerar um network positivo. Estas são algumas características das experiências em inovação aberta, que vêm sendo amplamente utilizadas pelas companhias conectadas ao universo das startups. Estender essa experiência ao ambiente universitário é, sem dúvida, um ganho – tanto para as companhias, como para os novos profissionais em formação. Ampliar esse universo colaborativo tem o poder de fomentar a inovação, a digitalização e o empreendedorismo.
O uso da tecnologia na educação, com a formação das EdTechs por alunos e professores, ganha uma dinâmica mais efetiva quando aliada à experiência corporativa. O desafio extra este ano, em virtude do distanciamento social imposto pela pandemia, foi manter profissionais e estudantes engajados, criativos e interessados em trabalhar em conjunto para acelerar a inovação, o empreendedorismo e mentalidade digital em diversas as áreas de atuação. Foi grata a surpresa em perceber que esse obstáculo não impactou nos resultados de projetos de cocriação.
A experiência com esse tipo de parceria tem sido muito importante na BASF. Trata-se de uma indústria química que, apesar de ter alguns produtos direcionados ao consumidor final, como as tintas imobiliárias Suvinil, trabalha fortemente no cenário B2B, bem distante da realidade da maioria dos estudantes. Mesmo assim encerramos com sucesso mais um ciclo do Programa Universidades, que a BASF realiza em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing, ESPM, na disciplina de Projeto Integrado.
Esse tipo de ação proporciona que a partir de alguns desafios, sempre alinhados e propostos em conjunto com os professores, seja possível aos alunos de graduação vivenciar novos modelos de administração, além de receber mentoria de profissionais experientes. A troca auxilia nos esclarecimentos das dúvidas e a preencher lacunas da estrutura da startup, oferecendo soluções tecnológicas inovadoras, que podem vir a ser postas em prática pelas companhias e também premiadas.
Na BASF, a parceria tem sido extremamente produtiva, mas o melhor é que enxergamos isso com grande satisfação, pois sabemos que estamos preparando profissionais, não só para trabalhar nos melhores negócios do Brasil e do mundo, como também para serem capazes de ajudar a transformar esses negócios. No caso que colocamos em prática em parceria com a ESPM, a dinâmica funciona como uma espécie de hackathon de três meses, em que os alunos aprendem na prática a criatividade, colaboração, gestão de projetos e empreendedorismo. Em quase dois anos, mais de 250 estudantes participaram do programa, que rendeu 12 projetos, sendo que cinco deles foram implementados, mesmo que parcialmente. Os últimos projetos de destaque propostos a tenderam demandas reais da área de Go to Market, responsável pelo comércio digital da companhia, da área de Excelência em Vendas da Suvinil e do negócio de Aditivos para Plásticos.
Além de toda a vivência e experiência diferenciada, há outro grande incentivo, que muitas vezes se sobressai para os estudantes, fazendo com que eles se engajem e procurem se destacar nas atividades: o contato com profissionais e até mesmo clientes, ampliando seu networking e colaborando positivamente com a sua carreira profissional. Tudo é encontrado no projeto, tanto que ao longo de um semestre, os alunos interagem com os diferentes públicos de interesse, criando uma oportunidade de início de carreira de trabalho e referências valiosas para o futuro.
Mesmo de forma remota, os trabalhos seguiram com muito engajamento e com resultados surpreendentes. Novos desafios já estão sendo preparados para o próximo ano. E a sua empresa, está pronta para apostar na inovação aberta?
*Renata Milanese, diretora de Costumer Enabling da BASF