Sete dias após a pane que avariou equipamentos, quadros de comando e todo o sistema elétrico da Estação de Tratamento de Água de Gravatá, em Queimadas, a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), com o apoio da Energisa, concluiu, nesta madrugada, a instalação dos últimos transformadores que restavam e retomou a operação, com capacidade máxima, do sistema que abastece Campina Grande e mais oito cidades da região. Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para investigar as causas do problema que acabou comprometendo o abastecimento d’água em nove municípios paraibanos. O prejuízo estimado é de mais de R$ 4 milhões.
O trabalho de recuperação do sistema elétrico da ETA de Gravatá foi iniciado já na manhã do último sábado (16), com a utilização de mais de 50 técnicos da Cagepa, da Energisa e de empresas terceirizadas. A maioria das peças utilizadas para a recomposição do sistema teve que ser comprada em São Paulo e dois transformadores cedidos pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).
“Foi um trabalho árduo e praticamente sem interrupções desde o momento em que o problema foi identificado. É importante destacar o enorme esforço dos nossos técnicos, considerando que para adquirir novos transformadores e instalar uma nova subestação, a fábrica dá um prazo de 70 dias para entregar os equipamentos. Por isso, tivemos que fazer uma força-tarefa para recolocar a nossa subestação em funcionamento num espaço tão curto de tempo”, destacou o presidente da Cagepa, Marcus Vinícius Neves.
“Em 50 anos de Cagepa, nunca foi registrado um problema como esse que ocorreu na ETA de Gravatá. Aliás, em nenhuma outra companhia de abastecimento do país foi registrado um sinistro semelhante a esse, em que todo um sistema elétrico de grande porte foi danificado. O que ocorreu foi muito estranho, por isso a necessidade da investigação por parte da polícia. Além disso, por determinação do governador João Azevêdo, estamos contratando uma consultoria externa especializada nessa área para apurar o caso”, completou Marcus Vinícius.
Normalização do abastecimento – O gerente regional da Cagepa na Borborema, Ronaldo Meneses, informou na manhã deste sábado (23) que, com a ETA de Gravatá trabalhando com 100% de sua capacidade, a vazão de água produzida voltou ao mesmo patamar de antes da pane elétrica. Segundo ele, todo o sistema que abastece Campina Grande, Lagoa Seca, Alagoa Nova, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça, Pocinhos, Barra de Santana, Caturité e Queimadas, deverá ser normalizado no prazo máximo de 72 horas.
“Desde o momento em que o sistema voltou a operar com uma capacidade maior, a oferta de água foi ampliada. Assim, todas as unidades do sistema estão sendo realimentadas, como as adutoras, reservatórios e redes de distribuição, paulatinamente, até para evitar o surgimento vazamentos e rompimentos por causa do aumento da pressão. É importante explicar que é natural que nas localidades mais próximas dos reservatórios a água chegue mais rápido e, de forma gradativa, vai chegando às áreas mais distantes. Temos registros de que o abastecimento já foi completamente normalizado em algumas localidades”, pontuou.
Carros-pipa – Apesar da retomada da operação da ETA de Gravatá, Ronaldo Meneses informou que o abastecimento d’água com carros-pipa será mantido até a normalização completa do sistema. “A determinação do governador João Azevedo é manter os carros-pipa em operação, sobretudo nas localizadas mais distantes dos reservatórios, onde a normalização do sistema demora mais a acontecer. Nosso Centro de Controle de Crise, instalado na sede regional da Cagepa, vai continuar funcionando até tudo voltar ao normal, inclusive, com o apoio logístico de outros órgãos do governo, como Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Militar”.