Estarrecido com o alto gasto e a baixa eficiência, o deputado estadual Wallber Virgolino (Patriotas) irá apresentar, no próximo semestre, pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os gastos da gestão Gervásio Maia na reforma do prédio da Assembleia Legislativa da Paraíba.
“É inconcebível a última gestão ter gasto em torno de R$ 6 milhões no prédio da Assembleia, que em menos de 01 ano encontra-se caindo, literalmente, na cabeça dos deputados, servidores e do próprio povo”, disse Wallber.
Em entrevista à imprensa, Wallber Virgolino desafiou o ex-presidente da Casa, Gervásio Maia, a vir à público, convocar um coletiva e detalhar os gastos da reforma da Assembleia. “Gostaria que o ex-presidente da Casa, deputado Gervásio Maia, viesse a público e apresentasse a nota de compra não apenas dos polêmicos lustres, mas de toda a reforma da Casa”, provocou. “A suspeita, é de que empresas ligadas à reforma da Assembleia Legislativa tenham ligações com figuras investigadas pela Operação Calvário”, revelou.
Obra da reforma da Assembleia Legislativa custou três vezes mais cara que o divulgado
Anunciada por R$ 1.992.893,58 (um milhão, novecentos e noventa e dois mil, oitocentos e noventa e três reais e cinqüenta e oito centavos), a obra de reforma do plenário da Assembleia Legislativa da Paraíba consumiu, segundo o Sistema Integrado de Administração Financeira – SIAF, mais de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais).
Utilizando-se de uma prática questionada pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, o ex-presidente e hoje deputado federal Gervásio Maia (PSB) fracionou a obra em diversas licitações.
A licitação inicial foi vencida pela empresa Ecolatina Empreendimentos Participação, com uma proposta de R$ 1.992.893,58 (um milhão, novecentos e noventa e dois mil, oitocentos e noventa e três reais e cinqüenta e oito centavos), porém foi pago a esta empresa o total de R$ 2.335.941,33 (dois milhões e trezentos e trinta e cinco mil e novecentos e quarenta e um reais e trinta e três centavos).
Inúmeras outras licitações foram feitas para complementar a obra, como a compra de equipamentos de ar condicionado, que consumiram R$ 600 mil, outros R$ 600 mil de câmeras para a TV Assembleia, outros R$ 200 mil com projetos arquitetônicos.
Além dos vistosos lustres que chamam a atenção do novo plenário da Casa de Epitácio Pessoa, a obra da reforma foi ainda fracionada na compra de divisórias, que totalizaram R$ 516.321,10 pagos a empresa APEL Aplicações Eletrônicas Indústria e Comércio LTDA.
Foi, ainda, pago aproximadamente R$ 300 mil para a restauração da fachada da Assembleia, um patrimônio histórico tombado pelos órgãos de proteção, que teve suas portas principais trocas sem a autorização de tais órgãos.
Chama atenção o gasto com móveis. A empresa Marelli Móveis para Escritório LTDA recebeu da gestão Gervásio Maia o total de R$ 1.830.612,30 (um milhão e oitocentos e trinta mil e seiscentos e doze reais e trinta centavos).
Vale lembrar que há poucos anos o ex-presidente Ricardo Marcelo trocou toda a mobília da Casa.
Depois de tamanha divulgação, ressaltando a suposta economia, ao se iniciar os trabalhos legislativos da atual Legislatura, a deputada Cida Ramos (PSB) fez duras críticas às instalações de acessibilidade do recém inaugurado plenário, sendo necessária a paralisação das suas atividades por 15 dias para adequação.
Quem convive no dia a dia da Assembleia sabe que tal obra se mostrou um verdadeiro calvário. Instalações inadequadas, queda freqüente de energia e do sistema de ar-condicionado são recorrentes.
Diz-se que o projeto executado nem de longe se parece com o anunciado com pompas, desenhado por renomado arquiteto da cidade.
Cabe, agora, ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público a análise.
Confira os documentos:
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