Sofrendo de perda de movimentos na coluna cervical, o aposentado Roberto Cândido comemorou, em dezembro de 2016, a chegada de um serviço de urgência e emergência mais perto de casa, planejado e entregue para atender os moradores de seu bairro. Residente do Cristo Redentor, ele se tornou usuário da UPA Augusto Almeida Filho, em Cruz das Armas, à qual recorria em casos de crise. Antes disso, precisava procurar atendimento em bairros distantes, em busca de serviço semelhante.
A UPA Cruz das Armas, utilizada por Roberto Cândido, foi a segunda das três novas unidades entregues pela gestão municipal e que juntas à UPA Oceania garantem a cobertura de 100% da Capital para atendimento de urgência e emergência. Ao todo, as quatro UPAs de João Pessoa realizam uma média de 28,3 mil atendimentos por mês. As unidades garantem assistência pré-hospitalar 24 horas à população em casos de urgência e emergência em clínica geral e pediatria.
“Cada uma das unidades está preparada para dar suporte a 200 mil habitantes dos bairros em seu entorno. Hoje, com as unidades do Valentina, de Cruz das Armas, Bancários e Jardim Oceania garantimos esse atendimento para os 800 mil habitantes de João Pessoa”, explicou a gerente de Urgência e Emergência da Capital, Rafaela Marinho.
A construção das unidades trouxe um grande impacto para o atendimento da Capital. O primeiro deles foi o de encurtar as distâncias entre o usuário e o serviço, possibilitando um acesso mais rápido e mais cômodo para a população. Por outro lado, as novas unidades possibilitaram a redução do excesso de pacientes em uma UPA ou em hospitais, o que garante um atendimento mais rápido e de ainda mais qualidade para a população.
Roberto Cândido afirma que sua realidade mudou com a nova unidade. “Eu tenho perda de movimentos e era muito difícil procurar atendimento. Tinha que ir pra longe pegando Õnibus. Entregaram a UPA do Valentina e eu comecei a ir para lá, o atendimento era muito bom, mas a distância ainda era um problema. Agora tem a de Cruz das Armas e ficou ótimo. Ter o serviço perto de casa é outra coisa”, afirmou o aposentado. Ele ainda elogiou o atendimento. “Sempre que precisei fui muito bem atendido”.
Distribuição do atendimento – A construção das novas UPAs ocorreu com o objetivo de democratizar o serviço de urgência e emergência, chegando a todos com mais eficiência e qualidade. Em 2012, o único ponto específico para este tipo de atendimento era a UPA Oceania, localizada na Avenida Flávio Ribeiro Coutinho, o chamado Retão de Manaíra. A unidade, no entanto, não podia suprir toda a demanda, o que mantinha alta a procura pelos hospitais.
Em agosto de 2014, a UPA Célio Pires de Sá, no Valentina, marcou o início da mudança. Ela trouxe atendimento mais próximo para toda a população da zona sul, incluindo bairros muito populosos, como Mangabeira. A unidade, que tem realizado uma média de oito mil atendimentos por mês, ainda cumpriu outro papel importante.
“Essa UPA chegou com a missão importante de desafogar a porta de entrada para urgência e emergência clínica no Ortotrauma e no Hospital do Valentina. Graças a ela, hoje o Hospital do Valentina tem especialidade em pediatria, o que melhorou o atendimento como um todo para a população”, explicou a diretora multiprofissional da UPA, Patrícia Martins.
Cruz das Armas – A UPA de Cruz das Armas chegou dois anos depois, e trouxe alento para uma região que estava descoberta. “Essa é uma região que possui muitas comunidades e uma população muito carente, gente que procura a UPA por resfriados ou dores de cabeça simplesmente por não poderem comprar o remédio”, explicou a diretora Roberta Barros.
Ela explicou que toda essa demanda estava sendo direcionada para a UPA do Valentina e para o Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Cristo. Agora o atendimento está perto de casa e as outras unidades podem focar em suas regiões. “Além disso, temos um número alto de atendimentos de outros municípios, já que somos a unidade mais próxima à entrada da cidade”, explicou, listando demandas de Bayeux, Santa Rita, Conde, Pedras de Fogo, Alhandra e outras cidades.
Especialidade – A UPA Dr. Lindbergh Farias, nos Bancários, foi a última a ser inaugurada, e veio com função dupla. Além de cobrir uma nova região, a unidade também funciona desafogando o atendimento do Ortotrauma, já que possui especialidade no atendimento de ortopedia. “Temos dois médicos ortopedistas diariamente e um total de 18 profissionais dessa especialidade na escala prontos para atendimentos que não exijam cirurgia”, explicou a diretora Claudenice Barbosa. Em quatro meses de funcionamento, a unidade já atendeu mais de 30 mil pessoas, sendo 1.270 em casos de ortopedia.