Há um cisma que vem atormentando o núcleo girassol, além dos conhecidos percalços decorrentes da Operação Calvário: reina a suspeita que o ex-secretário Waldson de Sousa teria tomado a iniciativa de se aproximar do Gaeco, se antecipar e fazer uma colaboração, diante do tsunami que se anuncia a caminho, e que pode atingir vários dos envolvidos no escândalo da Cruz Vermelha gaúcha.
Waldson, como se sabe, está envolvido em áudio vazado com o ex-procurador Gilberto Carneiro, no qual estariam acertando fraudar licitação na área de Saúde. Waldson foi secretário de Saúde, no período em que o ex Ricardo Coutinho terceirizou o Hospital de Trauma com a Cruz Vermelha. E Waldson foi coordenador da campanha de João Azevedo, Veneziano Vital e Luiz Couto, em 2018, destaca publicação do Blog do Helder Moura.
E a campanha de 2018 está sob suspeita, a partir da delação de Leandro Nunes Azevedo. Segundo o ex-assessor do governo, a propina recebida, em agosto do ano passado (em um hotel do Rio de Janeiro), era para financiar o pagamento de fornecedores da chapa majoritária, ou seja, João, Veneziano e Couto. Os empresários, inclusive, já foram ouvidos pelo Gaeco e teriam confirmado.
Uma informação que põe Waldson na linha de tiro. É digno de registro nas investigações, a curva de crescimento da campanha dos candidatos ao Senado, nos últimos dez dias da campanha, quando o ex-senador Cássio Cunha Lima liderava todas as pesquisas, e terminou num esquisito quarto lugar, atrás de Couto. Contrariou, inclusive, todas as pesquisas. De dentro e fora do governo.
Ou seja, trata-se de um cenário muito insalubre para Waldson. Pela lógica girassol, ele poderia ser tentado a se adiantar, ante o inevitável, e colaborar com o Gaeco. Então, meu caro Paiakan, como em tempos de Operação Calvário só falta o boi dançar, aliás, voar, então é bom não perder de vista a possibilidade da delação antecipada de Waldson.