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Retrospectiva 2018: um ano de crises e reviravoltas na política da Paraíba

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Em 2018, a Paraíba viu prefeitos afastados, envolvidos em casos de corrupção, cassados e até mesmo presos. O ano que termina nesta terça-feira (31) não contou com eleições municipais, mas o estado teve três das suas principais cidades trocando de comando em situações ‘atípicas’. E no campo eleitoral de fato algumas surpresas saíram das urnas em outubro. Publicação do Jornal da Paraíba relembra abaixo as crises e as reviravoltas ocorridas nos últimos doze meses na política paraibana.

Prefeito de Cabedelo, Leto Viana, é levado para a sede da Polícia Federal.

‘Xeque-Mate’ na corrupção em Cabedelo

No dia 3 de abril, a população de Cabedelo, na Grande João Pessoa, acordou com a notícia de que a Polícia Federal estava na casa do prrefeito Leto Viana (PRP). Era a deflagração da Operação Xeque-Mate, ação conjunta da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB),que resultou no afastamento de toda a cúpula administrativa da cidade.

Durante a operação, o prefeito Leto Viana acabou sendo preso. Além dele, também foram parar atrás das grades a vereadora e primeira-dama, Jaqueline França (PRP), o presidente da Câmara, Lúcio José (PRP),outros três vereadores e cinco servidores públicos. O vice-prefeito, Flávio Oliveira, foi apenas afastado, junto com outros vereadores..

A ‘Xeque-Mate’ foi deflagrada a partir de uma colaboração premiada do ex-presidente da Câmara Municipal de Cabedelo Lucas Santino. Segundo a investigação, havia um esquema de corrupção que funcionava na prefeitura e na Câmara Municipal, tendo Leto Viana como cabeça. Entre os crimes cometidos estariam contratação de funcionários fantasmas e doações de terrenos públicos. Havia também uma estratégia de ‘coação política’, com o prefeito fazendo vereadores reféns a partir de ‘cartas renúncia’. Com isso, eram tocados apenas projetos de interesse de Leto.

O delator também citou informações que apontavam para a possível compra do mandato do ex-prefeito Luceninha, antecessor de Leto. Esse fato acabou sendo o foco da segunda fase da Xeque-Mate, deflagrada em julho.

O vereador Vitor Hugo Casteliano (PRP) acabou virando o prefeito tampão de Cabedelo. Ele chegou ao posto por meio de uma eleição na Câmara Municipal que o escolheu como presidente da Casa. Com o prefeito e o vice fora, ele foi para a cadeira do Executivo.

Nova reviravolta em Cabedelo no mês de outubro. Da prisão do 5º Batalhão de Polícia Militaro prefeito Leto Viana renunciou ao cargo do qual estava afastado para tentar interromper um processo de cassação. Dessa maneira, Leto também abriu caminho para novas eleições diretas, que vão acontecer em 17 de março de 2019.

Apesar da renúncia, Leto teve os direitos políticos cassados pela Câmara Municpal de Cabedelo em uma sessão realizada em novembro. O ex-prefeito já virou réu na Xeque-Mate e continua preso.

Propina, jogo de poder e troca de prefeitos em Bayeux

Bayeux está mergulhada em uma crise institucional desde 2017. São tantas as nuances, que os fatos poderia servir de base para um seriado. Podemos considerar que 2018 foi a segunda temporada da ‘trama’ iniciada no ano passado.

A cidade começou o ano sendo governada pelo vice-prefeito Luiz Antônio Alvino (PSDB), que assumiu o cargo após a prisão do titular Berg Lima (sem partido), flagrado recebendo dinheiro de um fornecedor da cidade, em julho do ano passado. Mas o mandato do tucano durou pouco.

Em março, uma decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) determinou que Luiz Antônio fosse afastado do cargo. Assim como Berg, ele era investigado pelo MPPB após ter sido flagrado em um vídeo pedindo dinheiro a um empresário para divulgar imagens que comprometeriam o antecessor. Com isso, o presidente da Câmara, vereador Mauri Batista (PSL), mais conhecido como Noquinha, assumiu a prefeitura.

Menos de um mês após ser afastado, Luiz Antônio teve o mandato cassado na Câmara Municipal de Bayeux. Os vereadores o acusaram de quebra de decoro por conta do vídeo com o empresário.

Depois da cassação, Noquinha acreditava que governaria ao menos até o final do ano, pois em janeiro o vereador Jefferson Kita (PSB) assumiria a presidência da Câmara e consequentemente a prefeitura. No entanto, os vereadores e a população de Bayeux foram pegos de surpresa com o retorno de Berg Lima.

