A pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que mede o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu, em julho, seu menor patamar desde novembro de 2018, em 114,6 pontos. Foi o quarto mês consecutivo de queda, com uma redução de 1,1% em relação a junho. Na comparação com julho de 2018, houve crescimento de 10,3%, mas essa alta deve-se principalmente à baixa base de comparação.
“A queda na confiança dos empresários do comércio pode ser explicada pela percepção das condições atuais da economia, com uma baixa taxa de crescimento que se reflete nas vendas”, avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros. “Mas a redução da confiança em julho, de 1,1%, foi menor que a de junho, de 1,7%, o que pode sinalizar uma tendência para o segundo semestre, a depender da continuidade das medidas que ajudem a destravar a economia, como as reformas da Previdência e tributária”, completa Tadros.
Avaliação da economia no menor nível do ano
O subíndice que mede as condições correntes da economia e do comércio (Icaec) foi o principal destaque negativo, sendo o único abaixo da zona de satisfação, com 87,7 pontos, e com a maior variação negativa do mês, -2,7%, a terceira subsequente. Contribuiu para esse resultado a percepção do empresário com o atual cenário econômico, que teve queda de 4,1%, a maior em todos os itens que compõem a pesquisa.
Apesar de o comércio varejista ampliado ter mostrado um crescimento de 3,3% no acumulado do ano até maio, segundo o IBGE, a taxa está bem abaixo dos 6,3% obtidos no mesmo período de 2018. Com isso, os varejistas se mostraram mais cautelosos com investimentos e contratações futuras, indicando um ritmo ainda lento da atividade econômica.
Expectativas: Perspectivas Econômicas mostraram estabilidade
O subíndice que mede as expectativas do empresário do comércio (IEEC) foi o maior entre os que compõem o Icec: 156,0 pontos, mostrando retração menos intensa que os demais (-0,4%). Mas o fraco desempenho econômico gerou menor grau de otimismo em relação ao futuro. As expectativas quanto à economia ficaram estáveis em julho, após retração nos últimos meses, enquanto reduziu-se a proporção dos empresários que esperam uma melhora econômica de junho para julho, de 88,4% para 85,6%. A expectativa para o setor do comércio também teve variação negativa, em relação ao mês de junho, de -0,6%.
Percepção do Nível dos Estoques é o único item positivo do mês
A expectativa de contratação de funcionários foi a única, entre os indicadores de investimento, acima do nível de satisfação, com 118,8 pontos, mas mostrou recuo de 0,8% em julho. A maioria dos varejistas (64,2%) ainda mantém planos de contratação para os próximos meses, mas essa é a menor proporção desde setembro de 2018 (60,2%). O percentual de empresários relatando nível de estoque abaixo do adequado nos seus estabelecimentos comerciais (15,2%) aumentou pelo terceiro mês seguido, um indício que podem estar mais pessimistas do que deveriam em relação à capacidade de venda.