Presidente da Comissão de Direitos da Mulher na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), a deputada Camila Toscano (PSDB) está no seu segundo mandato parlamentar. Ela foi eleita deputada estadual pela primeira vez em 2014 e tem conquistado espaço na política devido a sua atuação junto ao povo paraibano. A parlamentar acredita que, atualmente, as mulheres são vistas com mais capacidade de trabalhar do que os homens. “Somos olhadas pela sociedade com mais respeito do que eles”, garantiu.
Camila Toscano é natural de João Pessoa, com raízes familiares em Guarabira, no Brejo Paraibano. Ela é advogada e antes de ser eleita deputada não tinha exercido nenhum cargo político. Porém, a parlamentar cresceu no meio da política acompanhando a atuação dos pais: a ex-deputada Léa Toscano e o ex-deputado Zenóbio Toscano, atual prefeito de Guarabira. Em seu primeiro mandato, Camila ocupou a função de vice-presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ).
Na Legislatura atual, a deputada terá a missão de discutir temas importantes, que resultem em ações positivas para as mulheres, na Comissão de Direitos da Mulher, e no Plenário da Casa. “Eu estou aqui na Assembleia Legislativa para representar a mulher paraibana em todos os sentidos. Queremos mostrar as mulheres que nós somos capazes, que podemos ocupar qualquer espaço. Vejo-me como representante da mulher paraibana, no sentido de que posso trabalhar bastante por elas, para oferecer orgulho. Não vou ferir qualquer princípio”, destacou.
A senhora já ocupou espaços sociais que antes não eram ocupados por mulheres, ou que nunca tiveram mulheres em situação de protagonismo?
Camila Toscano: Eu era advogada e acompanhava o meu pai e a minha mãe na política. Entrei como deputada há quatro anos e não tinha ocupado nenhum cargo político antes. Estamos passando por um momento de mudança em todos os lados, pois a mulher tem conquistado muita visibilidade, inclusive na política. Talvez não tivéssemos mulheres deputadas com tanta ascensão, como estamos tendo agora. As deputadas estão sendo olhadas de outra forma e ganhando cada vez mais respeito e credibilidade. Estamos nos impondo e isso é muito importante para o feminismo, para o empoderamento. Então, eu acho que nós estamos em um momento muito bom para a mulher.
Como foi ingressar na carreira política? Foi um desafio para a senhora fazer a campanha? Em algum momento se sentiu em desvantagem dentro de um cenário que dá mais credibilidade a candidatos homens?
Camila Toscano: Ingressar na carreira política foi um desafio grande, não só em fazer campanha, mas em fazer política mesmo. Eu acho que a campanha é até o mais fácil. A campanha te coloca dia a dia com as pessoas, com jovens, crianças, idosos. Então, as pessoas não têm tanto essa diferenciação em ser homem ou ser mulher. Eu acho que o mais difícil é o dia a dia do mandato mesmo. Quando você se elege, você passa a ser olhada de forma um pouco esquisita: é uma mulher em um universo extremamente masculino. Para mim o desafio é vencer a campanha, é estar eleita e enfrentar esse universo masculino.
Como a senhora se sente tendo conquistado seu espaço aqui, no Poder Legislativo, mesmo tendo que enfrentar uma grande dificuldade de gênero, que faz com que as mulheres sejam uma minoria de cinco entre 36 deputados?
Camila Toscano: Eu não vejo desvantagem num cenário que dá mais credibilidade aos homens. Pelo contrário, acredito que nós mulheres temos muito mais credibilidade do que os homens. Vejo que as mulheres na Casa são vistas com a capacidade de trabalhar melhor. Também somos olhadas pela sociedade com mais respeito do que os homens.
Recentemente você foi eleita presidente da Comissão de Direitos da Mulher. Quais são seus planos para esse novo desafio?
Camila Toscano: A Comissão de Direitos da Mulher é um espaço que nós temos para trazer debates específicos para a mulher, muito embora não queiramos uma diferença. Nós podemos trazer temas como o feminicídio, que é triste para as mulheres, porém deve ser debatido. O espaço de debate que temos é bacana, porque podemos trazer essa discussão específica para as mulheres. Esse é o principal ponto da comissão. Eu quero trazer não só as pautas de projetos para a comissão, mas muitos desses temas que devem ser debatidos.