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Ciência: legado inexorável da Pandemia

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Nicolas Marchon

Nem a mais pessimista das previsões poderia sugerir um ano tão atípico. Embora seja possível argumentar a favor de alertas como o de Bill Gates, feito há 5 anos, e análises como a de Nassin Taleb, contestando o rótulo de imponderável, a verdade é que ninguém imaginaria a profundidade das mudanças impostas pela COVID-19.

Neste contexto, o assombroso número de mais de 1 milhão de óbitos atesta resultado amplamente negativo. Ainda que a escalada diária dos números, por vezes, pareça tentar relativizar o impacto de uma vida, esta será a principal e mais dolorosa lembrança da pandemia.

Além disso e à medida que se inicia período de flexibilização do fluxo de pessoas, é inevitável lembrar dos longos períodos em quarentena. O isolamento social imposto na tentativa de diminuir a velocidade de propagação do vírus teve pico de 63% da população e nos manteve afastados de pessoas queridas e de hábitos outrora inquestionáveis. Economicamente, o impacto era inevitável: no Brasil, mais de 700 mil empresas fecharam as portas e o último trimestre apresentou tombo histórico de 9,7% no PIB. Podemos enumerar, também, as crianças tanto tempo longe da escola, o aumento do desemprego…enfim, a lista é extensa.

Entretanto, sem a menor intenção de mostrar um copo meio cheio – quando se perdem vidas, o vazio impera – apresenta-se a oportunidade de observarmos o legado colateral otimista exposto pela pandemia: a valorização da ciência. Desde o primeiro caso, ela foi crucial para elucidar o agente causador da COVID-19. Somente por meio do sequenciamento genético nos foi permitido identificar o coronavírus, posteriormente chamado de Sars-CoV-2. Em seguida, talvez ofuscada pela disseminação das dúvidas ante o desconhecido, pouco crédito foi dado à ciência quando abordagens diagnósticas, como os testes moleculares e os sorológicos, começaram a ser apresentadas. Neste sentido, a pesquisa e desenvolvimento em diversas empresas e instituições possibil itaram a sadia diversidade de soluções disponíveis.

Se a prática da ciência, de maneira contínua, tem permitido o vital aumento de possibilidades diagnósticas, o conhecimento por trás das vacinas segue o mesmo curso. Se nem as mais estudiosas e experientes autoridades no assunto concordam entre si sobre quando uma vacina estará disponível (e acessível) no país, existem apenas duas certezas sobre o tema: ela chegará e será graças à ciência.

Esta tem sido mais uma dentre as incontáveis mudanças em nosso cotidiano: estamos todos mais conectados e próximos à ciência, tentando entender, por meio dela, o que acontece. De acordo com pesquisa recente do Ibope, 58% dos brasileiros acreditam que a ciência será mais valorizada após a pandemia. Já o Google mostra que buscas pelo termo “artigo científico” tiveram salto de 67% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Instituições de pesquisa, empresas de diagnóstico e produtores de vacina tiveram relevância ampliada para a sociedade.

Em meio a uma conjuntura predominantemente negativa, nasceu o que podemos chamar de Momento Pró-Ciência. Um período potencialmente transformador de seu protagonismo, cujos impactos podem moldar o futuro. A importância dada à ciência e a velocidade de resposta a futuros novos surtos serão diretamente proporcionais. O momento vai passar, mas tais reflexões talvez concentrem a herança mais importante deixada pela COVID-19.

No Brasil, é preciso entender incentivos à saúde e pesquisa básica como investimentos imprescindíveis ao bem-estar da população. Recorrer à ciência com surtos já em curso custa mais dinheiro e mais vidas. Torna-se igualmente crítico repensar os modelos atuais das universidades, questionando (a falta de) alinhamento à agilidade e necessidades do mundo “lá fora” e à postura relativamente contemplativa ao fomento do estado. Soma-se ainda a necessidade de maior participação da iniciativa privada em meio a esta dinâmica, expandindo presença local e ampliando parcerias com entidades públicas.