No dia 13 de dezembro, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu um habeas corpus cassando as cautelares no âmbito criminal, permitindo assim que Berg reassumisse o cargo. No entanto, isso não aconteceu de forma imediata por conta de um processo de improbidade, que tramita na 4ª Vara Mista de Bayeux, e também é baseada no vídeo que levou o prefeito à prisão. Nesta, Berg foi inicialmente afastado do cargo por uma medida liminar e depois condenado à perda do mandato, mas a defesa recorre da sentença

Na noite do dia 18 de dezembro, o desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), atendeu um novo pedido de Berg e determinou que ele retornasse ao cargo, suspendendo o afastamento. Na decisão, o magistrado considerou que a medida de afastamento deveria ter sido cassada após o fim da instrução processual. E ele também leva em conta o posicionamento da 6ª Turma do STJ, que foi anexado ao processo.

Berg reassumiu no dia 19 de dezembro. O MPPB não viu com bons olhos o retorno do gestor e tentou reverter a medida, mas teve o pedido negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Cidade luz e gestão nas sombras

Em agosto, outra grande cidade paraibana teve o comando trocado por força da Justiça. Dinaldo Wanderley Filho (PSDB) foi afastado da prefeitura por conta das investigações da Operação Cidade Luz. O Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou ele e mais 12 pessoas por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, desvio de recursos públicos, fraude em licitação e lavagem de capitais.

DINALDO WANDERLEY

A investigação mostrou que, em 10 meses, a organização criminosa obteve um enriquecimento ilícito de mais de R$ 739 mil, desviados de contratos firmados com a Prefeitura de Patos, no montante de R$ 1,3 milhão. O Ministério Público apurou que, no período anterior às eleições de 2016, o então candidato Dinaldinho organizou um esquema criminoso para o recebimento de vantagens ilícitas pagas por empresas com as quais a Prefeitura de Patos manteve contrato de iluminação pública, a partir do ano seguinte.

Após o afastamento de Dinaldinho, o vice-prefeito Bonifácio Rocha (PPS) foi elevado à condição de interino. Ele assumiu revendo medidas do titular, como o cancelamento de licitação e a exoneração de comissionados.

E as eleições?

Em um com tantas surpresas e reviravoltas, as eleições de outubro no estado também seguiram essa linha, apresentando alguns resultados surpreendentes.

O cenário das eleições começou a se definir ainda no primeiro trimestre. Franco favorito à disputa pelo governo do Estado, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, ainda no PSD, desistiu de concorrer e continuou na administração municipal.

O governador Ricardo Coutinho tomou uma medida similar à de Cartaxo e optou por permanecer na gestão, ao invés de se candidatar ao Senado Federal. Outro que também poderia entrar na disputa, mas abriu mão, foi o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB). Dessa forma, o pleito de 2018 foi o primeiro sem a participação do governador e/ou dos prefeitos das duas principais cidades.

A escolha de Ricardo acabou se mostrando acertada, já que ele conseguiu eleger o sucessor, João Azevêdo (PSB), ainda no primeiro turno e também viu a vitória de Veneziano Vital do Rêgo (PSB), que assumiu a candidatura que seria dele, na disputa pelo Senado Federal.

Pelo lado da oposição o saldo não foi tão positivo. Lucélio Cartaxo (PV) assumiu a candidatura do irmão e não conseguiu êxito. Mas foi o resultado dos dois nomes que faziam a chapa majoritária com ele foram os mais surpreendentes, por óticas diferentes. Líder na maioria das pesquisas de intenção de voto, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), acabou sendo derrotado. Já Daniella Ribeiro (Progressistas), que figurava na quarta posição da corrida, foi a segunda mais votada.

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Eleição para nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa acontece nesta terça-feira

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Uma nova eleição para Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) deve acontecer nesta terça-feira (26/11). O pleito ocorre após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa e instituiu uma nova eleição para a mesa.

A medida acontece após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada do deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) como presidente da Casa Legislativa seja oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, a antecipação da dita eleição fere “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

No entanto, o parlamentar acredita que não haverá surpresas na recondução da presidência da Assembleia e expressou confiança em eleição por unanimidade.

A permanência dos membros também tem aprovação do governador João Azevêdo (PSB). De acordo com o gestor, existe tranquilidade em relação ao tema, uma vez que, em reunião com o presidente da ALPB, já havia exposto o desejo de que a composição da Mesa Diretora continuasse da mesma forma.

 

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Maior evento religioso da PB, Romaria da Penha ocorre neste sábado e deve reunir milhares de fiéis

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A tradicional Romaria da Penha, maior evento religioso do Estado, acontece neste sábado (23/11) em João Pessoa. Em um percurso de caminha com extensão de 14 quilômetros, milhares de fiéis participarão da 261ª edição da festa, que tem como tema “Senhora da Penha, porque ‘somos todos irmãos’, ajudai-nos a viver a fraternidade e a amizade social”.

