O escândalo é recente, mas o assunto não é novo. Em 2017, o então deputado Bruno Cunha Lima, líder da oposição, chamava a atenção da imprensa, governantes e autoridades para os prejuízos aos cofres públicos da Paraíba após a chegada da Cruz Vermelha.
Em debate realizado no dia 03 de agosto de 2017 na rádio Arapuan, com o secretário do governo, Waldson de Sousa, Bruno apresentou documentos do Tribunal de Contas da Paraíba que comprovariam que a gestão pactuada nos hospitais públicos sai muito mais onerosa do que se eles fossem administrados diretamente pelo Estado.
“O secretario Waldson, que conduziu o processo de terceirização em várias unidades de saúde do Estado, insistia na tese de que a gestão pactuada era a melhor alternativa administrativa para a saúde. Estávamos justamente mostrando que o problema não é a terceirização, mas a forma como vem sendo conduzida pelo governo do Estado. Está tão equivocada que o próprio Waldson foi multado em inúmeros processos perante o TCE-PB ”, ressaltou Bruno em entrevista ao RádioBlog.
O ex-deputado destacou ainda a imensa disparidade nos investimentos realizados nos hospitais administrados diretamente pelo estado em relação ao volume muito maior de recursos consumidos pelos hospitais terceirizados. Ele citou como exemplo a Unidade de Pronto Atendimento – UPA de Guarabira, que no ano de 2015, contando com apenas oito leitos, recebeu R$ 7,149 milhões, enquanto o Hospital Regional de Guarabira, com 74 leitos, recebeu recursos da ordem de R$ 3,837 milhões.
“Outro ponto que gritante que denunciamos à época foi o procedimento de quarteirização que vinha ocorrendo nas unidades com gestão pactuada, com aquisição de serviços sem o devido processo de licitação, contrariando os princípios legais. Pois tudo que é custeado com dinheiro público deve ser informado ao cidadão com lisura e transparência”, lembrou.