Os serviços de saúde da rede municipal de João Pessoa contam com médicos residentes para atender à população. Do total de 1.240 médicos que atuam nos serviços, 82 profissionais fazem parte do Programa de Residência Médica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Atualmente, há residentes nas especialidades de medicina da família e comunidade, clínica médica, ortopedia e traumatologia, neonatologia, coloproctologia, anestesiologia, cirurgia geral e programa de pré-requisito em área de cirurgia básica.
De acordo com Felipe Proenço, tutor da Residência Médica em Saúde da Família e Comunidade e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o programa da SMS está entre os mais conceituados do país, sendo reconhecido nacionalmente entre as instituições de ensino. “Há produção de conhecimento nas unidades de saúde e as universidades enxergam positivamente a parceria com a residência”, ressaltou.
Para ele, o programa de residência da rede municipal é uma experiência bem sucedida por qualificar a formação dos médicos e inseri-los na Atenção Básica para se especializarem no atendimento nessa área. “Isso é algo que nem sempre os cursos de medicina conseguem fazer. Então, a Secretaria Municipal de Saúde entende a importância dessa formação e a residência tem atraído muitos médicos exatamente pela possibilidade de qualificação”, afirmou Felipe.
Marcos Bosquiero é um dos médicos residentes do programa e atua na Unidade de Saúde da Família (USF) Bessa. Ele diz que a residência tem papel fundamental na Atenção Básica. “Além da ótima aceitação que temos da população, a residência é de grande importância porque desenvolvemos o trabalho durante dois anos e a maioria opta por seguir trabalhando na estratégia de saúde da família”, afirmou.
Nas Unidades de Saúde da Família, além dos atendimentos básicos, os médicos residentes desenvolvem trabalhos como acompanhamento de tuberculose e hanseníase, conversas comunitárias, colocação de DIU, auriculoterapia, cantoplastia (retirada de unha encravada), lobuloplastia (correção de orelha rasgada), lavagem de ouvido, visitas domiciliares, formação de grupos com hipertensos, diabéticos, gestantes, fumantes, cuidadores, entre outros.
O médico destaca, ainda, a complexidade de atuar numa USF, onde é realizado atendimento para diversos públicos, incluindo adultos, crianças, idosos e gestantes. “Ou seja, vemos o indivíduo por completo, ser biopsicossocial em seu todo. Vale lembrar que o Programa de Saúde da Família é formado por vários outros profissionais e, sem eles, seria inviável trabalhar devido à importância que cada profissional exerce para se consolidar e melhorar a atenção aos usuários”, disse.
Campos de prática – Além da Atenção Básica, o Programa de Residência Médica utiliza como cenários de prática o Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio de Miranda Burity (Ortotrauma), o Hospital Municipal Santa Isabel (HMSI), o Instituto Cândida Vargas (ICV), as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e as Policlínicas Municipais.
Para Davy Alves, gerente de Educação em Saúde da SMS, a residência médica nos serviços públicos contribui diretamente na formação dos profissionais. “É importante a cooperação com qualidade e dinamismo nos atendimentos aos usuários do SUS, reorientando a prática profissional em nossas unidades assistenciais”, ressaltou.
Rede Escola – As residências médicas, assim como estágios, pesquisas e visitas técnicas na Rede Municipal de Saúde são coordenadas pela Gerência da Educação na Saúde da SMS, através do projeto Rede Escola. O projeto estabelece parcerias na construção e efetivação da aprendizagem pelo trabalho na rede de serviços, favorecendo a melhoria da qualidade e humanização do atendimento prestado à população.
A Rede Municipal de Saúde, junto às instituições de ensino superior, também oferecem a residência multiprofissional, incluindo as áreas de enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição e psicologia.