Acima de tudo, esse ecossistema demanda atuação sinérgica, não permitindo se tomar partido (sem o perdão da palavra). Nenhuma esfera deve se preservar da responsabilidade e nenhum de nós esquecer da protagonista do momento: é verdade que ainda não temos resposta para tudo, mas certamente sem a ciência, não teríamos para nada.

*Nicolas Marchon é executivo sênior de marketing para a América Latina da Thermo Fisher Scientific.

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Opinião: cuidar da orla de JP não é só cuidar do tamanho dos prédios, é também regrar o comércio

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Redação do Portal da Capital

João Pessoa é a bola da vez. No turismo, nos grandes investimentos, no mercado imobiliário, nos eventos, em várias áreas a Capital paraibana está em alta. Isso todos já sabem. Com isso, o cuidado da cidade fica ainda mais em pauta. Cabe então uma reflexão pertinente sobre o tema.

Trazendo então duas pautas que ficaram em alta nos últimos tempos em João Pessoa: cuidar da orla não é só cuidar do tamanho dos prédios, é também regrar o comércio na região.

É preciso ter consciência sobre o uso regrado dos espaços da cidade, até para trazer segurança para o comerciante, o turista ou pessoense. Não podemos viver a mercê da “terceirização” de comerciantes, muito menos da exploração dos espaços da cidade sem retorno para todos nós.

A pauta do trabalho não pode ser deturpada. O comerciante deve ganhar seu pão de cada dia, e seguir o regramento faz dele ainda mais forte. Não pode se pensar o inverso. Viver à margem disso traz prejuízos para o comerciante, para o pessoense, para o turista e para a cidade. Parafraseando um ditado popular: se disso você usa, então disso você cuide.

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Fui à Paraíba e lembrei-me de você

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Redação do Portal da Capital

* Por Chiara Martini – diretora sênior de estratégia criativa na The Coca-Cola Company

A Paraíba tem conquistado, cada vez mais, os olhares do mundo por suas belezas e diversidade de experiências turísticas, que vão além do litoral. Em um artigo publicado recentemente no site Meio & Mensagem, Chiara Martini, diretora Sênior de Estratégia Criativa da The Coca-Cola Company, compartilha sua vivência ao conhecer o Cariri Paraibano, em uma expedição a uma das regiões mais fascinantes do Nordeste brasileiro.

Chiara, acompanhada pelos irmãos Pablo e Thiago Buriti e pelo renomado designer Ronaldo Fraga, passou cinco dias imersa nas paisagens e mistérios da Paraíba, e ouviu de perto a história do povo que mantém viva as tradições culturais nas cidades de Ingá, Monteiro, Boqueirão, Cabaceiras e Taperoá. No artigo, intitulado “Fui à Paraíba e lembrei-me de você”, ela fala profundidade cultural e histórica que a torna um lugar de enorme potencial para o turismo.

A jornada começou pela imponente Pedra do Ingá, uma formação rochosa de 50 metros de comprimento e três metros de altura, esculpida com misteriosos desenhos rupestres. Considerada um dos maiores monumentos arqueológicos do Brasil, a Pedra do Ingá intriga estudiosos e turistas desde sua descoberta, e Chiara, ao se deparar com suas inscrições, reflete sobre o significado desse enigma. “Você conhece mais sobre a Pedra do Ingá ou sobre Stonehenge?”, provoca, questionando como o Brasil guarda mistérios ainda pouco explorados em sua vastidão.

Outro lugar de destaque em seu relato foi a cidade de Taperoá, marcada pelo legado do escritor Ariano Suassuna, autor de obras consagradas como O Auto da Compadecida. Chiara teve a oportunidade de conhecer a Fazenda Carnaúba e conversar com Manuel Suassuna, filho do escritor, vivenciando de perto o ambiente que inspirou grande parte da literatura nordestina.

