Desde o início do ano de 2019 a imprensa paraibana noticia possíveis ingerências cometidas por parte do presidente da Fundação Napoleão Laureano, Carneiro Arnaud, que estaria favorecendo-se do cargo que ocupa para, com recursos do hospital referência no tratamento do Câncer na Paraíba, beneficiar sócios, parentes e aliados.
Documentos enviados à imprensa revelam que o presidente da Fundação Napoleão Laureano contratou empresa pertencente a um dos diretores do próprio hospital para prestar serviços terceirizados na instituição. (Documento 01 / Documento 02). Para isso, Carneiro Arnaud teria ignorado parecer jurídico da Rocha Advogados Consultoria Jurídica, solicitado pelo então diretor Ivo Sérgio Borges da Fonseca, que não concordava com algumas práticas adotadas no hospital.
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Segundo o parecer, é possível verificar uma série de irregularidades na contratação da empresa “Clínica Radiológica Dr Azuil Arruda LTDA”, de propriedade de Ozias Arruda de Assis Neto. “Pode indicar que o contrato de terceirização citado seria apenas uma tentativa de de FRAUDE trabalhista, podendo trazer para a Fundação Napoleão Laureano sérios riscos”, destaca o documento.
O parecer jurídico destaca ainda “claro conflito de interesses, podendo a Fundação Napoleão Laureano e seus diretores sofrerem sérias sanções por parte do Ministério Público”.
Confira o documento:
Recentemente, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) fiscalizou o Hospital Napoleão Laureano e constatou a falta de medicamentos orais e intravenosos para quimioterapia, antibióticos, além de insumos como luvas e soro fisiológico. Além disso, uma das três máquinas da radioterapia está quebrada desde o dia 6 de fevereiro, acumulando cerca de 500 pacientes à espera desse tipo de tratamento no hospital.
Ainda de acordo com a fiscalização, médicos que são prestadores de serviços estão com o pagamento atrasado há seis meses, faltam 17 tipos de medicamentos orais quimioterápicos, além de seis tipos de antibióticos. Mais de 70 pacientes com câncer de próstata estão na lista de espera por algum desses medicamentos. Também faltam os cateteres das bombas de infusão usadas na quimioterapia, o que prejudica o tratamento. No centro cirúrgico, médicos têm que administrar o uso de antibióticos após os procedimentos, pois é comum faltarem esses medicamentos, além de luvas e soro fisiológico. Funcionários da farmácia disseram que há mais de seis meses enfrentam o problema da falta de estoque de remédios.