O paraibano e empresário Ney Suassuna (Republicanos) assumiu, nesta terça-feira (30), o cargo de senador no lugar do também paraibano Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB), que pediu licença até o dia 21 de janeiro de 2021 para acompanhar de perto as eleições 2020 e tratar de assuntos pessoais.
Suassuna foi empossado no cargo por Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), senador e filho do presidente Jair Bolsonaro com quem mantém relação de amizade ao ponto de ter sido sondado para ser vice na chapa quando da corrida eleitoral para a Presidência da República.
O paraibano confirmou que esta é a quarta vez que toma posse no Senado e fez questão de registrar que tudo o que aprendeu na política foi através de suas passagens pelo Senado Federal.
“Nunca fui vereador, nunca fui deputado estadual, deputado federal. Tudo que aprendi em política foi nesta Casa. Fui vice-líder do governo Lula, fui ministro no governo de Fernando Henrique Cardoso, líder do PMDB e líder da maioria, presidente da Comissão de Orçamento e da Comissão de Assuntos Econômicos”, disse Suassuna que esteve na Casa entre os anos de 1994 e 2007.
O parlamentar, que hoje está filiado ao Republicanos, também foi do antigo PMDB e do PSL, Já entre os anos 2001 e 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Suassuna assumiu o comando do Ministério da Integração Nacional.
Repercussão
O retorno de Suassuna ao cenário político na Capital Federal teve repercussão na imprensa nacional que chegou a o identificar como “padrinho da corrupção” por ter sido denunciado nas operações Lava Jato e Calvário, sendo esta segunda, por desvios de dinheiro público em contratos realizados na Paraíba.
Já na Lava Jato, Ney enfrenta investigação por suposta participação em crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e integração em organização criminosa que teria gerado quase US$ 18 milhões (dezoito milhões de dólares) em comissões ilícitas e propinas através de contratos de afretamentos de navios da Petrobras vigentes entre os anos 2006 e 2028.
Máfia das Ambulâncias
Em 2008 Suassuna chegou a ser denunciado pelo Ministério Público no caso que ficou conhecido como “Máfia das Ambulâncias” que envolvia compra superfaturada de ambulâncias com verbas federais. Mas, foi inocentado pela Justiça após um período que o paraibano chamou de “140 dias de agonia”.
Na época, Ney alegou que o seu ex-assessor, Marcelo Carvalho, teria agido sozinho nas negociações com a empresa Planam para a compra superfaturada de ambulâncias. O paraibano chegou a admitir ter conhecimento da liberação de emendas para a compra de ambulâncias, mas negou saber de qualquer superfaturamento no preço.
Segundo Suassuna, Marcelo Carvalho teria falsificado a sua assinatura no ofício encaminhado ao Ministério da Saúde no qual teria pedido a liberação de recursos superfaturados. O ex-assessor foi acusado de ter recebido R$ 225 mil em propina por supostas emendas apresentadas por Suassuna à Planam, empresa de propriedade de Luiz Antônio Vedoin que também foi autor das denúncias envolvendo os casos de superfaturamento que alcançavam até 110% dos valores originais.
Na época, os veículos superfaturados eram entregues ao setor da Saúde, muitas vezes, com defeitos ou sem a totalidade dos equipamentos previstos nos contratos.
Apesar de ter sido o autor das denúncias, Vedoin enfrentou acusações na Justiça até o último mês de janeiro, quando foi inocentado por demora na conclusão do processo sobre a “Máfia das Ambulâcias”.