Programação

Os eventos começam às 16h30, com a Carreata de Nossa Senhora da Penha. A imagem da santa será conduzida do Santuário da Penha, localizado no bairro da Penha, até a Igreja Nossa Senhora de Lourdes*, no Centro da cidade.

A Romaria tem início às 22h, partindo da Igreja de Lourdes em direção ao Santuário da Penha. A caminhada, que atrai devotos de diversas cidades e estados, deve terminar por volta das 3h30, com a celebração de uma missa campal presidida pelo arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson.

Caminhada de fé

A Romaria da Penha é uma manifestação de fé que atrai pessoas de todas as idades, reunindo famílias, grupos de oração e comunidades paroquiais. Os fiéis caminham em oração e cânticos, muitos carregando velas ou imagens da santa, criando um ambiente de emoção e devoção.

O evento, que acontece há décadas, é considerado uma das maiores expressões de religiosidade popular do país e celebra a intercessão de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Santuário e símbolo de proteção para os fiéis.

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Sudene aprova liberação de recursos do FDNE para parques eólicos da PB e RN

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A Sudene autorizou o pagamento de novas parcelas de financiamento, através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), para os parques eólicos Ventos de Santa Tereza 01 e Serra do Seridó II, IV, VI, VII e IX.

No total, a Diretoria Colegiada da autarquia aprovou o desembolso de R$ 70,8 milhões do fundo regional para estes empreendimentos que estão instalados no Rio Grande do Norte e na Paraíba.

“O FDNE é um dos principais instrumentos de financiamento para a energia renovável na nossa área de atuação, atraindo investimentos para o setor. Nos últimos anos, quase que a totalidade dos recursos do fundo foi destinada ao financiamento de implantação de parques de energia solar e eólica, contribuindo para o papel de destaque que o Nordeste tem na transição energética”, afirmou o superintendente Danilo Cabral. Ele frisou que o Fundo é administrado pela Sudene e operado por instituições financeiras parceiras.

A empresa Ventos de Santa Tereza 01 investiu R$ 249,4 milhões no parque eólico de geração de energia no município de Pedro Avelino (RN). Desse valor, R$ 143,1 milhões foram financiados pelo FDNE, com projeto aprovado em 2022, dos quais já haviam sido liberados R$ 67,7 milhões.

A última aprovação foi referente à segunda parcela do financiamento. O projeto tem potência instalada de 41,3 MW de energia e vai gerar 90 empregos diretos e indiretos quando estiver em operação plena.

Os cinco parques eólicos Serra do Seridó, localizados no município de Junco do Seridó (PB), somam um investimento total de R$ 832,5 milhões, dos quais R$ 239 milhões são do FDNE.

Os valores liberados na última reunião da Diretoria Colegiada correspondem à quarta parcela do financiamento – no total, serão R$ 15,7 milhões. Essas unidades são da multinacional EDF Renewables e fazem parte do Complexo do Seridó, composto por 12 parques eólicos, que entraram em operação em julho do ano passado e têm capacidade total instalada de 480 MW.

O agente operador desses financiamentos é o Banco do Brasil. A Sudene conta com quatro instituições financeiras como agentes operadores do FDNE, além do BB. São elas Caixa Econômica Federal , Cooperativa de Crédito, Poupança e Investimento Sicredi Evolução, Banco do Nordeste (BNB) e Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destaca a importância do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste para a região e reforça que a contratação de novos agentes operadores “fortalece a política de democratização de acesso ao crédito e contribui para uma maior interação com o setor produtivo, uma vez que essas instituições estão mais próximas da realidade local. “Essa ação está em sintonia com a aposta da Sudene em um diálogo mais efetivo que tenha, como consequência, a atração de novos negócios e a geração de emprego e renda”, afirmou.

Em fevereiro, foi assinado um protocolo de intenções para que o Banco do Estado de Sergipe (Banese) também passe a operar os recursos do FDNE. Para o diretor de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos da Sudene, Heitor Freire, esse é um caminho para “democratizar os fundos regionais, que é uma orientação do Governo Federal, contribuindo para uma maior divulgação desse importante instrumento de ação, que é o fundo, e ampliando o acesso ao crédito”.

Heitor Freire falou sobre a importância do FDNE para o desenvolvimento regional. “Esse é um importante instrumento para a atração de investimentos para os 11 estados da área de atuação da instituição, com taxas bastante atrativas. Para 2024, há a disponibilidade de R$ 1,1 bilhão”, disse o gestor.

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