Para Ferdinando Lucena, presidente da PBTur, a visibilidade gerada por grandes veículos de comunicação como o Meio & Mensagem e por figuras influentes é um grande passo para mostrar ao mundo a diversidade da Paraíba, além das praias, e evidenciar sua relevância no campo cultural, arqueológico e audiovisual. “A Paraíba é muito mais que um destino de sol e praia. Temos um patrimônio de valor inestimável, e é fundamental que o mundo conheça essa riqueza”, afirma Lucena.

A secretária de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Rosália Lucas, complementa: “Quando grandes nomes da mídia nacional e internacional escolhem a nossa terra para vivenciar e divulgar novas experiências turísticas, damos um passo importante na construção de uma imagem mais ampla da Paraíba”.

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Saiba quais são e como proteger os pets dos perigos das ceias de fim de ano

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Redação do Portal da Capital

As festas de fim de ano são momentos de celebração, mas também podem trazer riscos para os pets quando o assunto é alimentação. Alimentos comuns nas ceias, como chocolates, ossos de aves e até mesmo frutas cristalizadas, podem causar intoxicações graves em cães e gatos. O médico veterinário Natanael Filho, sócio do Hospital Vida, que abre as portas em breve em João Pessoa, compartilha dicas para manter os pets seguros durante esse período.

Segundo Natanael, os alimentos mais perigosos para os pets incluem chocolates, uvas, passas, nozes, temperos como alho e cebola, além de ossos cozidos. “Esses itens são tóxicos para cães e gatos e podem causar desde problemas gastrointestinais até complicações neurológicas graves”, explica o veterinário.

Embora muitas pessoas acreditem que ossos sejam seguros, Natanael alerta para o risco que eles representam. “Ossos cozidos podem se fragmentar, causando perfurações ou obstruções no trato digestivo. Além disso, doces e sobremesas que contêm adoçantes artificiais, como xilitol, são extremamente perigosos, mesmo em pequenas quantidades”, afirma.

Sinais de intoxicação alimentar e primeiros socorros – Natanael destaca que os sinais mais comuns de intoxicação alimentar incluem vômitos, diarreia, apatia, salivação excessiva, tremores ou convulsões. “Caso o tutor observe algum desses sintomas, é fundamental procurar atendimento veterinário imediatamente. Não tente remédios caseiros ou provocar vômito sem orientação profissional, pois isso pode agravar a situação”, orienta.

Ele também menciona o uso do carvão ativado como medida de emergência. “No entanto, isso não substitui a consulta ao veterinário, que deve ser feita imediatamente após a administração. Somente um profissional pode avaliar o quadro do animal e realizar o tratamento adequado”, ressalta Natanael.

Para evitar acidentes, Natanael sugere que os tutores fiquem atentos durante as festas. “Mantenha os alimentos fora do alcance dos pets, especialmente os que ficam sobre a mesa ou em áreas acessíveis. Informe os convidados para não oferecer nada aos animais sem autorização e, se possível, prepare petiscos próprios para eles, como biscoitos específicos para pets”, recomenda o veterinário.

Sobre o Hospital Vida – Primeira estrutura hospitalar veterinária do Nordeste que reúne atendimentos clínicos de diferentes especialidades, laboratórios de análises e imagem, blocos cirúrgicos e terapias para animais de estimação. A unidade oferece serviços de Anestesiologia, Cardiologia, Cirurgia, Dermatologia, Diagnóstico por imagem, Diagnóstico Laboratorial, Endocrinologia, Especialista em Felinos, Fisiatria, Gastroenterologia, Geriatria, Neurologia / Neurocirurgia, Nefrologia e Urologia, Nutrição, Oftalmologia, Ortopedia e Clínica Médica Geral. A estrutura do Vida conta com Terapia Semi-Intensiva canina e felina, em espaços separados; UTI 24 horas; apartamentos humanizados; diagnóstico laboratorial e de imagens 24 horas; com tomografia computadorizada; consultório especializado para felinos; hemodiálise; endoscopia; sala de imunoterapia; blocos cirúrgicos e setor de fisioterapia. O Hospital Vida está localizado na Rua Miriam Barreto Rabelo, 160, no Jardim Oceania, em João Pessoa.

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