“Nós aqui assumimos o compromisso de ser ainda mais humanos e de estarmos sempre com as portas abertas para atender as reivindicações. Estamos prontos para lutar, para estar ao lado de vocês e efetivar o direito que cada um de vocês tem”. Esse foi o recado da coordenadora da Diversidade Sexual e dos Direitos Homoafetivos da Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB), Remédios Mendes, durante o lançamento da campanha “Não Vamos Voltar”, lançada ontem, na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa.
Fruto da parceria de diversos órgãos e entidades, a campanha produzida pela agência de publicidade SIN Comunicação contra o preconceito e a homofobia vai estrear no próximo domingo, no intervalo do programa Fantástico, na Rede Globo. A peça será veiculada para todo o Estado por meio das TVs e rádios locais, além de sites na internet e redes sociais.
O vídeo no formato de clipe tem a participação de diversos artistas e militantes da causa LGBTQI+. A composição é de Masal Yogi, com interpretação da paraibana Val Donado e produção fonográfica da Audiola. “Nós não quisemos que a campanha falasse de perda e de dor, mas de apoio, companheirismo e senso de comunidade (…) Por isso exaltamos o amor e a diversidade – toda ela: LGBTQI+. Todas as letras, bandeiras e cores. O recado está dado. Não vamos nos calar e muito menos vamos voltar”, disse a redatora da agência SIN, Gabriela Borges, durante a apresentação da campanha.
Além da DPE-PB, estão envolvidos na idealização da campanha o Grupo Diversidades, o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PB) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), além do apoio da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU).
Poder público convoca a sociedade – O procurador do Trabalho, Eduardo Varandas, lembrou que Brasil não é só um país com o maior índice de crimes de LGBTfobia, mas também o país da impunidade. Durante o seu discurso, o procurador fez um chamamento a toda a sociedade: “Este não é o país das maravilhas de Alice, não existe país das maravilhas, embora muitos queiram parecer Alice. Dentro desse contexto, eu queria deixar esse clamor a vocês, porque sem vocês o poder público é vazio, é oco. Se vocês não cobram, não exigem, não gritam, o poder público morre, porque o que conta é a humanidade e a sua humanidade como cidadão precisa falar com a humanidade de quem ocupa um cargo de procurador, de juiz, de defensor público”, disse.
No encerramento do evento, o presidente do Grupo Diversidades, Marcos Dias, também mandou um recado: “Nós não vamos voltar para os armários, nós não vamos voltar para os guetos. Nós estamos aqui, somos e estamos aqui representando amor”.