A 32ª edição do Salão do Artesanato Paraibano vai homenagear 13 artesãs que trabalham com as técnicas de fuxico e patchwork, com o tema “Retalhos que conectam vidas”. O evento, em formato virtual por conta da pandemia, será aberto pelo governador João Azevêdo nesta sexta-feira (8), em uma live a partir das 10h nas redes sociais do Governo do Estado, e contará com a participação de 250 expositores, levando o que há de mais genuíno no artesanato paraibano em suas mais diversas topologias, como brinquedos populares, metal, fuxico e patchwork.
A gestora do Programa do Artesanato da Paraíba (PAP), Marielza Rodriguez, ressaltou que as homenagens que o Salão do Artesanato Paraibano têm prestado, ao longo de suas edições, são um estímulo para os profissionais do segmento. “Essas 13 mulheres têm tido um papel fundamental na divulgação de nossa cultura. O fuxico, ao lado do patchwork, é uma das tipologias mais genuínas do artesanato paraibano, e merece esta homenagem”, afirmou.
Por meio de uma parceria entre o Governo do Estado e o Sebrae, será montada uma plataforma de marketplace. Por meio do site www.salaodoartesanatoparaibano.com.br serão comercializadas as mais belas peças do autêntico artesanato paraibano.
As artesãs homenageadas são: Rosangela da Rocha Pedro (Rosa Flor do Patchwork), Mariland Filgueira de Araújo, Janaína de Souza Silva, Odaísa Aires da Silva, Creosvalda Silva Araújo, Maria Alves dos Santos, Ana Maria de Holanda Silva, Ana Maria Trigueiro Beserra, Maria do Socorro Costa, Honorina Cabral Figueiredo de Andrade, Elenilza França de Souza, Maria do Socorro dos Santos Leite e Izilda Firmina Pereira.
Perfis – Rosangela da Rocha Pedro tem uma identificação tão forte com o patchwork que brinca ao dizer que perdeu a sua identidade, sendo conhecida por Rosa Flor do Patchwork. Nascida em Niterói, estado do Rio de Janeiro, mora em João Pessoa há 11 anos. Aprendeu a fazer patchwork há 20 anos. Há dez anos, essa beleza em retalhos virou atividade profissional. A professora de História da Arte é uma referência, com participação ativa na preservação do patchwork.
Mariland Filgueira de Araújo nasceu no município de Solânea, Brejo paraibano. Na infância, dona Mariland observava as mulheres que, ao fim da tarde, reuniam-se em suas calçadas para fuxicar- fazer o fuxico, técnica caracterizada por pedacinhos de tecidos cortados em círculos e alinhavados, formando bolinhas enrugadas que, unidas, formam peças de raro colorido.
Janaína de Souza Silva nasceu em Campina Grande. Mora atualmente em Santa Rita, onde faz com dedicação e muito carinho bonecas e almofadas de fuxico. Jane, como é chamada carinhosamente por parentes e amigos, concilia a missão de ser mãe de cinco filhos com a arte de costurar os retalhos e formar belas peças.
Odaísa Aires da Silva nasceu em Sapé. Desde muito cedo aprendeu a arte do fuxico com a avó e a mãe, que ensinavam a menina a cortar os retalhos em rodinhas, alinhavar e costurar os fuxico coloridos, dando vida a peças como toalhas e tapetes.
Natural de Ingá, Creosvalda Silva Araújo aprendeu ainda pequena a valorizar a cultura de sua terra. Teteu, como é carinhosamente conhecida, é referência na arte do patchwork que o seu ateliê é parada obrigatória para quem visita as Itacoatiaras do Ingá, formação rochosa com pinturas rupestres mundialmente conhecidas.
Maria Alves dos Santos nasceu em Casserengue. Maria cresceu vendo seu avô fazer cordas de sisal. A partir dos seis anos de idade, começou a imitá-lo. A inspiração era completa: a avó era rendeira e a mãe fazia fuxico e bonecas de pano. Já o pai trabalhava com couro. O universo de uma família artesã certamente foi decisivo para Maria, aos 12 anos e já em João Pessoa, tenha se apaixonado pela arte do fuxico.
Ana Maria de Holanda Silva nasceu em Campina Grande. Ana Holanda, que mora na Capital desde os 18 anos de idade, tem ligação com o artesanato há mais de 23 anos – com domínio de técnicas como o bordado e pintura em tecido. O fuxico, no entanto, entrou para a sua vida em 2008.
A pessoense Ana Maria Trigueiro Beserra se diz apaixonada e por isso mesmo uma perfeccionista na arte do patchwork, sendo o seu trabalho reconhecido pelo acabamento e beleza das peças.
Nascida em Cacimba de Dentro, Maria do Socorro Costa, que mora em João Pessoa desde 1978, aprendeu a arte do fuxico com a avó paterna ainda na infância. Após a morte do marido e dos filhos em um trágico acidente em 2000, Socorro Costa passou a se dedicar mais intensamente ao artesanato. Encontrou no colorido dos retalhos do fuxico uma maneira de acalentar a dor e continuar a trajetória de esperança.
A psicóloga Honorina Cabral Figueiredo de Andrade nasceu em João Pessoa. Domina outras técnicas artesanais, como pintura, bordado e crochê, mas o patchwork virou a modalidade favorita a partir do contato que teve com a mestra Carolina Piquet.
A também pessoense Elenilza França de Souza entrou para o universo artesanal há dez anos, com o patchwork. Formada em Ciências Contábeis, Nilza França – como é conhecida – é uma apaixonada pela técnica, que faz com carinho e dedicação.
Maria do Socorro dos Santos Leite nasceu em Lagoa Seca. Aos 4 anos de idade, mudou-se para Campina Grande, onde entrou em contato com a efervescência cultural da Rainha da Borborema. Socorro Leite desde a aposentadoria se dedica incessantemente à técnica do patchwork.
Já Izilda Firmina Pereira é natural de Barbacena, Minas Gerais. Morando em João Pessoa desde 1990, ingressou no universo artesanal com a técnica do bishcuit. Depois se aperfeiçoou no patchwork de tal forma que não conseguiu mais os diversos produtos de decoração e utilitários.